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Shiko Chico e Rafael Coutinho nesta terça no Rio de Janeiro

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Período de muitos lançamentos de quadrinhos, hoje na A Bolha Editora Shiko Chico lança Lavagem, seu novo trabalho, e Rafael Coutinho relança As surpreendentes aventuras do Barão de Munchausen.

O evento começo a partir das 19h no espaço d’A Bolha na Comuna, em Botafogo.

Lavagem

Baseado num curta-metragem homônimo dirigido pelo próprio Shiko e lançado em 2011 pela cooperativa Filmes a Granel, o álbum mostra um casal isolado que vive no mangue: ela é uma alma analfabeta e temente a Deus, mas que deseja o pecado quando cruza o estuário de balsa para seu encontro com o divino; ele, descrente em virtude do embrutecimento oferecido pela vida, convive mais com os porcos do que entre as pessoas.

Um dia, quando os brados de “aleluias!” do pastor na televisão dão lugar ao zumbido incessante da estática, bate à porta do casal um “homem de Deus”, que transpôs a inacessível maré alta para trazer muito mais do que a palavra de Deus.

No novo trabalho de Shiko, o termo “lavagem” vai além de ser a mera comida dos porcos ou o cardápio da janta que se prepara naquela noite no casebre. A lavagem da alma pode ser tanto num banho de sangue, nas águas da maré alta ou no abandono de uma vida atolada no terreno úmido dos manguezais.

As surpreendentes aventuras do Barão de Munchausen

Engraçadas, absurdas e inéditas histórias do Barão de Munchausen [1720-97] são reunidas neste livro que faz jus a sua importância literária: 198 páginas coloridas, em formato de grandes proporções, capa dura e 49 magistrais ilustrações de Rafael Coutinho. Publicadas pela primeira vez em 1785 por Rudolf Erich Raspe [1736-94], imediatamente a edição correu a Europa e vários autores acrescentaram histórias às dezessete iniciais. A última versão foi publicada em 1793. Tal edição, inédita em português, foi a usada para tradução. Além dos conhecidos causos, esta versão traz uma segunda parte na qual o Barão viaja para a África, acrescentando sarcasmo ao comportamento eurocêntrico da época e mantendo o tom absurdo dos relatados da primeira parte. Assim, podemos nos divertir em dobro com a ponte construída pelo Barão, que liga a África à Inglaterra, ou a redescoberta da Biblioteca de Alexandria e até o confronto do Barão com Dom Quixote. O tradutor manteve o estilo empolado do original mesclando-o com expressões coloquiais, um recurso que acentua o caráter cômico do texto.

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