Chegamos à última parte da recapitulação. Amanhã, dia 7, será lançada a última edição de Planetary e logo que eu a tiver em mãos sai a resenha dela também. Agora, no climax da série, veremos mais sobre a história dos 4, o combate do Planetary a cada um de seus membros e o embate final entre Downing e Snow. Para começar, as edições 19 e 20, que foram publicadas separadamente, mas em verdade é uma história só, mostrando pela primeira vez Jacob Greene.
Planetary # 19 e #20
Estas são as únicas edições da revista em que a história teve de ser continuada devido a seu tamanho e talvez ela seja a que tem as melhores imagens de toda a série. Nela, um objeto estranho surge no sistema solar e o Elijah Snow resolve mandar um grupo para averiguar e se possível, capturar as primeiras imagens de Jacob Greene, o único dos Quatro que não havia aparecido até agora. Com uma nave alienígena capturada em 1941 e uma tripulação de extraterrestres que caiu na Alemanha na década de 30 e são um tipo de gravadores universais, mandados para diversos pontos do universo a fim de registrar tudo, que Elijah chama de Anjos, eles mandam uma nave que se alimenta e ejeta informação para se propulsionar a altíssimas velocidades. Enquanto a nave dos anjos viaja, o Baterista elabora uma nova teoria sobre o universo, explicando que, se o que vemos é uma extrapolação, um holograma de um universo 2D, agora, imagine que o universo existisse em 3D e que a informação armazenada fosse uma pilha de Discos de computador, então, o universo teria uma espécie de sistema anti vírus para protegê-lo, no caso, as crianças nascidas em 1 de janeiro de 1900 como Elijah Snow. Eu sei, eu também fiquei de cara com a imaginação do Ellis.
Os Anjos chegam a nave e entram, planando por sobre uma enorme floresta, com um trono gigantesco em seu meio e mais adiante, o corpo de um ser gigantesco, sendo usado de diversas formas, desde como comida para animais até cobertura para uma vila em alguns pontos. Enquanto os Anjos começam a captar os dados do local, uma nave dos Quatro aparece e de dentro dela, surge Jacob Greene, usando um traje protetor e ainda não identificável. Os Anjos enquanto isso captam mais e mais informações. Uma espécie de colméia de homens vagalume. Eles são avisados da presença de Greene e vão ao seu encontro, mostrando finalmente sua verdadeira face. Um monstro totalmente deformado. Enquanto eles permanecem mandando dados, Elijah manda detonar um aparelho colocado no motor da nave dos Anjos. A nave explode, mandando o objeto, Greene, os Anjos e seus segredos para o espaço profundo, para longe da Terra. Snow não pede desculpas por fazer isso e diz que agora os Quatro são Três. Jakita está muito irritada e diz que não sabe mais quem é ele.
As citações destes dois episódios começam desde a imagem da capa lembrando a capa de 2001 – Uma Odisséia no Espaço (que é citado pelo Baterista no decorrer da edição #19 quando ele fala que teve um pesadelo com HAL querendo fazer sexo com ele. A capa da edição #20 é outra citação à 2001, mais precisamente ao trecho chamado Júpiter e Além, quando uma das maiores viagens de ácido do cinema começa. O objeto em questão parece ser uma espécie de nave para o gigante encontrado pelos Anjos, uma analogia à Galactus da Marvel. Os próprios Anjos lembram o Surfista Prateado e sua missão de percorrer a vastidão do universo, cada um com objetivos distintos, é claro. Ainda, o modo como os Anjos demonstram amar aqueles que os ajudam lembra a primeira aparição do Surfista e sua relação de amor com Alicia Masters, que o ajuda apesar de cega. Aqui, os cegos, são aqueles que os ajudam, porém usam deles para seus fins próprios. Ainda assim, no final, os Anjos mesmo sabendo que iriam vagar por um milênio pelo universo, ainda amam a todos por isso.
