SINOPSE: Luke, Han e Leia enfrentam uma nova ameaça. Cinco anos após a destruição da Estrela da Morte, a ainda frágil República luta para restabelecer o controle político e curar as feridas deixadas pela guerra que assolou a galáxia. O Império, porém, parece não ter morrido com Dath Vader e o imperador.
Habitando os confins da galáxia, o grão-almirante Thrawn, gênio militar por trás de diversas ações imperiais, ainda luta para reconquistar o poder perdido. A bordo do destroier estelar Quimera, ele descobre segredos que lhe darão a chance de destruir definitivamente o que restou da Aliança Rebelde, para assim retomar o domínio da galáxia e controlar os últimos dos Jedi.
Star Wars – Herdeiro do Império, lançado pela Aleph, é o primeiro livro de uma nova trilogia responsável por expandir o universo, originalmente publicado em 1991, após dois anos de preparação para “capturar o escopo e a essência do universo; os rostos e as vozes dos principais personagens; o ritmo e o compasso dos filmes.”, nas palavras do próprio autor, Timothy Zahn. Ao longo dos anos 1990, muito desejei ter em mãos essa narrativa e só agora consegui satisfazer minha vontade.
Durante mais de vinte anos, esta narrativa foi considerada o episódio VII de Star Wars. Antes da compra pela Disney, antes do J.J. Abrams, antes mesmo da A Ameaça Fantasma um escritor de Oregon recebeu o convite de escrever uma trilogia dentro do Universo Expandido de Star Wars, o cânone antigo e agora convertido em Lendas pela Disney.
O resultado, como todo fã da saga conhece, foi a conhecida trilogía de Thrawn ou a trilogia da Nova República, que continuava os acontecimentos após O retorno de Jedi. Com certeza, uma das melhores narrativas e ampliações do mundos dos filmes que já foram feitas sobre a saga favorita de Ficção Científica. Na minha opinião, Timothy Zahn compreendeu, mais do que qualquer outro escritor do Universo Expandido, o espírito de Star Wars, a essência da Força e influenciou em muito dos produtos seguintes.
Para muitos, inclusive este que vos escreve, é o verdadeiro Episodio VII. A adaptação aos quadrinhos que ocorreu mais tarde, pelas mãos de Mike Baron, Olivier Vatine e Fred Blanchard ajudou muito a configurar a fama desta trilogia. Quando a Disney e J.J. Abrams anunciaram The Force Awakens imaginava, creio como muitos outros, que seguiria o que Zahn escrevera. Entretanto não foi, não excluindo o trabalho feito no roteiro de Abrams, Lawrence Kasdan e Michael Arndt, que também merece atenção, mas pelo carinho e pela nostalgia que essa trilogia trás a quem é de minha geração.
A NOVA REPÚBLICA
Já tinha passado cinco anos da destruição da segunda Estrela da Morte e a Nova República tratava de recuperar o máximo de sistemas estelares possíveis e uni-los sob uma nova democracia. O Império foi vencido, mas não acabado, e lutava para recuperar um pouco de seu poder, liderado pelo Grão-Almirante Mitth’raw’nuruodo, conhecido como Thrawn, um estrategista militar que está deixando as coisas difíceis para os membros da antiga Aliança Rebelde.
O trio de protagonistas que destruiu o Imperador e salvou a galáxia se encontra de um lado para outro, imersos nas mais diversas missões para restaurar as leis os domínios da Antiga República. Leia, grávida de gêmeos, dividida em aprofundar seus conhecimentos da Força e o serviço político da nova ordem galáctica; Han Solo tenta colocar a rede de contrabandistas de Jabba, o Hutt a serviço da Nova Republica, entretanto a histórias correm como pólvora e devido ao fatos ocorridos não é bem visto pelo submundo da Galáxia; e Luke Skywalker, em sua procura, sente as palavras de Ben Kenobi, na introdução da narrativa: “Não o último dos antigos Jedi, Luke. O primeiro dos novos…”, mas sente a tentação do Lado Negro em muitas passagens da história.
No início da trilogia de Thraw, as coisas estão assim, imersas em dúvidas e conflitos pessoais, e o Herdeiro do Império traz algumas linhas narrativas que coincidem com o novo cânone, reiniciado pela Disney. Ao lado dos personagens hiperconhecidos encontramos personagens secundários com uma viés psicológica bastante interessante, como Mon Mothma e Almirante Ackbar, por exemplo.
Como também personagens que me cativaram como o contrabandista Talon e o piloto Corran Horn, sensitivos a Força. Enfim, os personajes vivem uma tensão, que sentimos em caa página, onde as feridas ainda estão se curando, os acontecimentos do Episódio VII ainda estão na memória de todos e o medo segue a flor da pele.
Algo que admiro muito em Zahn é sua ânsia por jogar com as regras do Universo Star Wars e por isso sou fã do cara. Sua capacidade para introduzir personagens novos e icónicos é asssombrosa, sendo um marco por trazer animais, planetas, personagens, espécies, expandindo mesmo o Universo Star Wars.
Sua linguagem é fluida e espetacular, o seu Almirante Thrawn é sublime pelas manobras e malediciência, mesmo que pareça um Holmes às avessas, Zahn demonstra como fazer um vilão a altura dos Skywalker e não ser um Sith. Outro ponto positivo é a apresentação de personagens sensíveis a Força, novos Jedis e inimigos, uma forma que difere muito de outras adaptações, algo que o autor procura trazer dentro do Universo Star Wars, é a novidade, o diferente, mas respeitando o cânone.
Lendo Herdeiro do Império adentramos numa aventura cheia de mistério, ação e suspense, com descrições e detalhes técnicos bem críveis, dando cor e vida imaginária aos efeitos visuais e sonoros, conhecidos nossos.
Concebida por um fã para fâs, Herdeiro do Império um livro indispensável, uma Lenda como agora é entitulada. Mas que a Editora Aleph traz em uma edição caprichada, com uma capa belíssima, respeitando a original, reeditada e um acabamento editorial elegante. Um primeiro volume de uma trilogia que rivaliza muito com o que chegou e chegará ao cinema e uma das melhores narrativas de sci-fi, aparte dos personagens e do universo icônico que usa. Uma edição que levei tempo desejando e por fim se torna realidade e que realmente coloco como uma das minhas leituras do ano.
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