‘Acabou, chorare. Ficou tudo triste, de manhã cedinho’
Moraes Moreira – um dos nomes mais imponentes da música brasileira do século XX, faleceu nesta segunda-feira, 13 de abril, em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. Vivendo sozinho aos 72 anos na Gávea, a notícia veio através de sua família, já deixando muita saudade para todo mundo que ama a música brasileira.
Nascido em em Ituaçu, na Chapada Diamantina da Bahia, Antônio Carlos Moreira Pires começou a tocar aos 13 anos com a sanfona nas festas de São João e ainda na adolescência aprendeu a tocar violão. Indo para a cidade de Salvador prestar vestibular para medicina, desistiu ao conhecer Tom Zé em um seminário de música, mudando completamente sua vida dali para frente.
Ao lado de Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor, Moraes formou os Novos Baianos, grupo que mudou a música brasileira entre 1969 a 1975, abrindo caminho para muito do que veio depois no swing nacional.
Após sair dos Novos Baianos em 1975, Moraes gravou mais de vinte discos e teve uma promissora carreira como artista solo, lançando seu último disco (Ser Tão) em 2018, já aos 70 anos!
No último ano de vida Moraes Moreira lançou o show Elogio à inveja, em que interpretava canções que gostaria de ter feito, com obras de Lupicínio Rodrigues, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Orlando Silva e mais.
Ainda nesta última semana, também em quarentena, Moraes Moreira continuava a compor e escrever e sua última obra acabou sendo um cordel justamente tratando da situação atual: “Eu temo o coronavírus / E zelo por minha vida / Mas tenho medo de tiros / Também de bala perdida, / A nossa fé é a vacina / O professor que me ensina / É a minha própria lida”.
Uma tremenda perda para a música nacional, ainda que sua grande alegria permaneça através de sua obra. Obrigado pelos peixes!
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