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Apresentação de Katy Perry no Super Bowl 2015 é o ápice da tecnologia

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Os americanos nos acostumaram mal. E para impressionar, tornaram a emoção regida pela tecnologia. A apresentação de Katy Perry no halftime da final do Super Bowl 2015 deixou essa pulga atrás da orelha. O impressionante uso de leds e projeções foi impecável. Tridimensiona tudo o que reluz sobre o palco. E com uma precisão e qualidade técnica invejável. Mas e aí?

Michael Jackson, Prince e até Diana Ross, em edições anteriores e com o mesmo desafio de ocupar os imensos estádios do jogo americano, foram muito mais longe sem o uso de tamanho aparato. Domingo (01/02), sob uma audiência superlativa (recorde dos últimos 5 anos), a apresentação de Perry se dividiu em cinco grandes momentos: a abertura, numa alegoria felina muito bem feita, desfilando entre “bolas” iluminadas por leds manejadas à distância, foi promissora; assim como o movimento do balé (com fantasias de carnaval carioca – e isso foi um elogio!), evoluindo sobre uma enorme projeção no palco, num resultado espetacular. A versão roqueira de “I Kissed A Girl” com Lenny Kravitz também foi bastante acertada.

Nos dois momentos em que a tecnologia não era acionada, a apresentação se mostrava questionável. Afinal, o que foi “Teenage Dream” versão Muppets? E Missy Elliott completamente deslocada do todo? Assim como a questionável opção por um gran finale em uma estrela cadente circense, voando sobre o estádio. Os americanos nos acostumaram mal. Queremos ver integração entre espetáculo, tecnologia e performance, e não apenas uma demonstração do Video Game Lives. Katy foi inegavelmente bem sucedida, mas deixou-se levar pela trucagem ao extremo. Beyoncé, em 2013, espetacularizou seu gogó (apesar do fim anticlimático imperdoável). Black Eyed Peas, em 2011, até que soube personalizar seu próprio futurismo. Mas ainda assim, ninguém captou tão bem a essência do que é fazer um show dessa grande proporção como Madonna.

Ali, ela fez de tudo, entre o humano e o tecnológico, para esquecermos seu playback (veja o vídeo abaixo). E foi sagaz no resultado um tanto épico (finalizando “desaparecendo” dentre um coral ao som de “Like a Prayer“). Os americanos nos acostumaram mal. Tão mal que ficamos exigentes demais para bater palmas diante de apenas um circo tecnológico. Next!!!

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