O cartunista Otacílio Costa d’Assunção Barros, o Ota, conhecido por ter sido editor da revista “Mad”, faleceu aos 67 anos. Ota abrasileirou a Mad, originalmente uma publicação norte-americana de humor, incluindo sátiras de novelas e temas nacionais em suas páginas, o que fez muito sucesso, além de ilustrar os populares Relatórios Ota, onde manifestava sua visão única, com seu sarcasmo notório.
Uma figura importante para pelo menos três gerações de quadrinistas brasileiros, Ota Assunção mesmo após o fim do sucesso da revista, e das grandes mudanças no mercado de quadrinhos nacional, nunca parou, sempre tinha algo a dizer, a parodiar, através de suas charges nos levando a refletir sobre o mundo.
Biografia
Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e iniciou a sua carreira na capital em 1970, quando trabalhou durante três anos na redação de quadrinhos da Ebal. Em 1972, ele também colaborou com o diário carioca “O Jornal”. Em 1974 publicou a revista Os Birutas, pela Editora Gorrion, cujos personagens também foram publicados como tiras diárias no período entre 1972 e 73. Nessa mesma época colaborou para publicações underground como A Roleta, Vírus e A Mosca. Nos anos 80 ele retornou para a Ebal e passou a trabalhar em gibis.
Mas foi na editora Vecchi que o cartunista fez um dos seus maiores trabalhos. Entre 1974 e 1981, Ota comandou todas as publicações de quadrinhos da Vecchi e, ainda no primeiro ano, lançou a revista humorística “Mad” e por 34 anos foi editor da versão nacional da revista, que passou pela Record, Mythos e Panini. Também exerceu função similar na revista de terror Dr. Spektro a partir de 1977.
Também publicou pela Record em 1984 o livro O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro e escreveu uma coluna sobre quadrinhos no Jornal do Brasil em 2005..
Em 1994, recebeu o prêmio de Melhor Revista Independente no Troféu HQ Mix, do Rio de Janeiro, pela criação da Revista do Ota, em 1993. O periódico, porém, não foi além do primeiro número. Ainda em 1994, tentou retomar a publicação da Spektro que, devido a problemas de distribuição, teve o mesmo destino da Revista do Ota.
Foi responsável pela restauração, seleção e tradução das revistas Luluzinha e Recruta Zero da Pixel Media, selo da Ediouro Publicações, e também pela coleção de álbuns remasterizados de Asterix pela Editora Record, entre vários outros trabalhos.
Mantinha uma página e onde vendia material original. Recentemente, Ota estava trabalhando para algumas editoras, como a Figura e a Tai, letralizando quadrinhos e estava envolvido com duas republicações de seus trabalhos. Desde junho de 2021, publicava tiras sobre o ambiente universitário no site da Faculdade Campos Elíseos
Morte
Uma perda irreparável pra cultura do Brasil e dos quadrinhos ainda mais, todos nós da Ambrosia, se sentimos consternados pela sua passagem. Ota foi encontrado morto aos 67 anos no apartamento onde vivia na Tijuca, Zona Norte da capital do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (24). O Corpo de Bombeiros narra que vizinhos não haviam tido contato com Ota há cinco dias e, por isso, acionaram a corporação. Ao chegarem no apartamento, os militares encontraram o corpo dele. A porta precisou ser arrombada e ele estava sozinho na residência.
Por tudo que vez e muito mais, a História das HQs no Brasil perde muito de sua graça sem Ota.
O bairro onde ele morvava é TIJUCA. Barra da Tijuca fica na Zona Oeste do RJ. Tijuca fica na Zona Norte.
Grato!