Cinco anos depois de se posicionar contra Jair Bolsonaro, então candidato à presidência da república, Roger Waters se envolveu em mais uma polêmica na atual vinda ao Brasil antes mesmo da realização dos shows. O advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, enviou uma carta ao ministro da Justiça, Flávio Dino, pedindo que a entrada do músico britânico seja impedida e os shows cancelados. Isso por conta do traje que o ex-líder do Pink Floyd usa em determinada parte do show. O jurista também se pauta em outras demonstrações tidas como antissemitas por autoridades judaicas. O Ministério Público Federal (MPF) arquivou a apelação. Mas o que de fato quer dizer essa indumentária?
Precisamos entender o conceito de The Wall, disco conceitual, seguindo a linha art rock dos três antecessores, sobre um roqueiro no auge da fama, mas atormentado por fantasmas do passado. A perda do pai, ainda no ventre materno, a super proteção materna, o rígido sistema de ensino britânico dos anos 50, casamento falido vão se somar aos efeitos colaterais do estrelato. Acreditando que a única forma de se defender das mazelas do mundo real é o isolamento, ele se refugia atrás de um muro imaginário que dá título à obra. Fazendo uma crítica à indústria e à megalomania dos rock stars, Waters faz um paralelo entre o astro e um líder de um regime totalitário. Daí o traje parecido com os oficiais nazistas e o símbolo (dois martelos cruzados) remete à suástica nazista. Mas o intuito é a crítica, jamais uma apologia ao regime de Hitler.
O projeto The Wall era ambicioso e abrangia, além do disco, um megashow que rodou pelos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha entre o final de 1980 e inicio de 1981, e um longa metragem que seria lançado em 1982, com direção de Alan Parker. Em 2010 Waters revisitou o disco com uma longa turnê que passou pelo Brasil em 2012.
Roger Waters trará sua turnê de despedida ao Brasil, a partir do dia 24 de outubro, passando por Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo, onde fará duas apresentações.
Roger Waters – This Is Not a Drill
Brasília: 24 de outubro – Estádio Mané Garrincha
Rio de Janeiro: 28 de outubro – Estádio Nilton Santos (Engenhão)
Porto Alegre: 1º de novembro – Arena do Grêmio
Curitiba: 04 de novembro – Arena da Baixada
Belo Horizonte: 8 de novembro – Mineirão
São Paulo: 11 de novembro – Allianz Park
São Paulo: 12 de novembro – Allianz Park (data extra)
Ingressos no site da Eventim
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