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A Semana Macabra em Quad… quer dizer, Livros!

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Não, eu não vou falar de quadrinhos hoje, mas vou falar de um livro que é o mais próximo que eu consegui chegar de um livro de terror esse ano. Aproveitando essa noite de apagão (no break, o que eu seria sem você?), eu lhes trago NOTURNO, a primeira parte de uma trilogia criada por Guillermo Del Toro e Chuck Hogan sobre vampiros.

noturnoAqui não tem nada de amor, nada de vampiros vagando a luz do dia e usando maquiagem pesada e parecendo o saudoso Bela Lugosi com seus caninos falsos e olhar hipnótico.

Del Toro e Hogan criam uma nova esfera para o mito do vampiro. Não temos o monstro romântico que vaga pela noite se alimentando dos vivos e nem os clãs anciões em uma luta eterna pelo domínio da humanidade enquanto tentam manter a sua existência como um eterno conto de fadas. O que vemos em “Noturno” são literalmente monstros. Invasores de corpos que tiram a sanidade das pessoas, transformando-as literalmente em sanguessugas.

Bem, mas como todo livro tem um início, este começa no Aeroporto Internacional JFK de Nova Iorque, onde o vôo 753 de Berlin a Nova Iorque aterrissou em segurança e, no momento em que taxiava na pista, suas luzes se apagam e toda comunicação com a torre silencia. Daí em frente, entram em ação os homens da polícia americana que invadem o avião e constatam o pior. Todos os passageiros estão mortos, como que tivessem simplesmente perdido a vida de um instante para o outro, sem pânico e sem sujeira.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças é acionado e o avião colocado em quarentena. Aqui somos apresentados a Ephrain Goodweather, pai divorciado e um dos cabeças da autarquia. Sua equipe é colocada em campo e a verificação inicial constata que todos estão mortos, porém, ao averiguar a cabine de comando, eles encontram o piloto ainda respirando. Ao mesmo tempo que eles constatam a vida em alguns passageiros, somos apresentados a Abraham Setrakian, o dono de uma loja de penhores que teve suas mãos deformadas há muitos anos e que, ao ver pela televisão a imagem do avião cercado pelas equipes de emergência, só consegue dizer três palavras repetidamente: “Ele está aqui.”

Um a um os corpos das vítimas são retirados do avião, catalogados e levados a hospitais para uma melhor avaliação da causa de suas mortes. Enquanto isso, verificando o compartimento de carga, é encontrado uma grande caixa de madeira preta, como se fosse um armário apoiado contra a parede do avião. Já no hospital, os quatro sobreviventes do vôo eram tratados e verificados pelos médicos. Ao mesmo tempo, um eclipse solar total estava para acontecer e isso foi enervando mais e mais as pessoas relacionadas ao resgate.

Porém, forças ocultas estavam agindo enquanto se tentava descobrir a causa da morte de todos aqueles passageiros. Um empresário moribundo chamado Eldricht Palmer manipulava alguns acontecimentos e se preparava para em pouco tempo deixar a ilha de Manhattan, que já não seria mais um lugar agradável de se viver.

Os sobreviventes são liberados do hospital e já na primeira noite, algo estranho começa a ocorrer com cada um deles. Ataques a familiares ou animais de estimação, surtos de fúria, descontrole, etc. Enquanto isso, Eph, totalmente alheio a esses fatos, começa a investigar o interior do avião e descobre algumas interessantes que se relacionam com aquela caixa de madeira preta, que, neste exato momento, repousa dentro de uma van que foi levada do aeroporto por um homem contratado que percebeu tarde demais que fez algo errado.

A primeira noite chega e os ataques na cidade começam. Apenas Abraham Setrakian sabe o que está acontecendo e busca em Eph a pessoa em quem confiar, que poderia entender toda a situação. Todos os cadáveres dos passageiros desaparecem dos necrotérios e então, Setrakian sabe com certeza o que está acontecendo e fala a Eph que não tem razão nenhuma para acreditar até que um de seus colegas de equipe é infectado também.

Na segunda noite os sobreviventes do vôo já infectaram diversas pessoas e se alimentaram, enterrando-se para se proteger do sol durante o dia. Surge então a figura do mestre, um vampiro que comanda a horda de vampiros bestiais, refugiado nos túneis de metrô abandonados de Nova Iorque. Diversas regiões da cidade são atacadas. Entre os sobreviventes temos Vasily Fet, um caçador de ratos que teve um vislumbre do mestre nos túneis abaixo das fundações do World Trade Center. Após o governo acusar Eph e Setrakian de terem causado o desaparecimento dos corpos e estes fugirem, Vasily se une a eles para a caçada final nos túneis da cidade que os levará até o mestre e a resolução de alguns segredos, mas a apresentação de novos que só serão respondidos no próximo livro.

O que se pode dizer de Noturno é que este tem todo o estilo de um ótimo roteiro de Hollywood com uma escrita mais rebuscada, as vezes até demasiadamente detalhada a ponto de tentar descrever os graus da escuridão que envolvia os personagens. Há um certo exercício de imaginação em certos momentos, porém, estes são muito poucos e o livro presa por saber trazer aos leitores uma ótima introdução ao que pode se tornar uma bela série de terror.

Porém, o personagem que era para ser o principal, no caso, Eph, acaba se perdendo em um segundo plano para Setrakian que tem muito mais para contar do que apenas um médico epidemologista. Ao final, a vontade que se tem é de saber quando sairá a segunda parte para podermos continuar nossa saga por essa nova visão do mito do vampiro, que mistura a antiga, especialmente se relacionarmos com o que os faz mal e essa novíssima, explicando o vampirismo como uma doença parasitária, um super vírus, ou algo assim.

Bem, essa foi minha contribuição com essa Quinzena Macabra, quer dizer, foi a primeira. Aguardem que dia 20 eu vou invadir uma outra coluna do ambrosia para falar de um filme que há muito estou louco para comentar aqui.

J.R. Dib

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