Filho do poeta paranaense se une a grupo carioca e, juntos, lançam uma “subversão” de “Dor Elegante”
O músico curitibano Paulo Leminski Neto retoma suas verdadeiras origens e, com o grupo carioca Salvadores Dali, lança uma nova versão de “Dor Elegante”, originalmente musicalizada por Itamar Assunção nos anos 90 em cima de letra do poeta Paulo Leminski, pai do artista, e mais tarde gravada por Zélia Duncan e Chico César, entre outros.
O videoclipe filmado na Biblioteca Parque Estadual, no centro do Rio de Janeiro, celebra a união de Paulo com os Salvadores Dali. Para a produção também ser elegante, capturaram influências de alguns clássicos do cinema cult, tais como em obras de Godard e Wenders. O clipe conta ainda com a participação da cantora Nay Duarte atuando como modelo. O lançamento será precedido de uma live com o biógrafo que revelou toda a história da paternidade omitida, e a data não poderia deixar de ser o aniversário do poeta, 24 de agosto, quando Leminski faria 78 anos de idade.
Nos idos da década de 80, o poeta curitibano Paulo Leminski era a maior influência nas letras da banda de adolescentes que mais tarde daria origem aos Salvadores Dali.
Refazer Dor Elegante como música, abandonando a composição original de Itamar Assunção, tornou-se o projeto da banda, propondo nova melodia e harmonia e explorando novos horizontes para a antiga poesia. O toque final seria a inserção de um Rap com letra de Leminski Neto, bem no meio da nova música. É o que eles chamam de subversão, conceito que a banda criou para definir suas versões iradas de composições não autorais.Eles já fizeram isso com Noel Rosa, durante o primeiro ano da Pandemia, e depois com “Bella Ciao”, que viralizou em setembro 2021.
“Mas dessa vez seria um desafio ainda maior”, afirma o guitarrista Marcio Meirelles, “afinal mexer com a conexão melopoética de uma canção já consagrada poderia ser considerado um sacrilégio ainda maior do que apenas fazer um novo arranjo. Além disso saímos de nossa zona de conforto que era o rock dos anos 80 e mergulhamos num som bem mais contemporâneo.”
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