Magnífica Máquina Maldita, projeto idealizado por Eduardo Seabra, faz uma fusão de estilos como pode ser visto em “Carranca”, ciranda-coco com forte tom roqueiro. A faixa é uma homenagem à cultura dos remeiros do Rio São Francisco, que acreditavam que as carrancas em suas barcas os protegiam dos perigos da navegação.
“Acho que este é o aspecto que mais me fascina: a dualidade inerente à ideia de que um monstro que nos acompanha pode nos proteger de outros monstros exteriores. A letra fala justamente sobre isso. Musicalmente, Carranca surgiu da tentativa de compor algo no estilo da grande Lia de Itamaracá. No fim das contas, a canção acabou soando menos como uma ciranda e mais como um coco eletrificado, com alguns elementos de baião e maracatu”, conta Eduardo.
Transitando entre o popular e o experimental, o projeto incorpora elementos do rock alternativo, samba de raiz, eletroacústica, coco, jazz e baião. O álbum de estreia do grupo, homônimo, foi lançado em 2022 com produção de Bryan Holmes e contava com a faixa, que agora ganha um destaque com sua representação em vídeo.
O clipe de “Carranca” é uma ode aos mestres carranqueiros da região do Rio São Francisco, com destaque para figuras como Mestre Afrânio, Mestre Guarany, Ana das Carrancas e Carina Lacerda, que serviram de inspiração para a representação visual da carranca no vídeo, interpretada pela bailarina Flora Bulcão.
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