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Livro aborda as memórias de Drácula

Após o “Livro de Nod”, polêmico relato lançado lá pelos anos 1990, devido a comparações pouco usuais a Bíblia, recebi de um amigo um item que aguardava, pois continua com a mesma temática. No caso, o livro é o “Os Ritos do Dragão” (Rites of the Dragon, tradução Cleo Carreto, Devir), do norte-americano Greg Stolze, conhecido pelo trabalho ficcional para jogos de interpretação de personagens, ou melhor, dizendo Role Playing Game, o RPG.

VoR_ritosStolze constrói aqui, não um manual de jogo, mas sim, um livro de crônicas, dos fatos e acontecimentos ocorridos na vida de um dos fundadores de clã, Vlad Tepes, também conhecido como Drácula, como uma espécie de diário secreto. Nesse trabalho não encontraremos estatísticas, mecânica de jogo, ou um módulo de idéias para história, mas sim um livro de um personagem falando de sua vida, representando e apresentando uma nova etapa para o jogo adulto de RPG “Vampiro: O Réquiem”.

“O que sou? Fui um tirano, um guerreiro e um daqueles que tombaram no campo de batalha. Fui cristão, andarilho e inimigo de Deus. Mendiguei e matei, torturei e salvei, jurei lealdade e traí. Morri e retornei, e bebo sangue quente. Meu nome é Vladislaus, antigo Príncipe da Valáquia, antigo comandante de exércitos. Chamado Tepes, chamado Kazîglu Bey, chamado Drácula, sou hoje muito mais do que fui. E também, talvez, muito menos.”

Escrito em sua maior parte na primeira pessoa, como se fosse as palavras do próprio Drácula, “Ritos do Dragão” segue o ritmo do Livro de Nod. Concebido como um recurso literário para o jogo, a narrativa se consolida como uma surpreendente ficção contemporânea, apesar das características do jogo em si. Assim, vemos o mítico personagem narrando sua vida,desde o instante de sua morte no campo de batalha, passando por suas conquistas, maldades, fracassos e momentos de raiva e fraqueza, até a aceitação plena de sua condição.

A história é dividida em quatro capítulos, cada uma transmitindo a vida de Drácula com uma de sua quatro noivas. O argumento empregado pelo autor, para modificar o mito, é sensível, pois desenvolve uma filosofia própria para uma forma transcendental do próprio mundo do jogo, onde o vampirismo convive com a modernidade. Ao mesmo tempo, temos diversas ilustrações que completam o cenário da narrativa, que retratam aspectos da vida do morto-vivo mais famoso de todos os tempos, o período em que viveu oculto, a sua progressão de alma condenada a fundador da Ordem do Dragão. Suas representações são variadas, pois vários ilustradores foram convidados para esta edição, com estilos diferentes de apresentação do personagem,

A Devir, mais uma vez, está de parabéns, pela qualidade da edição, com a mesma capa aveludada do original, uma tradução bem feita e o capricho que vem trazendo com suas edições. Vale para o jogo e seus fãs, mas também pela leitura que agradará aqueles que apreciam histórias de vampiro.

[xrr rating=5/5]

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