Sérgio Pererê e Badi Assad acabam de lançar nas plataformas digitais, Bentu, álbum que celebra de maneira minimalista e profunda a riqueza da cultura afro-mineira. Bentu, que significa “vento” em crioulo da Guiné-Bissau, reflete a leveza e a potência da colaboração entre esses dois artistas notáveis. Esse trabalho surge de uma criação intuitiva e espontânea em estúdio, todo composto e gravado em cinco dias. A inspiração veio dos reinados de Minas Gerais e pelas ricas tradições culturais e religiosas da região.
O disco é composto por nove faixas autorais que mergulham nas tradições das Guardas de Moçambique e Congo. As letras e os ritmos trazem à tona, de forma intimista, a essência dessa tradição, que é profundamente familiar para Sérgio Pererê, um artista de Belo Horizonte e membro da Irmandade Dos Ciriacos. O processo criativo do disco teve início em uma festa da Irmandade, onde Badi Assad, filha de mineira, foi convidada a explorar e resgatar esse universo cultural, dando início a uma troca criativa que culminou no projeto.
Badi Assad, com seus talentos como compositora, cantora, violonista e percussionista, trouxe uma contribuição inestimável para o álbum, enriquecendo as canções com sua sensibilidade e versatilidade. O resultado é um conjunto de músicas que variam de solenidades e orações a momentos de introspecção sobre a existência humana. Bentu reflete a espontaneidade e a profunda afinidade artística entre Pererê e Assad, capturando a força que emana do sagrado e da cultura popular brasileira.
Sérgio Pererê é um cantor, compositor e multiartista de Belo Horizonte, amplamente reconhecido por sua profunda conexão com as tradições culturais afro-mineiras. Sua carreira é marcada pela imersão nas práticas culturais e religiosas dos reinados de Minas Gerais, especialmente nas Guardas de Moçambique e Congo. Membro da Irmandade Os Ciriacos, Pererê é um dos principais responsáveis por reinterpretar essas tradições na música contemporânea. Com uma trajetória rica em criações autênticas, se destaca por sua habilidade em mesclar elementos tradicionais com influências modernas, resultando em uma sonoridade única e inovadora. Seu trabalho é uma celebração da cultura popular e do sagrado, refletindo uma profunda admiração e respeito pela riqueza das tradições afro-brasileiras.
Badi Assad conquistou o público ao redor do mundo com sua habilidade única de misturar estilos e criar uma sonoridade singular. Em 1989, lançou seu primeiro álbum “Dança dos Tons” e logo chamou atenção pela sua originalidade, misturando voz, violão e percussão. Sua carreira internacional decolou com a gravadora Chesky Records, sendo reconhecida como uma das melhores artistas brasileiras. Após mudar-se para os Estados Unidos em 1998, lançou o aclamado álbum “Chameleon”, ampliando ainda mais seu reconhecimento global. Ao longo dos anos, colaborou com diversos artistas, recebeu prêmios e participou de iniciativas sociais e culturais. Seu legado continua em constante evolução, com lançamentos recentes como o CD “ILHA” (2022) e projetos como “Mulheres do Mundo” (2024), evidenciando sua inabalável criatividade e compromisso com a música e a arte. Também em 2024, lançou ao lado da Orquestra Mundana Refugi, “Olho de Peixe”, releitura do disco homônimo de Lenine em parceria com o percussionista Marcos Suzano.
REPERTÓRIO
Terra de cateretê
Compasso do amor
Arvoredo
Sobre o tempo
Na gira, giro
Respingando ouro
Bentu
Razões pra se cantar
Maria
FICHA TÉCNICA
Vozes, violão e palmas: Badi Assad
Vozes, calabace, bara dunun, tama, mbira e palmas: Sérgio Pererê
Composições e produção musical: Badi Assad e Sérgio Pererê
Captação, mixagem e masterização: André Cabelo (Estúdio Engenho)
Foto: Pablo Bernardo
Design: Ronei Sampaio (AMÍ)
Produção executiva: Elias Gibran (Napele Produções Artísticas)
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