A compositora, cantora, percussionista e produtora musical Alessandra Leão lança, em todas as plataformas de streaming, Borda da Pele, primeiro single de seu novo álbum, Acesa, que tem lançamento previsto para o dia 10 de novembro. Contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018, o disco é composto por 10 faixas e produzido e arranjado pela artista ao lado do produtor musical Caê Rolfsen, com quem lançou Macumbas e Catimbós, indicado ao Grammy Latino 2019.
O álbum é a finalização do projeto de mesmo nome, que passou por diferentes etapas. Na primeira delas, Alessandra Leão realizou conversas em caminhadas livres, sem roteiros pré-determinados, com mestres, músicos e líderes religiosos ligados às tradições do coco, ciranda, maracatu de baque solto, jurema, umbanda e candomblé dos estados de Pernambuco, Paraíba e São Paulo. Em um segundo momento, os bate-papos foram transformados em websérie, disponível no canal do YouTube da artista, e fizeram parte do processo de pesquisa para o novo trabalho.
SINGLE
Borda da Pele, composição de Alessandra em parceria com a escritora Micheliny Verusnk e Caê Rolfsen, mostra a principal característica de Acesa: trata-se de um disco todo pensado a partir de arranjos com sintetizadores, que permitiram a criação de novos sons, timbres e texturas.
“O que tem me instigado muito na formação instrumental desse trabalho é a possibilidade de criar e processar os sons de outras maneiras que eu não usava anteriormente ou que tinha utilizado pouco”, conta Alessandra. “Essa canção tem bastante percussão e um synth mais agudo como base”, comenta sobre o single.
Segundo a cantora, a primeira frase da letra, “a borda da minha pele faz sombra”, veio como inspiração durante uma caminhada em deriva pelo centro de Montevidéu, Uruguai, na luz do fim de tarde em uma região bastante movimentada da cidade, com barulhos e ruídos entre o trânsito das pessoas. “Para mim, Borda da Pele é muito mais o movimento para dentro, de buscar um tesão como pulsão de vida, de um brilho de estar no mundo”, explica. “É o olhar para si, se encontrar para poder se lançar. Achar a fagulhazinha que está ali. É um convite muito grande para o movimento, encontro e para dançar”, fala.
Ela conta que, assim que ouviram o arranjo de Borda da Pele pronto, perceberam que seria essa a música de apresentação do álbum, pela alegria e vontade de dançar que sentiram. “Pensei: nesses tempos, acho que talvez seja isso que a gente está precisando, de pulsão de vida, inclusive para que a gente possa enfrentar os desafios que estão a nossa porta”, lembra ela. “Acredito em um mundo que melhora dançando. A dança, a música e a arte como estratégia de sobrevivência mesmo.”
A ARTISTA
Compositora, cantora, percussionista e produtora musical, nascida em Pernambuco, Alessandra Leão tem oito discos lançados. Foi indicada ao Grammy Latino, ao Prêmio da Música Brasileira e ao WME, e recebeu o Prêmio Grão de Música, pelo conjunto da sua obra.
Começou na música como uma das integrantes/fundadoras da banda Comadre Fulorzinha, no final da década de 1990, durante a efervescência do movimento Mangue Beat. Ao lado de musicistas como Karina Buhr e Isaar, parceiras de banda, contribuíram para abrir trilhas para gerações seguintes de mulheres, sobretudo na percussão e em papéis de liderança artística.
Em 2006, iniciou sua carreira solo com CD Brinquedo de Tambor. Em 2009, lançou o CD Dois Cordões e mais recentemente Macumbas e Catimbós, indicado ao Grammy Latino 2019. Faz parte de sua discografia a trilogia de EPs Língua – composta por Pedra de Sal (2014), Aço (2015) e Língua (2015) – e os projetos Folia de Santo (2008) e Guerreiras – Trilha Sonora Original (2010). Atualmente, prepara para o lançamento do seu nono disco, Acesa, selecionado pelo programa Rumos, do Itaú Cultural.
Em 25 anos de carreira, Alessandra Leão atuou ao lado de importantes músicos e compôs com parceiros como Chico César, Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Juliano Holanda, Caçapa, Lívia Mattos, Siba, Arthur de Faria e Dani Nega. Já se apresentou no Brasil e em países da Europa, América Latina e América do Norte. Ministra aulas de voz e de ilu (tambor usado nos terreiros de Xangô e Jurema em Pernambuco) e é curimbeira da Casa de Umbanda Pai João da Ronda – Terreiro Recanto Quiguiriçá.
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