As novelas passionais de Del Rey

 As novelas passionais de Del Rey – Ambrosia

Romantismo – movimento cultural do século XIX, articulado pelas idéias burguesas, que idealizou a realidade em seu aspecto subjetivo, egocêntrico e também cobrou forte lirismo nacionalista. Tal movimento é notório pelo sentimentalismo desmedido do eu lírico ou narrativo, colocando as impressões destes em primeiro plano.

Estilo de arte é primordial para se observar no cerne da produção musical da estreante cantora do mercado americano Lana Del Rey. A moça se chama Elizabeth Woolridge Grant ou apenas Lizzy Grant, e já possuía um trabalho anterior de titulo homônimo, o qual possui a mesma identidade musical que o atual, porém de maior exagero vocal. Tal foi relançado.

Born to Die, canção de mesmo título da obra, sintetiza toda a atmosfera romântica desta. A paixão e a morte, transitando pelo sofrimento e sensualidade – neste ponto a faceta idealizada do movimento romântico se torna terreno. Em Video Games (primeiro sucesso, aliás) também há a invocação do amado e o intenso deslumbre de amor, como na faixa bônus Without You.

As novelas passionais de Del Rey – Ambrosia

É curioso as canções multiplicarem-se de um mesmo pilar, paixões intensas, para varias situações possíveis (tal como o Romantismo se alastrou): do patriotismo (National Anthem), à paixão de verão (Summertime Sadness), passando pela aparente inocência (Lolita, a qual se originou no primeiro trabalho com menos sintetizadores do que o relançamento como faixa bônus em Born To Die) e Off the Races que é um rap ‘bonitinho’. Lana Del Rey configurou um estilo para si: cantar novelas passionais. Os arranjos são ‘cheios’ e encorpados, devido à tendência indie – hipster – da cantora, que transmite uma musicalidade que cabe a cada música. A voz dela não surpreende como todos notam, contudo encanta pelo caráter languido.

Todas as letras são de uma poesia jovial intensa e possuem seu público, fazendo singles realmente fortes e bons, contudo o conjunto da obra é por demais repetitiva, devido a mesmice da intensidade, cheio de passionalidade. Mesmo com belas canções como Carmen.

Curiosamente, a respeito do marketing, a imagem da artista é extremamente sedutora às revistas e publicações, entretanto Del Rey se diz encabulada ao cantar para grandes multidões.

No fim, Lana Del Rey ainda tem o que amadurecer quanto a sua obra, sendo o seu estilo um passo, há necessidade de saber dosá-lo e melhorá-lo. Tal tarefa é frágil uma vez que ela se encontra na zona dos artistas consumíveis com o tempo, como argumentou seu produtor em certa entrevista.

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