Um dos mais longevos festivais de dança contemporânea do Brasil, o Dança em Trânsito completa 20 anos com uma edição comemorativa que se estende por mais de três meses, percorrendo todas as regiões do país, incluindo uma parada em Paris no mês de setembro.
De 14 de julho a 23 de outubro, 41 companhias e artistas do Brasil, Coreia do Sul, Eslovênia, Espanha, França, Itália e Suíça e ocupam palcos e espaços públicos de 12 capitais e 17 outras cidades com espetáculos, residências, intercâmbios e oficinas. No Rio de Janeiro, o festival começa amanhã, dia 3 e segue até domingo, 7 de agosto, com uma ocupação no Teatro Prudential, de quarta a domingo, em três sessões diárias, e também no entorno da Praça Mauá, com apresentações ao ar livre no domingo de encerramento.
Este ano, o festival lança a inédita Vitrine Brasileira de Dança Contemporânea, oportunidade para que companhias de todo o país possam se apresentar diante de representantes, diretores ou curadores de festivais internacionais de dança contemporânea, como Anna Arthur, diretora administrativa da Aerowaves, no Reino Unido; Tiphane Dangauthier, presidente da associação Essonne Dance, em Paris, além de representantes da Itália, Coreia do Sul, Canadá e República Tcheca. A iniciativa, realizada no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro, inclui a residência Ateliê de Escrita sobre a Dança, com encontros orientados pelas facilitadoras convidadas – a jornalista, crítica de dança e escritora francesa Rosita Boisseau, e a brasileira Ana Teixeira, artista, pesquisadora e Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), de 3 a 6/8, às 15h30, e no domingo, 7/8, às 18h30.
No Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 7 de agosto, o Dança em Trânsito faz uma ocupação do teatro e demais espaços do Teatro Prudential, na Glória, de manhã à noite, com espetáculos, oficinas, residências. No domingo de encerramento, 7/8, as tradicionais apresentações ao ar livre acontecem na região da Praça Mauá, em frente ao Museu do Amanhã, entre 10h30 e 16h.
Na ampla programação estão, entre outras companhias, as cariocas Focus Cia de Dança, de Alex Neoral, com Grand Pas– recorte do novo trabalho VINTE, inspirado no universo literário de Clarice Lispector – com apresentação no dia 3/8, às 13h; Márcia Milhazes Cia de Dança (4/8, às 17h30), com Paz e Amor, para traçar um paralelo entre o ‘invisível’ vírus, do qual a sociedade se escondeu em um confinamento doloroso, e o amor, outro invisível, imprescindível ao ser; e Renato Vieira Cia de Dança, que mostra o espetáculo Malditos, inspirado no Movimento dos Poetas Malditos e na experiência pessoal de Renato durante a Ditadura, em 1964, no dia 3/8, às 17h30.
A francesa Cie Felinae, do coreógrafo e bailarino Maxime Cozic, apresenta o solo Emprise, no dia 3/8, às 17h. Da França, vem também a Cie Arrangement Provisoire, com Blanc – da coreógrafa e bailarina brasileira Vania Vaneau, radicada há mais de 20 anos na Europa. O trabalho, exibido no dia 4/8, às 13h, foi criado a partir de influências que vão dos rituais xamânicos afro-brasileiros à obra de Hélio Oiticica e ao movimento antropofágico modernista. Já CRU é a nova coreografia do Ateliê do Gesto, companhia goianiense dirigida por Daniel Calvet e João Paulo Gross, que apresenta ainda Dança inacabada, nos dias 3/8 e 5/8, respectivamente.
ESTREIA NACIONAL DO GRUPO TÁPIAS É UM DOS DESTAQUES DESTA EDIÇÃO
O Grupo Tápias, companhia franco-brasileira associada ao Espaço Tápias e a todas às suas realizações, estreia a versão integral de Café não é só uma xícara na programação do festival. Com coreografia e direção artística de Flávia Tápias, o trabalho, que no Rio poderá ser visto entre os dias 3 e 6/8, coloca em cena sentimentos e sensações associados à pesquisa realizada sobre a bebida tão presente na vida dos brasileiros, que evoca tradições, crenças, espiritualidade. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, o espetáculo fará 20 apresentações no Brasil e na França. O Grupo Tápias abriu audições para selecionar parte do elenco, que é formado por brasileiros e estrangeiros: “O espetáculo começou a ser pensado há mais de três anos. Chegamos a apresentar um work in progress em 2019, mas, por conta da pandemia, adiamos a estreia para este ano”, comenta Flávia Tápias. A companhia apresenta ainda no festival SOLO e Casa de Abelha.
No dia 5/8, às 14h, o premiado espetáculo (Melhor Espetáculo de Dança presencial – APCA, 2021) Ou 9 ou 80, da paulistana Clarín Cia de Dança, dirigida pelo maranhense Kelson Barros, aborda a cultura funk e a realidade de desigualdade, racismo e homofobia retratada pelos movimentos periféricos.
A Cie Sam-Hester, da Suíça, abre a programação do dia 6/8, com uma sessão matinal, às 11h, de Jour Blanc, adaptação de Cloud, a mais recente criação de Perrine Valli, coreógrafa da companhia. Para questionar nossa ligação com a tecnologia, adolescentes, munidos de fones de ouvido, executam a coreografia por controle remoto, abrindo mão da própria memória e da gestão do espaço. Aos poucos, vão desafiando a ordem e afirmando sua subjetividade.
