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O que aconteceu com Marvelman? História, polêmica e futuro

Dois anos estão se passando desde que a Marvel Comics, numa jogada de mestre do então editor-chefe Joe Quesada, conseguiu comprar os direitos do Marvelman, um dos mais cultuados personagens de quadrinhos de todos os tempos após a revitalização que ganhou pelas mãos de Alan Moore e Neil Gaiman. O que temos visto desde então são apenas reimpressões de histórias antigas em formatos caros e baratos. Fora isso, nada mais. O que houve?

Naquela época o anúncio foi tratado pela Marvel com um cuidado absurdo; que faria “os queixos dos fãs caírem no chão”. O então publisher da Marvel, Dan Buckley, comentou que estava conversando com gente que envolvia o misterioso material nas décadas de 1980 e 1990 mas ninguém sabia o que era até o fatídico sábado da San Diego Comic-Con 2009 que trouxe a revelação à tona.

Marvelman é uma criação de Mick Anglo para a década de 1950 e sua história envolve uma quantidade de polêmicas que nenhum outro personagem de quadrinhos possui. Idealizado por Anglo na Inglaterra como uma forma de substituir a publicação do Capitão Marvel que foi abandonada devido à falta de material original vindo dos Estados Unidos, o personagem ganhou uma roupagem adulta, literária, subservida e, claro, inédita nas mãos de Alan Moore. O trabalho do mago inglês foi interrompido porque a editora que publicava o material na época simplesmente faliu.

Eclipse foi o nome da editora americana que se prontificou a não apenas levar Marvelman para os Estados Unidos como também ofereceu liberdade total para Moore terminar seu trabalho. Sob o nome de Miracleman (para tirar qualquer relação com a editora Marvel) o herói ainda desconhecido na terra do Tio Sam tornou-se o alicerce principal na formação de quadrinhos adultos e de vanguarda. O ainda desconhecido Neil Gaiman continuou o trabalho de Moore e só não fechou sua genial passagem porque a Eclipse também faliu. Marvelman/Miracleman entrou numa situação de direitos autorais muito terrível a partir daí.

O famoso Todd McFarlane na época tinha a Image Comics em suas mãos. Um dos fundadores da editora que mudou a indústria nos anos 1990, McFarlane tinha dinheiro suficiente para comprar o espólio da Eclipse e Miracleman entrou no meio do pacote. A Image, no entanto, nunca publicou material original mas utilizou o personagem em algumas histórias. Gaiman na época fez criações para o universo do Spawn com a promessa de que receberia royalties por eles. O inglês também possuía direitos de Miracleman, que foram transferidos para McFarlane no espólio da Eclipse. Ficou acertado que Gaiman cederia seus personagens de Spawn em troca dos seus direitos. O acordo nunca foi feito e uma briga legal se iniciou.

Gaiman conseguiu fundar a empresa de advocacia Marvels & Miracles e foi financiando-a aos poucos com os royalties que recebeu num acordo com a Marvel pela publicação de 1602. Na verdade a série 1602 seria um sucesso comercial certeiro para a Marvel tendo o nome de Gaiman e, com Joe Quesada por trás de tudo, os advogados da M&M acertariam a situação de Marvelman/Miracleman. A situação foi acertada e então, finalmente, o criador Mick Anglo foi procurado. Num acerto de legislações americana e britânica o personagem foi totalmente transferido para a Marvel Comics em 2009.

De 2009 até o momento a editora só publicou material antigo e manteve no ar a promessa de contos inéditos com o personagem. Porém não é nada disso que os leitores querem. Todos querem ver novamente o que Alan Moore e Neil Gaiman fizeram (em especial com a promessa de que a fase de Gaiman finalmente chegue à sua inédita conclusão, principalmente pela boa relação dele com a Marvel) e, sobre este material, a Marvel nada fala. O valor do personagem está nestas duas fases históricas que revisaram a imagem do super-herói. Segundo boatos Gaiman e Moore autorizaram as republicações de seus materiais pela Marvel, mas há algo mais aí.

Os artistas que desenham Miracleman dos dois escritores britânicos também têm suas partes do personagem ainda válidas pela lei de direitos autorais americana (na época a Eclipse dava esta liberdade aos artistas) e eles não estariam interessados nestas republicações a não ser que recebam uma quantidade razoável de dinheiro da Marvel. A loucura aí é que o material certamente daria rios de dinheiro para a Marvel, portanto, por que não republicar? Seriam os valores pedidos altos demais ou a editora simplesmente está esperando que eles mudem de ideia?

A Casa das Ideias não tem nenhum material histórico subversivo dos anos 1980 como Watchmen e Cavaleiro das Trevas e Marvelman bateria de frente com estas obras da DC Comics. É um legado de muito prestígio. Os leitores pelo mundo estão frustrados com a abstinência da editora e a falta de informações levanta cada vez mais boatos.

A Marvel foi contatada pelo site Newsarama na semana passada para informar os leitores do que planejam par ao futuro de Marvelman. Nada responderam.

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Comentários 4
  1. Eu realmente adoraria ver esse material de Miracleman nas bancas, mas antes deveriam continuar a publicação do Monstro do Pântano que a Pixel começou antes de falir, a Panini poderia usar o mesmo formato e acabamento (de uma qualidade excepcional, diga-se de passagem!) usado anteriormente no primeiro volume, ter que começar a colecionar do primeiro volume novamente não seria nada justo para os leitores e creio que editoralmente isso não faria a menor diferença para a Panini, só ampliaria as vendas desse material sensacional, dar continuídade a um trabalho de qualidade não é demérito algum, muito pelo contrário!

  2. Eu Particularmente acho o nome Marvelman um lixo, miracleman é muito mais legal,chamativo e misterioso.
    Já vi coisas ótimas sobre o personagem mas deveria terminar na 24ª edição e o Gailman se não me engano foi a té a 19ª edição, mesmo não teria mais muita história para o Gailman contar, vide q ele falow q tudo terminaria ali, pq pelo q eu conheço da história o miracleman meio que já tinha se tonrado um deus.

  3. Li Miracleman e é simplesmente fantástico. Acho que a Marvel está guardando o lançamento da fase Moore/Gaiman para uma época oportuna, depois de publicar todo o material original de Mick Anglo.

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