“Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose” mostra como surgiu um clássico do cinema

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Muita gente que viu o filme “Hitchcock” no cinema reclamou que queria ver mais detalhes sobre como foi feita a mais famosa produção do Mestre do Suspense. Para esses que sentiram que faltou alguma coisa, uma boa opção é dar uma passada numa livraria e adquirir “Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose”, escrito por Stephen Rebello (Ed. Intrínseca, 253 páginas).

alfred-hitchcock-psycho1Com uma pesquisa muito bem conduzida pelo autor, que contou com entrevistas com o diretor e boa parte da equipe que participou das filmagens, entre 1980 e 1989, além de estudos de vários documentos do acervo Alfred Hitchcock Collection, o livro se inicia com o autor contando sua participação na produção de “Hitchcock” como consultor e suas sugestões para o roteiro. Depois, Rebello conta um pouco da história do homem que inspirou o livro e o filme “Psicose”: Ed Gein, o serial killer que matava suas vítimas, arrancava sua pele e fez outras atrocidades, que também inspirou outras produções, como “O massacre da Serra elétrica” e “O silêncio dos inocentes”.

A partir desta personalidade insana, o escritor Robert Bloch criou a história de Norman Bates, que é dono de um hotel numa estrada deserta dos EUA e que tem uma estranha relação com a mãe, que pode (ou não) ter assassinado pessoas, como Mary Crane (no filme, a personagem se chama Marion). O livro chamou a atenção de Hitchcock, que conseguiu os direitos para realizar sua versão de “Psicose” para o cinema.

Hitchcock-capa-aprovada_WEBRebello mostra, em um texto minucioso, todo o processo da realização do filme, sem parecer chato ou monótono, especialmente para os amantes do cinema. O livro conta com algumas curiosidades da produção e um dos capítulos mais interessantes é o que conta como foi feita a famosa cena do chuveiro, quando Marion Crane (interpretada por Janet Leigh) é morta a facadas. Houve, durante algum tempo, uma controvérsia em relação sobre quem a dirigiu: Hitchcock ou o consultor visual Saul Bass (famoso pelos créditos de abertura de “Psicose” e os cartazes de “Alien”, “O Iluminado”, entre outros). Além disso, o livro destaca a genialidade do diretor, que teve que lidar com um orçamento apertado (pago do seu próprio bolso), o curto espaço de tempo para as gravações e os problemas com a censura.

Ao contrário do filme, o livro não destaca a relação de Hitchcock com sua esposa, Alma, nem a crise conjugal que os dois tiveram durante as filmagens. Rebello também dá mais destaque ao roteirista Joseph Stefano, que foi responsável pelo script de “Psicose”, e também aos atores Janet Leigh e Anthony Perkins, que vive o atormentado Norman Bates. O livro também mostra que, ao contrário do que se possa pensar, “Psicose” não foi bem recebido pela crítica especializada da época (início dos anos 1960), mesmo sendo o filme de maior sucesso da carreira de Hitchcock. Mas que, com o passar do tempo, ele passou a ser considerado o que realmente é: uma obra-prima do cinema.

Outro capítulo interessante é aquele que mostra como “Psicose” influenciou outros cineastas e escritores, como Stephen King, que disse que ele era “um dos filmes mais assustadores já realizados”. Mesmo sendo lançado há mais de 50 anos, a produção de Hitchcock ainda é relevante até mesmo para quem não se interessa muito por cinema. Por isso, livros como “Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose” são capazes de deixar o leitor cada vez mais cativado pelo estranho universo do Mestre do Suspense.

[xrr rating=4/5]

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