Quem já não passou uma tarde lendo um romance policial? Às vezes, mesmo quem não tem o hábito da leitura, quando pega um romance policial, não consegue largar o livro; isso acontece porque o romance policial consegue instigar a curiosidade de qualquer pessoa. Porém, a qualidade do romance policial é muitas vezes colocada à prova e considerada como uma literatura inferior.
“É elementar, meu caro Watson.”
Essa frase exemplifica a influência do romance policial para a cultura como um todo. Sherlock Holmes saiu das páginas dos livros de Arthur Conan Doyle para ser tornar um ícone da literatura policial.
O romance policial tem sua origem com Edgar Allan Poe no livro Os Crimes da Rua Morgue, publicado em 1841. Nele, mãe e filha são encontradas assassinadas num prédio da Rua Morgue, em Paris. O detetive C. Auguste Dupin foi o precursor do personagem que utiliza a racionalidade para desvendar crimes. Esse método refletia o momento que a sociedade inglesa estava passando, onde a vida moderna começa a despontar, sendo assim, a Inglaterra é o berço do romance policial. De lá vem Sherlock Holmes, criação de Sir Arthur Conan Doyle que, além de escritor, inovou com a utilização de métodos científicos para a resolução de crimes e também escreveu sobre espiritismo.
Muitos outros autores do gênero são ingleses, além de Edgar Allan Poe e Arthur Conan Doyle, como Agatha Christie (considerada a rainha do gênero e campeã de traduções em todo mundo, perdendo somente para a Bíblia e para Shakespeare), Rex Stout (Um Toque de Campanhia, Um Discurso Fatal, Um Cadáver de Luxo), Raymond Chandler (Vou Estar Esperando, Pérolas dão Azar, Assassino na Chuva) , Dashiell Hammett (O Falcão Maltês, que foi adaptado para o cinema e fez muito sucesso no gênero do cinema noir); e alguns mais atuais, como Dennis Lehane (Sobre Meninos e Lobos, Paciente 67 – adaptado para o cinema com o título Ilha do Medo, Apelo às Trevas), P.D. James (Morte de um Perito, Paciente Particular, Trabalho Impróprio para uma Mulher) e Patricia Cornwell, responsável pela série de livros da médica-legista Kay Scarpetta que já conta com mais de 15 títulos e muitas outras obras de sucesso.
Sherlock Holmes até hoje é presença marcante na cultura ocidental. Além dos livros, vários filmes foram feitos com ele como personagem. Há pouco tempo, ele foi repaginado para ficar mais atual e ganhou um novo filme, se tornando uma mistura do velho Sherlock com as modernidades de um James Bond.
O Brasil também possui seus autores de romances policiais, como é o caso de Luiz Garcia-Roza, Joaquim Nogueira, Tony Belloto e Rubem Fonseca.
Atualmente, o romance policial recebeu uma lufada de novos autores. Com o sucesso da série Millenium, do autor sueco Stieg Larsson, as editoras viraram seus olhos para o gênero e muitos livros de autores dessa nacionalidade estão sendo trazidos para o Brasil. O primeiro livro da série Millenium foi adaptado para o cinema e terá seu remake feito por Hollywood.
Além disso, o mercado também apresenta várias opções de livros do gênero, abrangendo a investigação de assassinatos cometidos por psicopatas e serial killers, emergindo um novo tipo de criminoso. Exemplos disso são os famosos livros atuais O Aliciador e Eu Mato, esse segundo será adaptado para o cinema.
Essa diversidade faz com os livros policiais tenham classificações de acordo com o tipo de criminoso e detetive que apresenta. O site Romances Policiais apresentou uma divisão do gênero em 10 categorias: whodunnit, noir, thriller médico, thriller jurídico, espionagem, quarto trancado, suspeitos limitados, serial killers, thriller psicológico e thriller histórico (clicando no nome do site pode-se consultar a definição de cada categoria).
É um banquete farto para qualquer tipo de paladar. Com certeza, opções não faltam, sejam de autores clássicos ou contemporâneos.
Livros do gênero que você precisa ler
Assassinato no Expresso Oriente, Agatha Christie
O Cão de Baskervilles, Arthur Conan Doyle
O Falcão Maltês, Dashiell Hammet
O Destino Bate à sua Porta, James M. Cain
Morte na Alta Sociedade, Georges Simenon
Post-mortem, Patricia Cornwell
O Talentoso Ripley, Patricia Highsmith
Guinada na Vida, Andrea Camilleri
O Silêncio da Chuva, Luiz Alfredo Garcia-Roza
Sobre Meninos e Lobos, Dennis Lehane
Detetives famosos
Auguste Dupin, de Edgar Allan Poe
Hercule Poirot, de Agatha Christie
Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle
Arséne Lupin, de Maurice Leblac
Comissário Maigret, de Georges Simenon
Sam Spade, de Dashiell Hammett
Philip Marlowe, de Raymond Marlowe
Adam Dalghiesh, de P. D. James
Nero Wolfe, de Rex Stout
Pepe Carvalho, de Manuel Vásquez Montalban
Mandrake, de Rubem Fonseca
Espinosa, de Luiz Alfredo Garcia-Roza
Olá! O artigo ficou bem legal. Parabéns.
O único problema é que muitos dos escritores que você citou como ingleses são, na verdadade, americanos.
Fora isso está ótimo.
Beijos
Coincidentemente ontem eu tava gravando um poscast sobre os 120 anos da Agatha Cristie com uns amigos e citamos várias dessas obras e autores como Edgar Allan Poe, Arthur Conan Doyle, George Simenon. Gostei muito do seu texto, mas o Arsene Lupin na verdade não era detetive, era um ladrão. hehehe!!!
Gostei do texto também, é um gênero literário maravilhoso de ler num dia de chuva
Texto absurdamente cheio de erros, bem inferior a qualidade geral de textos do site. Notei ser mal dessa autora, em todos seus artigos. Ambrosia anda perdendo qualidade com alguns autores atuais.