Deadman Jack acaba de compartilhar seu primeiro disco em português intitulado “Pet Shop” e o clipe da faixa “Tattoos”.
O processo de composição do projeto se deu em parceria com seu amigo Yuri Mascarenhas, no qual se proporão a compor suas emoções e influências nas músicas, colocando em pauta assuntos como vícios, depressão e amor, a fim de se conectar com as pessoas que também passam por isso e mostrar a elas que ninguém está sozinho nessa.
A mensagem do disco mostra a volta do rock alternativo e emo no Brasil, como o mesmo já está sendo feito nos EUA, trazendo essa vibe de volta para o nosso país, além de tratar de assuntos como já ditos antes sobre, relações amorosas, vícios e depressão, com músicas que de certa forma você pode até se divertir e ouvir em roles de forma agitada.
Grande parte do disco foi programado no home studio do artista e algumas partes no Dead Bird Studio em Nova Friburgo/RJ com Marcelo Perrone. A produção é feita de forma independente, sendo tudo mixado e produzido por Deadman Jack (Lukas Sant’Anna). O projeto surgiu em 2015 entre amigos e teve inicialmente o primeiro álbum lançado com uma pegada mais pro trap misturado com o nu-metal. Atualmente a banda foca mais um estilo alternativo, misturando rap, vocais melódicos e elementos eletrônicos.
Conversamos com Deadman Jack sobre sua trajetória, processo de composição, influências musicais, entre outras curiosidades. Confira!
De onde surgiu o nome “Deadman Jack”?
O nome veio apenas de uma combinação legal que pensamos. Algumas pessoas acham que é uma referência ao filme “Clube da Luta” mas foi só uma junção que gostamos de como ficou.
Como e quando surgiu o projeto?
Sempre estive em bandas e gravando materiais cover no meu quarto desde os 16 anos e em 2015 resolvemos criar nosso próprio estilo de música e criamos o Deadman Jack já que não escutamos nada parecido aqui pelo Brasil.
Você segue promovendo seu último lançamento, o disco “Pet Shop” . Como foi o processo de gravação desse material?
O “Pet Shop” foi processo de um ano e alguns meses de gravação, durante a pandemia, o que deixou o processo bem conturbado, o isolamento social dificultou as coisas mas também inspirou bastante a composição do álbum. Eu tive o psicológico bastante afetado durante essa pandemia e acredito que muita gente também. Apesar disso, sempre me mantive no quarto trancado com meus próprios demônios e expondo meus sentimentos em cada faixa. O que torna um álbum bem pessoal pra mim. Cada faixa parece um pedaço da minha mente e como eu me sentia no momento.
O disco anda sendo muito bem recebido pela mídia especializada . Como você está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?
Eu agradeço muito o feedback que tenho recebido e principalmente das pessoas falando da inovação e a forma independente que fizemos tudo, mas acredito que ainda temos muito mais pela frente para ajudar a erguer a cena alternativa de volta.
Suas músicas demonstram muita intensidade e entrega . Existe alguma composição que seja mais especial para você?
Tenho algumas favoritas como “Desperado” em que acredito que funde bem minhas influências musicais e consegui criar algo meu. A mais especial acho que seria a última faixa “Trinity Knot”, foi bem difícil de gravar pois estava em uma fase ruim da minha vida e cheguei a montar 3 versões dela. Chegou a um ponto que estava tão difícil gravar ela que eu nem queria ouvir mais, e o piano do final acho que expressa bem isso e fiz como se fosse algo que fica tocando no espaço até a eternidade, como um sentimento que nunca acaba.
Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som do Deadman Jack?
Eu sempre fui muito influenciado por Linkin Park e a inovação que veio junto com o som deles, mas também coisas da adolescência como Blink 182, Papa Roach e Sum 41. Quanto aos artistas atuais eu gosto muito do que artistas mais recentes vem fazendo como Bring me the Horizon, Machine Gun Kelly, Mod Sun e Jxdn. Eu vejo esses artistas voltando com a cena alternativa e quero fazer o mesmo. Além disso sou muito inspirado em trilhas sonoras desde alguns trabalhos dos Dust Brothers e Hans Zimmer, acho que quem conhece alguns filmes em que eles fizeram a trilha sonora conseguem pegar algumas referências.
De onde vem a ideia de misturar diversos gêneros musicais nas composições?
A ideia de misturar vários gêneros musicais vem primeiro da tentativa de inovar. E também não acredito mais em gênero ou rótulos que as pessoas dão para as bandas, eu posso fazer um som ultra pesado quando quiser, assim como uma balada leve. Gosto de pensar que posso fazer de tudo e quebrar essa barreira.
Podemos esperar mais material inédito em breve?
Eu tenho vários materiais não lançados ainda, alguns covers adaptados ao nosso estilo e algumas coisas bem diferente do Pet Shop, de certa forma mais sombrias. Eu to sempre compondo e gravando no meu quarto e já até penso em um próximo EP, mas agora estou focado na vibe do “Pet Shop”
Como você vê o impacto da pandemia e do desgoverno brasileiro em relação à cultura nacional em meio a pandemia de covid 19?
A pandemia enfraqueceu muito a cena, diminuindo muito o número de eventos que normalmente são da onde os músicos independentes ganham algum dinheiro e o governo atual claramente não favorece o meio artístico. Com a vacinação chegando a todos, por mais demorado que tenha sido, eu espero no futuro uma união dos artistas para montarem a cena e não deixarem o movimento de bandas no Brasil enfraquecer, temos ótimos artistas por aqui que só precisam de mais oportunidades e colaboração para a cena.
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