Radicado na Alemanha, o coreógrafo e bailarino brasileiro Gleidson Vigne apresenta, no dia 6/8, às 17h, o solo Adapta-bilidade com a sua NIMO Cia de Dança, em que traça um paralelo entre a capacidade de adaptação na dança e na vida.
Sediada na Espanha, a companhia GN | MC, dos coreógrafos e bailarinos Guy Nader & Maria Campos, escolheram Set of Sets para esta edição do festival, na apresentação que encerra a etapa carioca, no dia 7/8, às 20h, no Teatro Prudential. A coreografia usa a repetição e o ritmo no movimento dos corpos, que desafiam a gravidade, como metáfora para a natureza repetitiva da própria existência e a ideia de persistência.
Mais cedo, no domingo, a tradicional programação gratuita que ocupa espaços públicos da cidade acontece no entorno do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. De 10h30 às 16h30, oito companhias se apresentam no local, como Grupo Monjuá (RJ), João Rafael Neto (BA), Anyel Aram (RJ) e Laso Cia de Dança (RJ), além de ROTAS PLURAL, resultado da residência de intercâmbio reunindo bailarinos brasileiros e estrangeiros.
TURNÊ
Entre 12 e 18 de setembro, o Dança em Trânsito desembarca mais uma vez em Paris com apresentações e workshops de artistas e companhias brasileiras, incluindo Márcia Milhazes, Renato Vieira, Gleidson Vigne, Cia Gente e Cia do Pantanal, Jessé Batista, no centro cultural Le Carreau du Temple; na Salle Jacques-Higelin (MPAA /Saint-Germain); Le Regard du Cygne; na Embaixada do Brasil; na Place de Fêtes e e em outros espaços públicos da cidade.
Até 23 de outubro, o festival passa por Belo Horizonte (BH), Coronel Fabriciano (MG), Timóteo (MG), Ipatinga (MG), Baixo Guandú (ES), Vitória (ES), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), São Luís (MA), Itapecuru-Mirim (MA), Santo Amaro do Maranhão (MA), Belém (PA), Ilha do Combú (PA), Parauapebas (PA), Canaã dos Carajás (PA), Paris (FRA), Salvador (BA), Sento Sé (BA), Curitiba (PR), Entre Rios do Sul (RS); Alto Bela Vista (SC); Florianópolis (SC), Corumbá (MS), Itaguaí(RJ), Mangaratiba (RJ), Tiradentes (MG) e Barbacena (MG).
ROTAS PLURAL: A DANÇA CONTEMPORÂNEA ENCONTRA OS ESTILOS MUSICAIS BRASILEIROS
Adotando formatos diferentes nas duas últimas edições – videodança (2020) e híbrido (2021) –, a tradicional residência de intercâmbio ROTAS, idealizada e facilitada pela coreógrafa Flávia Tápias, retoma a parceria criativa que originalmente reúne intérpretes brasileiros e estrangeiros participantes do Dança em Trânsito para uma série de apresentações ao longo do festival. Batizado como ROTAS PLURAL, o projeto realiza o intercâmbio entre a dança contemporânea e estilos musicais populares do Brasil.
MOVIMENTO CONTÍNUO: OFICINAS, RESIDÊNCIAS DE CRIAÇÃO E CONVERSAS
Os projetos formativos deste ano incluem oficinas pontuais e residências de criação destinadas a participantes com algum conhecimento de técnica de movimento e ministradas por artistas convidados nacionais e internacionais. As residências, que se dividem para o público adulto e infanto-juvenil, acontecem durante três dias de imersão coletiva, nos quais encontros, trocas e aprendizagens resultam em obras que são apresentadas dentro da programação do Dança em Trânsito. As oficinas são encontros pontuais, de duas a três horas de duração, abertos a todos os interessados. Flávia Tápias (BRA); Fábio Costa (BRA); Cie Sam-Hester (SUI); Clara da Costa (BRA); Márcio Cunha (BRA); Kiko López (ESP); Panzetti & Ticcone (ITA); Hector Plaza e Agnes Sales (ESP); Guy Nader e Maria Campos (ESP); Rosa Antuña (BRA); Dilo Paulo (ANG), Maxime Cozics (FRA), Gleidson Vigne (BRA); Nayane Fernandes (BRA) e Luciana Ponso (BRA) conduzem os trabalhos. Inscrições e mais informações no site www.dancaemtransito.com.br.
SERVIÇO:
Rio de Janeiro
Data: 3 a 7 de agosto
Horários: das 11h às 20h (detalhes em www.dancaemtransito.com.br)
Local: Teatro Prudential
Endereço: Rua do Russel, 804
Tel: 21 3553-3557
Espaço com acessibilidade
Estacionamento no local
Ingressos: R$ 30 / R$ 15
Bilheteria: ter a sáb, de 12h às 20h / dom e feriados, de 12h às 19h
Ticketeira: sympla.com.br
Data: 7 de agosto
Local: Praça Mauá (em frente ao Museu do Amanhã)
Horário: 10h30 às 16h30
Gratuito
Apresentação e patrocínio master: Instituto Cultural Vale
Patrocínio: Engie
Direção geral: Giselle Tápias
Direção artística e curadoria: Giselle Tápias e Flávia Tápias
Direção de produção: Norma Thir
Contatos artísticos: Larissa Emi
Contatos com instituições, patrocínios e parcerias: Letícia Kaminski
Produção Executiva: Karoli Andrade e Sonia Reinstein
Identidade visual, web design: Fernanda Valois | TRUQUE
Design gráfico: Fernanda Valois | TRUQUE, Letícia Andrade e Julia Werneck | Nós Comunicações
Coordenação técnica e de palco: Louis Radavelli
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