“Quero o meu canto calmo/Quero o espanto calmo”, afirma o multi-artista Antonio Sobral em “Canto Doce” em busca de um momento de respiro. A faixa é um dos destaques de “Marulho”, um álbum visual composto em viagem e traduzido em canções-mergulho sem medo de ir a fundo. O lançamento é do selo Desmonta e ganha um clipe que é um diário visual e afetivo em super-8 sobre um encontro com a natureza.
“Era um dia triste e bonito. Resolvi caminhar. Ao chegar no topo de um morro, me deparei com um vale, coberto de mata. A beleza da vista foi dinamizada pelo rasante de um gavião sobre a minha cabeça. Neste momento, a letra e a melodia de ‘Canto doce’ me vieram, praticamente como foram gravadas depois: cristalinas. A música fala sobre o encontro da paz na Natureza, e sobre a importância de ter os olhos abertos nesta jornada, para poder perceber esta paz e afinar o canto com doçura, aveludando as arestas de dentro”, conta Antonio.
A estreia como artista solo celebra o seu próprio movimento: há 8 anos, Sobral trocou sua vida em Berlim por uma vivência na serra fluminense, onde se dedica à agroecologia e à produção cultural, no território rural de São José do Vale do Rio Preto, fazendo a curadoria da Residência São João.
“O disco foi gravado no auge da pandemia, quando as baterias do mundo andavam fracas. Passamos duas semanas em imersão no estúdio de gravação da Residência São João, um espaço de criação em plena área rural, onde eu vivo. Foi um privilégio ter este tempo para buscar os sons que nos levariam às paisagens emocionais das composições”, reflete Sobral.
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