Novo trabalho solo de Thom Yorke representa a dimensão de sua inquietação sonora

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Definitivamente, vem mesmo de Thom Yorke a alma e, por que não?, a personalidade sonora e melancólica da talvez melhor banda de rock hoje no mundo, o Radiohead. E é saindo do contexto de grupo que essa verdade se estabelece. Em sua carreira solo, o vocalista lança Amok, o disco de estreia do Atoms for Peace, com a alcunha de ser um supergrupo de rock eletrônico ou post-rock. Ao lado de Yorke, estão o produtor e multi-instrumentista Nigel Godrich e o baixista Flea (Red Hot Chili Peppers), além do baterista Joey Waronker (R.E.M. e Beck) e do percussionista brasileiro Mauro Refosco.

A banda se reuniu pela primeira vez em 2009 para interpretar as faixas de The Eraser, álbum da carreira solo de Yorke. Os músicos fizeram uma breve turnê pelos Estados Unidos e uma aparição no festival Coachella. Nesses shows a coisa acabou evoluindo para algumas músicas inéditas. Divulgado para audição em streaming em fevereiro e lançado nas lojas pouco depois, Amok traz econômicas nove faixas que nivelam o apuro de experimentação eletrônica do cantor.

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As canções parecem querer exprimir a sensorialidade do interlocutor, algo bem significativo na carreira progressiva do próprio Radiohead. Além da “música de trabalho” Ingenue, que ganhou um clipe interessante com Thon, mais uma vez, expressando-se pela dança, com ares de Pina Bausch, o cd tem outros destaques como a sóbria e dramática Unless, que abre o álbum.

Thom trabalha suas canções com dimensionamento da melodia em composição com o ar lacônico das letras. Atoms for Peace procura estilizar essa espécie de concepção sonora quase que como um gênero próprio. Tanto que quase todas as canções do trabalho podem muito bem funcionar como trilha sonora audiovisual. Esse estudo das possibilidades da música eletrônica vem sendo trabalhado a cada trabalho do vocalista, seja na banda que o deu reconhecimento, seja em seus trabalhos paralelos.

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Amok acaba por representar uma evolução de The Eraser, até pela maturidade com que Thom e cia agregam às construções sonoras, dentro da pretensão de ir além do simples uso de sintetizadores, tornando orgânico a sonoridade experimentada. Muito dessa inquietação é o que traz substância ao Radiohead, sendo assim, representando o próprio Thon como a alma viva (e criativa) simultânea à todos esses projetos.

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