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Rush: Beyond the Lighted Stage

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Quem não conhece a história dos Beatles? E do Led Zeppelin? Agora, quem conhece a história do Rush? Talvez só os fãs ardorosos. A verdade é que a história do trio Canadense não é muito contada pelos quatro cantos, possivelmente por não conter escândalos, nem tragédias ou excessos. Eles eram os nerds do rock. Enquanto os caras do Kiss enchiam a cara e se divertiam em orgias com groupies, os rapazes do Rush passavam o tempo concentrados na tarefa de se superarem tecnicamente como músicos. O documentário Rush Beyond The Lighted Stage repara a injustiça e conta a história da banda, que consegue ser ao mesmo tempo uma das mais amadas e mais odiadas do rock, justamente por seu virtuosismo.

Trata-se de um registro dos quarenta e um anos de existência da banda, contado com imagens de arquivo raras (inclusive do arquivo pessoal familiar) e também com depoimentos de fãs famosos, como Billy Corgan (The Smashing Pumpkins), Kirk Hammett (Mettalica), Sebastian Bach (Skid Row), Taylor Hawkins (Foo Fighters), e Jack Black (The White Stripes). O filme segue a ordem cronológica dos acontecimentos, desde o encontro no colégio do menino judeu Geddy Lee com o garoto de família de imigrantes do leste europeu Alex Lifeson, unidos não só pelo amor pela música, mas pela certeza de que aquilo daria certo. Além disso, não se furtavam a tocar até se tornarem OS melhores do pedaço, e isso com apenas 16 anos. É engraçadíssimo a parte em que é mostrada uma cena de um arquivo familiar de Lifeson em que mostra o rapazinho declarando aos pais que largaria a escola e viveria de música (e o desespero dos coitados).  Logo em seguida entra em cena, substituindo o primeiro baterista, John Rutsey, Neil Peart, que viria ser o encaixe perfeito em um grupo tão perfeccionista. Estava formado o Power trio.

Vemos o início do sucesso, onde eram vistos como uma espécie de Led Zeppelin canadense, o primeiro fracasso, no terceiro álbum, “Caress Of Steel”, o sucesso com “Hemispheres”, um breve mea culpa sobre o visual horrendo dos anos setenta, mostrando que os caras têm senso crítico, o auge, com “Moving Pictures”, quando eles realmente conheceram a popularidade, muito impulsionada pelo hit Tom Sawyer (da abertura do McGyver, lembram?). O deslumbramento com os sintetizadores e efeitos eletrônicos que marcaram a fase anos oitenta da banda também é mostrado, assim como o quase fim, no final dos anos noventa, quando uma tragédia familiar quase fez com que Neil Peart abandonasse a música, e claro, o retorno triunfal no início da década de 2000, quando o trio embarcou em uma turnê que os trouxe finalmente ao Brasil, passagem que é abordada no documentário.

Além do documentário, que teve sua primeira exibição no Tribeca Film Festival, ainda há um DVD bônus com uma hora e meia de material extra, apresentações raras, totalizando três horas e quinze minutos de Rush (mais ou menos a duração de seus shows). É definitivamente um prato cheio para fãs que querem aquecer as turbinas para os shows que rolarão em outubro por aqui, e poderá também agradar a não iniciados, e , até quem sabe, desmontar um pouco da implicância  que muitos têm com a banda, já que se trata de uma banda honesta que deu muito duro para chegar no topo. Se falta à história do Rush escândalos, fofocas e lendas, sobra trabalho, profissionalismo e compromisso com os fãs.

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