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Está aberta a Rio Comicon

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A Rio Comicon abriu as portas da Estação Leopoldina para os fãs de quadrinhos pela primeira vez na tarde de ontem, dia 09 de novembro. Estivemos por lá conferindo tudo desde o início, e aqui estão as nossas impressões sobre o primeiro dia dessa maratona que promete ser cansativa, quente e recompensadora. Ontem foi o dia com menos eventos, então a cobertura começa de maneira mais superficial, contando um pouco da estrutura do evento. A partir de hoje, até o dia 14, uma extensa programação de atividades será oferecida pela organização. Não se esqueça de acompanhar nossa cobertura dia-a-dia.

O Local:

A Estação Leopoldina é um lugar de fácil acesso, apesar de se encontrar no meio de uma grande muvuca de carros e ônibus. Se por fora ainda dê a impressão de uma estação abandonada, por dentro a aparência está muito bem cuidada. A ComiCon está instalada dentro do pavilhão único da estação, de médio porte, o tamanho ideal para um evento deste tipo, facilitando a movimentação dos visitantes sem que tenham que percorrer grandes distâncias. A única e grande reclamação que eu e todos os presentes tivemos foi o calor insuportável. Os únicos ar-condicionados do evento se encontram no auditório e num dos espaços de exposição. Outro ponto onde o evento deixa a bola cair diz respeito à alimentação, pois as poucas opções oferecidas tem preços muito caros (mas isso pode ser contornado com uma ida ao super-mercado e uma mochila).

As Exposições:

Espalhados pelo pavilhão da Estação Leopoldina estão três exposições fixas, duas no meio do pavilhão e uma com sua própria sala refrigerada. A primeira conta com 20 excelentes quadrinhistas independentes brasileiros que estão chamando bastante atenção da imprensa especializada e do público no Brasil e no exterior. Com curadoria de Tiago ‘Elcerdo’ Lacerda, os painéis mostram um pouco do trabalho de gente como Rafael Sica, Lelis, Fábio Lyra, Rômolo, Eduardo Medeiros, Revista Beleléu e Revista Samba. Estes artistas estão no evento, e alguns com seus trabalhos à venda. Então fiquem de olho, vale à pena.

A segunda exposição traz painéis com trabalhos selecionados dos quadrinhistas convidados, brasileiros e estrangeiros. Além da boa oportunidade de ver páginas ampliadas de Laerte, Angeli, Rafael Grampá, Allan Alex, etc, a exposição introduz os visitantes ao trabalho dos convidados de fora, como os pouco conhecidos, mas extremamente talentosos, Killofer, Patrícia Breccia e Lucas Nine.

A terceira exposição fixa fica logo na entrada do pavilhão, num ambiente climatizado montado pela organização, inteiramente dedicado ao trabalho de Milo Manara. Apesar de termos uma boa oferta de livros do artista italiano em lojas brasileiras, a visita ao espaço vale totalmente à pena. Não só estão expostas partes de trabalhos ainda inéditos no Brasil, como são todos originais do artista, e até alguns rascunhos.

Os Stands:

Como nunca estive num evento deste porte, não sabia exatamente o que esperar dos stands. Como eles são alugados por dias e não por toda a duração do evento, eu sei que nem todos estiveram no primeiro dia, mas estarão nos outros. Como, por exemplo, os reservados para a Panini e para os quadrinhistas Gabriel Bá e Fábio Moon. Do que pude conferir, os que mais valem à pena gastar tempo e dinheiro são o divertido stand dividido pelas (excelentes) revistas independentes Beleléu, Samba e Golden Shower, e o stand da Quarto Mundo, com uma imensa oferta também de quadrinhos independentes. Fora isso, também recomendo uma visita ao stand da Editora Barbanegra e ao do artista plástico e quadrinhista Tito, um americano radicado no Brasil que estampa seu trabalho em algumas das ruas mais movimentadas do Rio. Acho realmente animador que os artistas independentes com ótimos trabalhos tomem de assalto o evento para mostrar que há vida fora das grandes editoras. Está tudo lá de bandeja para que o público conheça e compre. E leve seu dinheiro, pois até ontem, os stands não estavam fazendo vendas por cartões de crédito e débito.

Oposto a tudo isso, temos uma loja inteira montada pela Livraria Travessa vendendo somente quadrinhos. Entre HQs nacionais, mangás, livros teóricos e quadrinhos importados dos Estados Unidos e da Europa, a oferta de livros é impressionante. Vale à pena perder bastante tempo folheando e conhecendo os quadrinhos dali, escolhendo meticulosamente em quais artistas gastar o seu dinheirinho. E para os não gostam de sair de casa com muito dinheiro, a Travessa era o único estabelecimento do evento realizando vendas com cartões de crédito e débito. A livraria também promoverá duas sessões de autógrafos por dia com os artistas convidados do evento, algo imperdível. Ontem estiveram por lá os boas-praças Arnaldo Branco e Allan Sieber, rendendo boas conversas entre artistas e fãs.

Oficinas, Debates e Filmes:

O primeiro dia do evento ofereceu oficinas de Arte Final e Roteiro de quadrinhos. Não estive em nenhuma das duas, mas ambas foram elogiadas. Todos os dias, a partir de hoje, oferecerão uma extensa programação de filmes sobre quadrinhos, debates com artistas e oficinas com profissionais do meio. Todas são de graça e ainda existem vagas para inscrição no local. Para os que chegarem cedo, recomendo bastante, não só para os interessados, como também para os curiosos.

Considerações Finais sobre a abertura do evento:

Reconheço que deixei a Estação Leopoldina antes de o pavilhão começar a lotar e todos os convidados internacionais aparecessem, mas o primeiro dia já valeu muito. O lugar é legal, as exposições estão ótimas, o valor do ingresso é ínfimo e os fãs e curiosos tem não só a chance de conhecer o trabalho de muitos artistas, mas também a possibilidade de esbarrar com um de seus artistas preferidos vagando por lá. A ComiCon é um espaço para aproximar os artistas dos fãs, e no primeiro dia isso funcionou muito bem e com tranquilidade. Os próximos dias prometem ser mais movimentados e lotados, então recomendo chegar cedo, levar seu caderninho de autógrafos e não ter medo de tietagem.

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