A história não é novidade para ninguém. Todos conhecem o filme homônimo de 1999 estrelado por Winona Ryder, Whoopi Goldberg e Angelina Jolie, papel que lhe rendeu sua primeira estatueta do Oscar.
Mas quem conhece de fato a história de Susanna Kaysen?
Em “Garota, Interrompida” – 192 páginas da Editora Única – Susanna Kaysen é uma garota de 18 anos que se sente um pouco perdida. O que acontece com a maioria dos jovens nessa idade. Só que Susanna vai um pouco além e tenta suicídio. A tentativa é frustrada e assustada ela corre para o meio da rua em busca de ajuda.
Decide então procurar ajuda indo até um médico e após pouco tempo de conversa, ele fez algumas ligações e comunica a Susanna que ela seria levada para o Hospital McLean. Ela fica meio arredia, mas não tem solução. Ela se ressente por ter concordado com isso, mas lembra que são só alguns meses. Susanna fica internada por 2 anos.
Aos poucos ela aprende a entender como funciona a dinâmica do local e a conviver com diferentes personalidades e situações. Ela conta sobre as meninas, a frágil Polly, a escandalosa Georgina e Lisa, a quem Susanna mais descreve. Lisa é uma sociopata e possui uma personalidade única. Expansiva e intransigente, faz de tudo para irritar as enfermeiras e sempre que pode dá umas fugidas da instituição. Susanna não faz ideia de qual será o seu diagnóstico. Ela só sabe que não sabe quem é.
Longe de ser uma obra prima literária, “Garota, Interrompida” é um relato de tempos confusos e difíceis na vida de Susanna Kaysen. Narrado em uma cronologia não linear, ficamos sabendo de fatos conforme a própria Susanna acha importante contá-los. O ano retratado é o de 1967 e muita coisa naquela época não era bem vista pela sociedade.
Afinal o que é ser normal? Kaysen discute essa pergunta o tempo inteiro durante o livro e afirma que existe uma linha tênue entre o normal e o anormal. De acordo com a sociedade da época você deveria agir e se portar de uma maneira que muitas vezes não era bem o que você queria fazer. Os adultos não dialogavam com os jovens, que acabavam ficando confusos sobre certas questões e agindo como bem queriam. Não muito diferente do que ocorre nos dias de hoje.
No final Kaysen revela qual foi o seu diagnóstico e que demorou um bocado para ser revelado. Teve que contratar um advogado para que pudesse ter acesso aos seus laudos médicos.
E encerra com uma metáfora de que a vida é como uma luz. Dependendo do ângulo de inclinação e onde ela esteja batendo, diferentes pessoas enxergam diferentes perspectivas. Alguém discorda?
Comente!