O livro de “O Lado Bom da Vida” tem mais drama do que mostra o filme

Com todo o sucesso que o filme tem feito, se interessar pelo livro é muito natural. Afinal aqueles que gostaram do filme vão correr para as prateleiras das livrarias ou vão correr para as salas de cinema. Se torna praticamente impossível ficar longe da história.

Bom, muito diferente do filme, o livro  de “O Lado Bom da Vida” (Lançado pela Editora Intrínseca) é muito mais drama do que comédia. O ex-professor Pat Peoples é retirado de uma instituição por sua mãe e tem apenas uma única obsessão na vida: reatar com sua esposa Nikki. Acontece que Pat não faz ideia do tempo que passou internado e de tudo o que perdeu. Sua mãe e irmão tentam poupá-lo de tudo, mas Pat sabe que tem algo acontecendo sem entender muito bem o que.
O-Lado-Bom-da-VidaTentando se inteirar dos fatos, Pat passa a participar da torcida pelos Eagles, time do coração de seu pai que apesar de todos os seus esforços se recusa a falar com o filho. Ele se exercita como louco e sempre que parece que vai sair do controle ele levanta pesos, faz flexões e corre muitos quilômetros até desanuviar. Durante sua estadia na Instituição, perdeu 30kg, mas em nada ajudou sua auto-estima.

Pat parece muitas vezes perdido no tempo e realmente está. Ele não sabe mais como agir ou falar com as pessoas. Tem medo de que qualquer deslize que cometa, Nikki vai saber e não mais irá reatar com ele. Passa até a ler os livros que Nikki como professora passa a seus alunos. Títulos como; Apanhador no Campo de Centeio, O Grande Gastby, A Letra Escarlate, os quais ele nunca mostrou interesse antes.

Nesse meio tempo ele conhece Tiffany, uma jovem viúva que como ele passou por maus bocados para lidar com a morte do marido. Aos poucos Pat consegue ir aprendendo a conviver novamente em sociedade, lidar com seus problemas e aprender o que finalmente aconteceu.

Todo mundo pergunta qual a graça em ler o livro de um filme, se você já viu e sabe a história. É simples. Depois de ler, fica mais fácil de entender. Nesse caso, é bastante compreensível porque David O. Russell decidiu por uma outra abordagem. O livro tem uma narrativa mais dramática e poucas passagens divertidas. Por vezes ficamos com raiva de Pat pois ele é completamente aéreo, distante e parece não querer saber realmente da verdade. O ambiente da casa dos pais não é o dos melhores já que sua mãe é submissa ao marido, que por sua vez é um homem ausente e não parece se preocupar nem um pouco com ele ou com as necessidades da esposa.

Os momentos mais descontraídos ficam por conta de seu terapeuta, Cliff que como Pat é torcedor fanático dos Eagles. Alguns diálogos são fantásticos, principalmente quando ele e Tiffany se juntam.

Em outros momentos, nos sentimos como ele e a sensação de não saber de nada é muito ruim. Nenhuma informação nos é passada enquanto ele não descobre. Essa dubiedade de sentimentos é exatamente como ele se sente e é assim que o livro acaba conquistando. São picos de alegria com tristeza, bem típicos do Transtorno Bipolar, mesmo mal que assola o personagem. Talvez essa nem fosse a ideia do autor, Matthew Quick, mas nós certamente ficamos com essa impressão.

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