Depois de uma imersão dedicada em 6 meses de oficinas de escrita criativa, contação de histórias, leitura e interpretação de textos, 89 novos autores e autoras pelo projeto “É Dia de Escrever”, lançam “Retratos Pandêmicos”. A antologia, assinada por grupos de jovens, pretes, indígenas, mulheres e LGBTQIA+, sai em ebook, audiolivro e também no formato impresso, além de ganhar uma edição especial e colecionável.
Composta por 69 textos, a obra faz uma viagem por narrativas que, embora pessoais, refletem sobre tudo e todos ao redor.
“Por Detrás Das Telas”, por exemplo, questiona as diferenças sociais que aprofundam ainda mais o acesso à educação e emprego. “Afetos e Relações” registra o amor – romântico ou não – em tempos de isolamento social. “A (R)existência Caminha” reafirma que a luta não pode parar frente aos retrocessos nas questões de gênero. “Diversas” aborda o universo feminino e plural, escancarando sentimentos, emoções, sonhos e mais. Por fim, olhares diante do “Ará Pyaú”, ritual de ano-novo indígena, comemorado com a chegada da primavera, revelando os recados da natureza para a humanidade e deixando um pedido de renovação.
“São mensagens que devem ficar para a eternidade. No futuro, esse livro será uma boa ferramenta para nossos filhos e netos entenderem um pouco sobre o que foi e como sobrevivemos a esses dias traumáticos de pandemia, obscurantismo, fake news, polarização, corrupção dentro da política nacional e enfrentamento das ameaças em torno da nossa democracia”, ressalta o produtor executivo Junior Matos.
Apesar de serem chamados de “novos autores e novas autoras”, algumas figurinhas marcadas estão neste elenco. Pessoas com livros já lançados, campeãs de SLAMS, poetas e poetisas que já se apresentaram antes, inclusive professores e professoras. Entre eles, nomes como Priscila Rito, Ya Ferreira, Claudia Walleska, Marian Koshiba, Zaira K. Fabre, Simone Machado, Thiago Loureiro, Ale Monteiro, Marcos Vieira e Nicole do Amaral.
“Queremos que as pessoas escrevam mais, leiam e também se acostumem a andar entre os livros. Ao longo desse ano, inclusive, implantamos (ou ampliamos) 5 novas bibliotecas. A maioria em locais de grande vulnerabilidade social… Em espaços que lutam para levar acesso à cultura, saúde e literatura, mas que encontram grandes dificuldades para instalar, crescer e renovar seus acervos. O ‘É Dia De Escrever’ surgiu para fortalecer, mudar e possibilitar narrativas. A estreia dessa antologia, resultado de esforços coletivos para a concretização dessa ideia, é simbólica e representativa diante do que acreditamos”.
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