Realizada no “Complexo do Alemão” o projeto “Deu na Telha” foi primeira a exposição aérea do Rio de Janeiro. Durante 6 meses, 10 moradores receberam a ARTE em seus telhados primeiro com o tema Felicidade e depois Brasilidade obras de artes que eram possível ser visualizadas durante o trajeto do teleférico.
Uma exposição na estação de Bonsucesso com mais de 10 obras originais foi apenas o início do projeto, logo depois as obras foram fotografadas e ampliadas para serem levadas aos telhados do Alemão. O “Deus na Telha” realizou a exposição junto a 3 oficinas oferecidas aos moradores, Oficina de Produção Cultural, que ao término do curso foi realizado um “Sarau Deu na Telha” pelos próprios moradores e alunos do curso, Oficina de Artes Plásticas e também de Costura Sustentável, que para os moradores foi fundamental, afinal, o que fariam depois as lonas depois que a exposição acabasse? As moças da comunidade aprenderam a fazer bolsas, mochilas, chaveiros …
Durante o evento o fotógrafo Bob Wolfenson, subiu o Alemão junto a equipe para fotografar os moradores. O fotógrafo ficou radiante com em poder estar junto e fotografar as pessoas que botaram a mão na massa, abraçaram e trabalharam junto no projeto, principalmente por serem moradores do próprio local da exposição.
Em uma entrevista com o morador e também produtor cultural que organizou a exposição nos telhados do Alemão, Helcimar Lopes, podemos entender um pouco mais e imaginar como foi para os moradores receber a primeira exposição aérea.
1 – Como foi o envolvimento da Arte com a Comunidade? Como foi apresentar a Arte e ver os moradores abraçando a ideia?
R: No primeiro momento, eu tive que mobilizar os moradores e explicar o projeto e dizer que a casa deles poderiam ser escolhidas para receber uma obra de arte e a mesma duvida deles era a minha. Como é que vai ser levar uma obra de artes para cima do meu telhado? As casas passaram por uma curadoria que selecionou os melhores telhados, 10 telhados, receberam no primeiro momento o tema felicidade e depois brasilidade, e convidou os artistas a fazerem suas artes. Haverá uma estrutura de metalon e vão vir alpinistas, e quem passar de teleférico vai ver as arte nos telhados.
2- O Projeto gerou cursos e deu algum tipo de formação, diploma ou experiência para os moradores?
R: 3 cursos, Produção Cultural, Costura Sustentável e o de Artes Plásticas, que foi sensacional, porque eu como produtor do evento quando estava nas casas e pude estar com eles e fazer, tivemos contato com pintura e pincel, realmente botamos a mão na massa. Tivemos o primeiro contato que foi o teórico, a História da Arte e depois botamos a mão na massa, com papel e pintura. Foi muito legal, sensacional.
3- Você imaginava que o projeto não seria só Arte e Turismo, e que iria gerar renda e empregos tendo uma proporção tão grande?
R: No primeiro momento eu não imaginava, mas por ser do Alemão eu sempre me preocupei em deixar um legado, em contribuir como morador do Alemão. Exemplo, se eu preciso pegar um mototáxi, eu vou pegar e gerar renda para aquele mototáxi. Se eu levasse a equipe que estava comigo fazendo a instalação na lona daquela casa em um self service eu estou gerando renda para aquele comerciante daquele local. E o projeto Deu na Telha teve vários desdobramentos. Dois alunos do curso de Produção Cultural, o Dj Daniel Correa foi contratado para tocar na exposição de Bonsucesso, a Taisa Medina ficou como Aux. Administrativa da exposição, eu trabalhei como produtor, Alexandre Correa foi contratado para ser o fotografo,Thiago albino, jovem morador que se tornou artista plástico participou da produção do muro, entre outros.
Gerou renda para comunidade, e muito mais que gerar renda, gerou uma valorização para cada um de nós. Uma satisfação e uma valorização porque não tem nada melhor do que você ter um território e poder fazer algo por ele. Então, as lonas sobre os telhados, os muros que foram pintados lá, deram uma valorizada no local que às vezes aparece na mídia lá na parte de violência. Dessa vez não apareceu, apareceu como coisa boa! Algo positivo para nós!
A exposição durou 6 meses, 3 com tema felicidade, e outros 3 com brasilidade.
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