A primeira mesa deste sábado, na programação oficial da Flip, Turistas Aprendizes, trouxe, com mediação de Paula Scarpin, a jornalista Alexandra Lucas Coelho, correspondente internacional do jornal português Público, que cobriu conflitos armados no Afeganistão, Iraque, Egito e México, e a crítica literária Beatriz Sarlo, que além de sua importância no meio literária, é tida como um sinônimo de pensamento independente em seu país, a Argentina. Beatriz Sarlo esteve na Flip em 2005 e na mesa de abertura da Flip deste ano.
Ambas falam sobre suas experiências de viagens, como turistas e a trabalho, e comentam a relação entre a idade do viajante e a experiência de viajar. A portuguesa comenta que ainda bem que não veio ao Brasil nem aos 20, nem ao 30 anos, o que teria influenciado seu posicionamento em relação a colonização portuguesa do Brasil e a colocado em algum posicionamento mais radical. Beatriz Sarlo está lançando na Flip Viagens da Amazonia as Malvinas (e-galaxia, 2015).
Sarlos e Alexandra comentam sobre a política e a esquerda na América do Sul. Segundo Sarlo, que acompanhou as primeiras eleições do Lula, compara-o ao ex-presidente frances, François Mitterand por sua persistência ao ser derrotado duas vez até vencer as eleições.. “Parecia realização de um sonho, o PT” e completa dizendo que tudo o que aconteceu referente ao Partido dos Trabalhadores fez com que uma grande oportunidade fosse arruinada. Beatriz fala sobre o carisma do ex-presidente Lula, “que é visível, voce toca, eu uma vez dei a mão ao Lula e voce sente o impacto físico do carisma”. Acrescentou que o carisma não se constrói, “vem da voz, vem do corpo e não se transmite, não há sucessão do verdadeiro carisma”, e identifica aí o problema dos líderes carismáticos da América Latina, como Hugo Chavez, que tinha um “carisma ensurdecedor”. Apontou que a diferença entre a Argentina e o Brasil é que “aqui prenderam o José Dirceu. No meu país, o vice-presidente continua sendo vice-presidente (…) e aqui no Brasil há pessoas que estão sendo submetidas a julgamento”. Beatriz Sarlo termina sua fala sobre o Brasil dizendo que não diz que as coisas estão extraordinárias aqui, mas que, diferente do que ocorre no seu país, há, no caso brasileiro, “uma instituição de justiça que parece estar funcionando e isso me dá uma luza de esperança”.
Já Alexandra, em sua fala sobre as jornadas de junho de 2013, fala do caso da Aldeia Maracanã para questionar a existência de uma política militar no pais. Diz que quando, em 22 de marco de 2013, o Governo do Estado decidiu pela desocupação pacifica , o que ocorreu foi “uma guerra”, em que a policia militar usou bombas de gás lacrimogênio, de efeito moral etc em cima de todos, e finaliza sua fala dizendo que o Rio mostrou que não era aquele Rio “clichê”, mas que “foi o centro das jornadas de junho, estava implicado na historia, no mundo.”
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