Letícia Coelho, de Amparo da Serra, Minas Gerais, apresenta o disco “Brota”. Nele Letícia traz a música de rua (rural e urbana) em diálogo com outras estéticas, como o rock e a música experimental eletrônica.
O álbum de 15 faixas é um mergulho da cantora em mundos possíveis, em brechas que podem ser abertas onde menos se espera. A obra inspirou um filme em formato curta metragem que contou com exibição de cinema no SESI Teatro de Bolso, em Belo Horizonte, no último dia 28. Agora, o projeto audiovisual chega também ao canal da artista.
Ainda será possível ouvir ao disco nas plataformas digitais: o lançamento oficial do fonograma será no dia 14/07.
Brota emerge da lama de Mariana e Brumadinho, contexto que cala, silencia e invisibiliza milhares de existências postas às margens pelos desastres políticos do mundo em que vivemos. O filme traz uma geografia da impermanência, ora festiva ora reflexiva, sempre propondo o movimento e o risco.
No curta metragem de 12 minutos acompanhamos a personagem principal, uma viajante, em seu percurso por um novo mundo. A protagonista vive três momentos ao longo da vida e, depois de passar por descobertas, rupturas, desafios e recriações, se percebe outra.
O filme se debruça sobre a trajetória desta viajante que parte do rural para o urbano, da natureza para o asfalto, do oral para o escrito, da tentativa ao erro e ao risco, percurso que se conecta com memórias populares e heranças diaspóricas afro-ameríndias. Adentrando as trajetórias femininas, narrativas de desafios, permanências, ciclos de “morrer e nascer” e conflitos, o disco se encosta na cidade, em sua insanidade e violência, jogando seu jogo com os saberes que carrega. Brota dança a revolução e caminha pela coragem de se reinventar.
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