Pensar que os manshups seria uma moda passageira, pelo contrário, com Abraham Lincoln, Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: vampire hunter, tradução de Alexandre Barbosa de Sousa), lançado pela Intrínseca, nos mostra a força desse gênero que já trouxe Orgulho e Preconceiro e Zumbis e Jane Auster, a vampira. Best seller do New York Times e com uma versão cinematográfica prestes a sair, o livro nos revela um lado bem insólito na vida do décimo sexto presidente norte-americano. Aos onze anos é revelado que sua mãe não morrera de uma enfermidade, mas que sua doença foi causada por uma criatura que nem em sonhos imaginava existir: um vampiro. Descobre ainda que sua família dedica há anos à caça aos sanguessugas, e jura que treinaria para se tornar no maior caçador de vampiros da América.
Aos dezesseis anos conhece uma figura misteriosa, Henry Sturges, um vampiro diferente que lhe ensina e ajuda a combater seus semelhantes, um personagem controverso, ao longo das páginas, é o personagem mais desenvolvido. O livro reconstitui um pouco da história estadunidense, em especial o papel que os vampiros tiveram na construção dos Estados Unidos da América.
Escrito por Seth Graham-Smith, já conhecido pelo seus zumbis no clássico de Auster, o livro possui um humor kitsch, que rompe com a imagem do personagem história, deixando-o em alguns momentos bastante caricato. O autor reconstitui a história real do libertador de escravos utilizando um tomo esquecido, o Diário Secreto de Abraham Lincoln, como base de sua história.
A narrativa faz uma amalgama de ficção e fatos históricos. Mesmo inverossímil, teve uma ótima aceitação, debutando em quarto lugar dos mais vendidos na primeira semana após o seu lançamento nos EUA, em 2010. Em suma, o livro é amparado numa pesquisa bem-feita que detalha momentos da vida real do velho Abe, cruzando e entrelaçando com informações fictícias que dão um sentido à história.
Contraditória pelo tratamento ao grande personagem, escrachada pelo humor e realística por demostrar as diversas perdas que o futuro presidente teve, a narrativa do livro é bem interessante pela ousadia histórica, explicar a Guerra Da Secessão como uma ameaça vampírica. No mais por chamar a atenção de Tim Burton, que comprou os direitos de filmagem e que está produzindo o filme pela Twenty Century Fox, filme que será lançado por aqui em agosto. Sob a direção do russo Timur Bekmanbetov (O procurado) e com Benjamin Walker com o papel de Lincoln dos 20 aos 55 anos. Aguardamos a adaptação.
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