Em sua carreira solo, Mano Brown parece ter se desgarrado do rap e abraçado a soul music e o funk, como se pôde ouvir em seu álbum “Boogie Naipe”. É um álbum dançante, que remete aos bailões dos anos 70. Mas, claro, não falta discurso e contundência, embora de uma forma bem mais suave do que no Racionais MC.
Foi promovendo um um clima dançante no fim de tarde do ultimo domingo, que o rapper paulista, acompanhado da banda batizada com o nome do disco, abriu os trabalhos do último dia de Palco Gênesis da Game XP. A plateia que se concentrava em frente ao palco era menor do que nos dias anteriores, mas isso não impediu a animação. Quem deixou as filas na montanha russa ou roda gigante e foi para o espaço dedicado à música levou a melhor.
Condizente com a proposta do disco, a decoração do palco remetia aos anos 70, com a capa do disco no telão e um globo espelhado que desceu na reta final reforçando o clima. Até uma mesa de bar (com uma garrafa de uísque e copos) ajudava a compor o cenário. Para quem esperava um show de rap com clima de protesto predominante, a apresentação de Mano Brown foi uma surpresa.
Com o repertório calcado nesse elogiado álbum solo, Brown mostrou versatilidade e certamente despertou interesse em muita gente que não conhecia esse trabalho solo. E que venham mais visitas a bordo dessa nave dançante.
Foto: Cabana do Leitor/Isa Fernandes (reprodução)
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