Literatura

Meu País Inventado, de Isabel Allende

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O que você sabe sobre o Chile? Fiz-me essa mesma pergunta quando comecei a ler Meu País Inventado, de Isabel Allende. Não fazia idéia de como era o país, a vida de um chileno, os problemas de lá. Com esse livro, fiquei conhecendo um pouco mais desse lugar que está tão perto da gente, mas ao mesmo tempo tão longe. A obra é pura nostalgia. Em uma entrevista, Isabel foi questionada sobre o quanto suas lembranças afetam seus livros. A pergunta a fez lembrar de sua família e, principalmente, do Chile, país onde cresceu e que transformou a autora. Foi aí que surgiu o livro.

No início, é no Chile que as narrações se centram. Isabel mostra como era a sociedade chilena nos anos em que lá cresceu. Não muito diferente dos brasileiros, devo dizer, mas ainda assim com seu charme próprio. Isabel descreve os homens do Chile como machistas e preguiçosos. As mulheres são praticamente umas leoas, que fazem tudo pelos homens e ainda tentam buscar uma realização pessoal. Para Isabel, o Chile é um país pessimista, que esconde o seu racismo e que tem suas classes sociais bem definidas e separadas.

meu-pais-inventadoMesmo com tantos aspectos negativos, Isabel não consegue se desprender do país. Sua terra natal sempre esteve colada a ela, não importa onde ela esteja. E a autora relata também o sofrimento que foi abandonar o Chile depois do golpe militar de 1973. Apenas quando Pinochet foi deposto, Isabel voltou a pisar em terras chilenas. Durante esse período, muita coisa havia mudado em sua vida, como o início de sua carreira literária, mas a vontade de voltar à terra natal persistia.

Na parte final do livro, Isabel centra a narração na sua vida pessoal. Conta principalmente como conheceu seu atual marido, um americano, e como foi parar em São Francisco, nos EUA. Segundo ela, tanto a América do Norte quanto a Latina são o seu lar. Quando está nos EUA, sente falta do Chile e vice-versa. A insatisfação característica dos chilenos, relatada pela autora, não a deixou.

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