O novo Hulk de Cates e Ottley: da mente ao corpo

The incredible Hulk, um dos títulos da Marvel Comics que mais apresentou a riqueza de visões de personagem, desde as origens com Stan Lee e Jack Kirby, passando pela brilhante interpretação de Peter David ao Hulk Imortal de Al Ewing e Joe Bennett, que enriqueceu ainda mais o personagem, e se tornou o que é chamado de “clássico instantâneo”.

Com o início do trabalho de Donny Cates e Ryan Ottley ao título, uma nova era parece se abrir com a intenção de abordar o espírito da série de uma maneira totalmente diferente do que antes. No primeiro número podemos considerar uma mudança no roteiro: a visão de Ewing era mais introspectiva quanto Cates se concentra na ação, e faz essa modificação narrativa bem apresentável.

Rapidamente deixando de lado os eventos anteriores, nos deparamos com um Bruce Banner que decide enfrentar a presença do Hulk em sua vida, transformando seu alter ego num invólucro e assumindo o controle dela (e, portanto, Banner é responsável por suas ações).

Embora partindo de uma ideia que tem algo de grotesco, Cates mostra que entendeu bastante bem o personagem e sua dualidade, embora o equilíbrio entre Bruce e o Golias Verde seja praticamente invertido em relação ao habitual. Por outro lado, é hábito de Cates retomar o trabalho de seus antecessores e modificá-lo, criando algo diferente: Banner teme que o Hulk assuma o controle, o aniquile e encontre uma maneira de aprisioná-lo.

Cates não é conhecido pelo refinamento, mas não deixa de dar profundidade às suas caracterizações, e seu Banner imediatamente faz o leitor duvidar da bondade de suas intenções.

O novo Hulk de Cates e Ottley: da mente ao corpo – Ambrosia

No entanto, permanece a dúvida de que o desenvolvimento dessa troca de equilíbrio ainda não está completamente claro e focamos excessivamente nas cenas de efeito (sem spoilers).

O complemento ideal para a violência imaginada pelo roteirista são os desenhos de Ryan Ottley, que se expressam em colunas, mesmo duplas, espetaculares e dinâmicas que aproveitam a a ferocidade da ação deste mais ou menos renovado Hulk. Traço afiado e limpo, anatomias poderosas, representação de movimento fluido, bem como uma Betty Banner vintage de muito sucesso, são as características do que, pelo menos por enquanto, parece ser a parte de maior sucesso do novo.

Complementares e adequadas são as cores de Frank Martin, que acompanham a narrativa com variações de tons quentes a frios.

A primeira edição traz novidades e só os próximos números poderão nos dizer se o Hulk continuará como uma narrativa de ação “bem feita” ou desenvolverá a psicologia e a interioridade de seus personagens.

Nota: Ótimo – 3.5 de 5 estrelas

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