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A mão do diabo de Dean Carter

Com tantos livros lançados em 2010 e um ano novo já despontando em suas primeiras semanas, raramente detive minha leitura só pelo título, entretanto A mão do diabo (The hand of the devil, tradução de Bruna Hartstein, Bertrand Brasil) prendeu minha atenção deste o início. Pelo fato de estar inclinado a gostar de narrativas de terror e com poucos lançamentos do gênero assombrando o ano passado, a estréia do inglês Dean Vincent Carter foi recebida com surpresa. A narrativa parece à primeira vista, uma típica história de um protagonista ingenuo que cai nas mãos de um vilão maléfico. Contudo, à medida que avançamos na leitura torna-se evidente que temos em mãos uma inteligente e original argumento.

Temos na história o jornalista Ashley Reeves intrigado ao receber um carta que lhe promete a matéria de sua vida. Como trabalha em uma revista sobre aberrações da natureza, daquelas bem sensacionalistas, cujas matéria em grande maioria são fraudes paracientíficas, seria uma bela chance para alavancar sua carreira. O único problema é que o preço da noticia poderá ser sua própria vida. A carta foi enviada por Reginald Matter, um homem que a principio é um simples colecionador de insetos, feliz em viver afastado numa ilha perdia e rodeado de curiosos experimentos naturais. Porém quando Ashley descobre a verdade sobre seu anfitrião é forçado a viver um pesadelo macabro que dificilmente escapará.

A carta fala de um inseto único, o bizarro Vermelho do Ganges, um mosquito da família do aedes aegypt, porém, alcançando proporções que o deixavam do tamanho de um pássaro. Parece engraçado, mas é isso mesmo, o perigo está neste mosquito. A dama, como Matter chama o mosquito, é capaz de drenar todo o sangue do corpo de sua vítima e sua saliva, diferente da saliva anestésica dos mosquitos, é altamente corrosiva e necrosa todo o tecido ao redor da picada em questão de segundos. Lembrando que a terror não estar somente neste mosquito da dengue gigante, mas nas pesquisas sinistras e sádica que o entomologista pratica.

O autor consegue fluir bem com a narrativa, bem melhor que os mais recentes livros de terror adolescente. Com alguns detalhes escabrosos, para não dizer chocantes, a história homenageia H.P. Lovecraft, baseando-se no deslumbre psicológico perante o temor sobrenatural. O aspecto mais marcante dessa abordagem lovecraftiana foi de seus personagens. Os arquétipos do gênero estão tão presentes que poderíamos logo classificá-lo como mais um deses livros com clichês. O herói ingênuo, o Gẽnio do mal, o assistente condescendente, a perigosa criatura, a donzela em perigo, todos aparecem ao longo da história, mas que se desenvolvem em personagens bastantes originais. Cada um deles possui uma personalidade forte e distintiva, tratada eficazmente pelo autor, que detalha a aparência, a fala, as emoções e ações de cada um deles. Esses detalhes fazem do elenco ganhar vida. E é nessa característica que se distingue A mão do diabo, pela realidade em insere a história.

Inquietante leitura, vale a pena conferir.

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