Cláudio Frêp retoma carreira com o clipe de “Sobre as mãos de Burle Marx”

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Canção integra o álbum “Sebastião e o Cu do Tempo”, lançado antes da pandemia

Após um período sabático devido à pandemia da Covid-19, o cantor e compositor Cláudio Frêp volta à cena com clipe da música “Sobre as mãos de Burle Marx”. A canção romântica, que ocupa a quarta faixa de seu terceiro álbum, “Sebastião e o Cu do Tempo”, lançado ainda em 2019, presta homenagem ao Aterro do Flamengo e ao paisagista Roberto Burle Marx.

– No momento em que o mercado musical se consolida na escolha por lançamentos em singles, optei por um álbum composto de 13 faixas por acreditar na força do diálogo entre cada canção apresentada e na importância de desenvolver um trabalho onde o produto final possa se mostrar maior que a soma de todas as partes através de conceitos e estado de alma gerados dentro de um determinado processo e contexto histórico – explica.

Frêp, que tem formação teatral e até circense, revelada pelo uso de pernas de pau no clipe, é influenciado pelos grandes cancioneiros da música brasileira, o que já fica evidenciado em seu primeiro álbum, “Inteiro”, com arranjo e direção musical de Tom da Bahia, de 2008. O segundo, “Tereza”, com arranjo e direção musical de Zeca Rodrigues, de 2015, tem como conceito a liberdade e usa como alegoria a corda Tereza, feita de panos e usada em fugas de presos e em movimentos de greves sindicais. A liberdade é tratada sob vários aspectos. 

Cláudio Frêp – Crédito Fotográfico Alessandro Persan

Já em “Sebastião e o Cu do Tempo”, a veia poética do compositor se encontra com Muato, arranjador e diretor musical do álbum, que faz seu percurso deixando-se levar por fios condutores presentes na concepção das letras e melodias para assim elaborar a vestimenta sonora de cada canção em uma costura amarrada, sem pontos falsos que possam se romper entre uma faixa e outra. Nesse processo de criação, o arranjador não economiza sensibilidade na direção de um álbum que tem como traço marcante a reverência à fina tradição da música brasileira sem abrir mão das matizes de contemporaneidade, sobretudo na sua última faixa, “What Poor’s That?”, uma espécie de ópera pop mesclada com elementos do rap, do samba e do gospel que aborda questões atuais. A ficha técnica conta com músicos consagrados, como o guitarrista Victor Biglione, o baterista Pantico Rocha, o bandolinista Luiz Barcelos e Kiko Horta no acordeão.

“A princípio, o álbum se chamaria apenas ‘Sebastião’, pois a ideia original tinha como mote a cidade do Rio de Janeiro, com abertura para citações a poetas brasileiros e portugueses, como se pode observar nas seis primeiras faixas. No entanto, com a crise política instalada no país a partir de 2016, novos caminhos foram se estabelecendo como necessidade vital”, revela o Frêp, que já está de volta aos estúdios, na produção do seu próximo projeto, que será lançado ainda neste semestre.

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