Um de nossos grandes quadrinistas, responsável pela criação de títulos como Piratas do Tietê e Gatos e Gatas passa por um mês com boas e más notícias.
Por um lado, será lançado o volume três de Striptiras (formato 10,7 x 17,8 cm, 144 páginas em preto-e-branco, R$ 10,00) pela L&PM Editores, acrescentando-se à coleção de livros pockets na qual já saíram outros títulos do quadrinista: um volume de Piratas do Tietê , um de Fagundes, o puxa-saco e, obviamente, dois outros volumes de Striptiras.
Porém, a atual produção de Laerte traz uma cisão entre seus leitores e contratantes. O quadrinista declarou anteriormente que a morte de seu filho em um acidente de carro em 2006 foi uma cisão em sua forma de produção, chegando a afirmar que estaria passando por uma “crise criativa” e complementando com suas palavras: “Passei a ver e pensar as coisas de outro jeito, uma série de procedimentos começou a perder o sentido ou ganhar outros.” “Passei a não achar mais graça no tipo de humor que fazia, não me identificava mais com aquele modo de fazer, então resolvi deixar de lado os personagens.”
Essa dissensão deu origem a um resultado novo, que é denominado “tiras filosóficas”. Esse novo material em geral não possui personagens fixos nem piada no final, tendo, inclusive, alguns roteiros que dialogavam com o surrealismo.
Foi exatamente essa revolução (e a conseqüente falta do humor, substituído pelo incentivo à reflexão) que desagradou a muitos e resultou na suspensão das tiras de Laerte pelos jornais “Zero Hora”, do Rio Grande do Sul, e “A Tribuna”, do Espírito Santo, havendo a possibilidade de outros jornais adotarem a medida. Mas apesar deste ocorrido, outros periódicos continuam a dar liberdade para Laerte produzir seu material conforme desejar, como é o caso da “Folha de São Paulo” que irá manter as tirinhas, mesmo após as mudanças.
Para ler e conhecer o material do Laerte, entre no site dele clicando aqui
É interessante que o autor mude, porém eu olhei algumas coisas dele e achei bastante sem graça, melhor fazer que nem o Bill Waterson e largar mão…
mas eu entendi que o objetivo dele agora não é mais ser engraçado…
exatamente, o ponto agora não é provocar o riso, mas trazer alguma coisa com mais conteúdo.
Ainda bem que vocês dois “descobriram” isso, quem iria imaginar que [..] tiras filosóficas”. Esse novo material em geral não possui personagens fixos nem piada no final [..] não são para ser engraçados e que devem possuir algum conteúdo né?
Qual “conteúdo”, cara-pálida? “Conteúdo” é coisa de imprensa tupiniquim baba-ovo. Cartum= traço + gag. É por isso que cartuns de traço ruim e gags boas (como “As Cobras” no tempo em que o Veríssimo era engraçado) também não dão certo.
Só tem uma palavra para definir o trabalho do Laerte agora: patético. Entendo que a dor de perder um filho deve ser inominável (arrepia só de pensar), mas porque o cara não faz a coisa certa e dá um tempo, ou parte para outra? Faz como o Bill Mauldin, por exemplo: o cara era um cartunista fantástico, criador dos dois personagens mais populares da Segunda Guerra, Pulitzer aos 23 anos. Quando a guerra acabou ele simplesmente aposentou os personagens, porque viu que não tinha mais graça. Voltou triunfalmente depois como chargista.
De resto, prefiro o “Rapto de Ganimedes” do Rubens (é o melhor deles) do que o do Laerte na tirinha pela manhã, na hora de ir a9o banheiro, Só traço não basta.
Ainda bem que vocês dois “descobriram” isso, quem iria imaginar que [..] tiras filosóficas”. Esse novo material em geral não possui personagens fixos nem piada no final [..] não são para ser engraçados e que devem possuir algum conteúdo né?