A Experiência do Super Bock Super Rock 2019

O Festival de Música que, este ano chegou à sua vigésima quinta edição, entregou uma intensa programação que, apesar da versatilidade de gêneros, manteve uma coerência saudável na escolha dos artistas para seu line up diário.

Esta que vos fala compareceu ao primeiro e ao terceiro dia do Festival e aproveito este espaço aqui para falar um pouco sobre todos os aspectos em torno do Super Bock Super Rock, sejam eles musicais ou não.

Dentre os destaques deste ano estavam Phoenix, Migos e Lana Del Rey como as apresentações mais esperadas de cada noite, precedidos por Jungle, Metronomy, o performático Canon Osíris, o boom da internet FKJ, Charlotte Gainsbourg, Profjam, Masego, Janelle Monáe, Calexico & Iron and Wine, Kaytranada e vários mais. Ao total foram 45 concertos de música, sem contar as apresentações de warm up no dia 17, como pré abertura.

Para meu gosto pessoal, que só pude ir ao primeiro e ao terceiro dia do festival, os shows mais marcantes foram os de Dino D’Santiago, Jungle, Metronomy, Masego, Janelle Monáe e Baiana System. As surpresas ficaram por conta de Profjam, Grandfather’s House, Mike El Nite, TNT e Migos, que não conhecia. 

Dino D'Santiago

Então agora, antes de entrar no mérito das apresentações, sobre os quais discorrerei num próximo artigo, faço um balanço geral das impressões enquanto público do Festival. Para isso, falo um pouco da infraestrutura, a começar pelo transporte.

O Festival fez uma parceria com a companhia de ônibus TST para levar o público até o local, situado na Aldeia do Meco à mais ou menos 35 kilômetros sul de Lisboa. Havia duas possibilidades para pegar o ônibus, uma mais central, na Praça de Espanha e outra mais prática pra quem chegava dos arredores, diretamente da Gare Oriente. Os preços variavam entre 3,50 (desde Praça de Espanha) e 4,50 (desde a Gare Oriente).

O primeiro ponto que acho relevante ressaltar é que os preços destas viagens deveriam ser mais baratos ou até mesmo gratuitos. Imagino que a estrutura financeira do Festival permita isto. 

O segundo ponto é que no primeiro dia, 18 de julho, quando já esperava-se que o fluxo de pessoas fosse maior, visto que estava esgotado, não houve preparo para realizar o transporte de modo ligeiro. As filas de espera da Gare Oriente estavam enormes. Eu, que cheguei por volta das 14:30 tive que esperar até quase 16:40 para conseguir pegar o ônibus. Houve reclamações em torno disto e logo no segundo dia, seja pelo fluxo menor ou pelas medidas tomadas, a situação já se regularizou. O tempo de viagem era em torno de 45 minutos, sem trânsito. 

Ao chegar, havia a possibilidade da entrada pelo Camping, pra quem tinha reservado os três dias, e a entrada direta. A área do Camping estava equipada com serviços e stands específicos como padarias e um “supermercado” só de bebidas, chuveiros, banheiros e muitas áreas livres cheias de enormes árvores que acolhiam, com suas generosas sombras, as coloridas tendas dos festivaleiros.

Camping SuperBock SuperRock

O apelo à reciclagem e ao respeito à natureza era notável. Por toda parte haviam sacos de lixo espalhados, com diferentes finalidades. Além disso, pessoas com roupas de cores diferentes, passeavam pelo camping e pela área do festival, recolhendo materiais de plástico, vidro, orgânico, etc. 

A Experiência do Super Bock Super Rock 2019 – Ambrosia

A decoração, de modo geral, estava bem bonita.

Godfather house Palco LG

O chão era todo de terra batida com um pouco de grama natural espaçada pra dar a liga. Fiel ao cenário original dos primeiros grandes festivais de música, organizados em torno de uma área seca e árida, era mesmo importante que não chovesse, pois senão, o pó amarelo/marrom que cria essa camada fina nas roupas e peles e sapatos virariam lamaçal. E devo admitir que gosto deste caráter mais rústico e mais “arriscado”, pois me faz me sentir verdadeiramente em um Festival e não em um parque de diversões (cada festival tem suas vantagens e desvantagens).

A Experiência do Super Bock Super Rock 2019 – Ambrosia

Banheiro de Festival é sempre uma questão à parte, mas posso dizer que gostei também do fato de terem feito a escolha pelo orgânico, ao invés dos desagradáveis banheiros químicos. Nestes, havia aquele procedimento maroto de jogar areia por cima, num estilo bem felino de ser. De qualquer forma, mesmo que depois do acúmulo do uso ficasse mais difícil de manter a ordem perfeita das coisas, ainda assim foram alguns dos banheiros mais bonitinhos que já vi em festival, com suas portas decoradas e pintadas por fora. 

Banheiros

Assim como no Rock In Rio, aqui também havia stands de marcas que ofereciam brindes em troca de determinada interação com o público. Alguns forneciam chapéus, outros tatuagens brilhantes temporárias de corpo, enfim. Uma distração em prol da propaganda destas marcas que gerava filas de pessoas interessadas no presentinho. Há quem goste e quem não goste dessas iniciativas. Deixo aqui apenas o relato dos fatos para avaliação geral.

Pra matar a fome e a sede dos festivaleiros haviam diversos stands de comida e bebida, com opções de preço e de gostos variados, incluindo opções vegetarianas e “mais saudáveis” para além dos costumeiros hambúrgueres, pizzas e cachorros-quentes. A vasta oferta permitia com que não houvesse tanta fila. A fila maior era a do caixinha eletrônico, localizado logo à entrada do recinto. 

Para além da infraestrutura interna, o Festival também disponibilizou carrinhos e boleias grátis para quem estivesse acampando e quisesse ir até a Praia do Meco nas manhãs e tardes antes do início das programações, onde uma carrocinha do Stranger Things, patrocinada pelo Netflix, oferecia sorvetes de graça.

O caminho para a Praia

Já entrando no mérito musical, a acústica dos palcos estava mesmo muito boa, com as vozes sendo ouvidas em alto e bom som, e os instrumentos de maneira límpida e bem equilibrada. Além disso, o isolamento sonoro de um palco para outro também foi bem pensado e  funcionava bem. 

Os tempos de cada apresentação foram seguidos à risca, permitindo o público a pipocar de palco em palco, aproveitando um pouquinho de cada artista. Os atrasos médios eram de até 10 minutos para além do horário previsto.

A Experiência do Super Bock Super Rock 2019 – Ambrosia

Vale ressaltar também que a organização pensou a lotação de maneira a deixar bastante espaço livre, de modo que nenhum concerto ficou abarrotado de maneira insuportável. Havia sempre muita facilidade em se locomover, seja em torno dos 4 palcos ou nas áreas comuns. Acho até mesmo que o dia 18, por exemplo, que estava esgotado, poderia ter recebido mais pessoas ávidas em cantar junto com Metronomy ou Jungle… Fica a dica pro próximo ano do Festival. 😉

Jungle no SuperBock SuperRockO saldo geral, então, foi bastante positivo, com queixas maiores em relação ao acesso via o transporte disponibilizado, e só. A energia era boa e estava estampada nos rostos e corpos coloridos da galera que veio curtir o festival com bom espírito e boa onda. E um dos maiores elogios que posso fazer é que apesar de haver sinais de que o SuperBock SuperRock está tornando-se um festival de porte grande, ainda consegue manter aspectos de festival mais intimista, seja na programação como no próprio local.

A Experiência do Super Bock Super Rock 2019 – Ambrosia

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