Violonista apresenta arranjos inéditos para obras dos mestres brasileiros.
Com a chancela de nomes como Guinga e Maurício Carrilho, o violonista, compositor e produtor musical Iuri Bittar está lançando Alma Brasileira, álbum que apresenta arranjos inéditos do músico para obras de Ernesto Nazareth e Radamés Gnattali, mestres da música brasileira, em especial do choro. O projeto, primeiro álbum de violão solo de Iuri Bittar, chega às plataformas de streaming dia 01 de julho, pela gravadora Biscoito Fino, junto com o videoclipe do tema “Escorregando”(Ernesto Nazareth).
A escolha por Ernesto Nazareth e Radamés Gnattali aconteceu quando Iuri Bittar descobriu a profunda conexão artística entre os dois compositores: “Eu já estava debruçado em alguns arranjos para peças do Nazareth, quando encontrei uma partitura de ‘Alma Brasileira’, do Radamés. Nunca tinha ouvido aquele choro e o tema da segunda parte me lembrou ‘Nenê’, de Nazareth. Comecei a pesquisar mais e encontrei um vídeo no YouTube de um programa comandado por Tom Jobim, na TV Manchete, no qual Radamés falava muito sobre Nazareth, usando exatamente o choro ‘Nenê’ para demonstrar a Jobim o apreço que tinha pela escrita do pianista. Lembrei da homenagem feita por Radamés na suíte ‘Retratos’, na qual dedica o segundo movimento a Nazareth, e a partir daí a ideia do disco foi tomando forma”, pontua Iuri.
O álbum, que tem direção musical de Ricardo Dias, conta com três convidados: os violonistas João Camarero, Paulo Aragão e Vicente Paschoal. Em Alma Brasileira,Iuri Bittar une sua vasta experiência como violonista de choro a um minucioso trabalho de arranjo e adaptação ao violão de peças originalmente compostas para piano por Nazareth e Radamés.
O resultado é uma série de arranjos para choros, tangos, valsas e sambas que, segundo depoimento do violonista João Camarero, “vêm para contribuir muito para a literatura do violão brasileiro“. Para Bittar, o principal desafio foi manter as características fundamentais que fazem dessas peças verdadeiras obras-primas e, ao mesmo tempo, conseguir uma escrita e uma sonoridade características do violão.
“É quase tentar fazer parecer que tais obras tenham sido de fato escritas para violão. Não sei se consegui, mas sempre foi meu objetivo”, define Iuri, que acredita que o choro esteja sendo mais difundido atualmente do que em décadas passadas. “O choro sempre foi uma música muito viva no Brasil.
Talvez, entre as décadas de 1970 e 1990, o mercado da música tenha investido pouco na produção de discos de choro, mas com a ascensão da internet, o trabalho de músicos e conjuntos pôde alcançar mais pessoas. Sendo o choro um gênero musical muito cativante, é natural que esse contato tenha aumentado o interesse pela prática musical”, finaliza Iuri Bittar, que integra o corpo docente da Escola Portátil de Música e do Instituto Casa do Choro, há mais de dez anos.
ALMA BRASILEIRA – IURI BITTAR INTERPRETA NAZARETH E RADAMÉS – Repertório
ALMA BRASILEIRA (Radamés Gnattali)
ESCORREGANDO (Ernesto Nazareth)
BRASILIANA Nº 13 II Movimento:Valsa (Radamés Gnattali
BRASILIANA Nº 13 III Movimento:Choro (Radamés Gnattali)
MALY (Ernesto Nazareth)
Participação especial: Paulo Aragão, João Camarero e Vicente Paschoal
FLORAUX (Ernesto Nazareth)
SUITE RETRATOS (Radamés Gnattali)
Participação especial: Vicente Paschoal
MYOSÓTIS (Ernesto Nazareth)
PLANGENTE (Ernesto Nazareth)
BOLACHA QUEIMADA (Radamés Gnattali)
Participação especial: João Camarero
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