Planetary #21
Se alguém aqui tem um vício eu recomendo ler esta edição chapado, pois é o melhor jeito de entender o que veremos a seguir. Vemos Snow chegando a uma casa em Nova Iorque. Nela mora Melanchta, uma Shaman/Cientista/Maga a qual senta-se com Snow enquanto eles tomam chá. Ele quer saber qual o próximo passo a tomar contra os Quatro. Ela então começa a falar sobre Richard Feynman, K. Eric Drexler, nanotecnologia e toda a teoria sobre microuniversos dentro de células. O nano dentro do micro. Picotecnologia, Femtotecnologia, como desmontar um átomo com lasers de alta precisão. Diminuindo mais e mais, se acima temos a Sangria e a escala gigantesca, o que está abaixo de nós? Ela fala sobre os mortos e como os enterramos e como suas almas permanecem na terra, saindo nas plantas, intoxicando o solo, exalando o pneuma para os Oráculos do mundo. Contaminando plantas, criando drogas que fazem-nos ver por novas perspectivas, drogas as quais ela colocou no chá de Snow.
Usando-se das drogas, Snow deu a ele uma nova maneira de entrar no micro. Snow começa a ver uma flor. Melanctha manda ele atravessar para o outro lado (Break on Throught To The Other Side, The Doors!!!). Isso é arqueologia dos sonhos. Snow está no mundo dos mortos, de suas almas, Valhalla, Céu, Submundo. Lá, pequenos objetos flutuantes feitos de algo como vidro líquido o cercam e exalam o pneuma para ele, ensinando-o, falando com ele, dando-lhe informação. Falando que ele não pertence àquele local, que ele não está morto e nem vivo. Melanctha fala com ele, diz que todos aqueles nascidos em 1900 são construtos, que não morrem, mas sim deixam de existir. Porém, ele tem uma função, todos tem, e a de Snow não é só cuidar de Quatro indivíduos que lhe fizeram mal. Há algo mais. Snow retorna de sua alucinação. Ela termina falando: “É um mundo estranho. Não o perca de vista”.
Snow a deixa e terminamos o episódio tendo que ler de novo e de novo e de novo, porque simplesmente há tanta informação dita por Melanctha que simplesmente nossas mentes não conseguem absorver tudo sem um mínimo de estudo de física quântica, o princípio da incerteza ou até mesmo a teoria do Gato de Schrodinger. Tudo se aplica aqui. Melanctha é ainda o nome do segundo livro de Gertrude Stein, parte da trilogia conhecida por Três Vidas, no qual ela trata sobre a batalha interna na busca por encontrar um sentido em um mundo tumultuado. Aqui, no caso, a luta de Elijah Snow.
Planetary #22
Aqui vemos o interrogatório de William Leather, contando toda sua história, desde seu avô John Leather, que, após ser atacado pela gangue de Frank Downling que estava atrás de sua mina de prata, volta dos mortos com a ajuda de um índio e durante uma semana prepara sua vingança. Usando prata das minas, e usando mercúrio, ele cria balas para seus pretensos assassinos.
Ele mata a todos e deixa de lado sua vida de vingança, se casando e tendo um filho chamado Bret, que nasceu na virada do século, como Snow. Bret fica milionário sendo o único herdeiro da mina de prata. Ele cria um jornal em Chicago nos anos 20 e 30, mas isso não bastava ao filho de John Leather. Usando as armas de seu pai, ele as derrete e recria, só que ao invés de ser prateadas, elas eram negras. Numa noite, um mafioso manda matar um juiz e sua família. Mas, ao invés de encontrar eles, seus capangas encontram Bret Leather, que os mata. Nessa mesma noite, nasce William Leather, mas sua mãe não era fiel a Bret e ela o traiu com um de seus assistentes. William conhece Dowling que diz que ele teve seu direito de nascença roubado e o convence a se juntar a ele, Kim e Greene. Porém, ele percebe que está sendo usado como peão de Dowling, o que o leva a trabalhar mais tempo sozinho, ocasionando que ele ficou fácil de ser capturado.
Elijah então pergunta se ele se lembra sobre o Nautilus e quem ele matou naquele navio e pergunta apenas uma vez. Onde estão Suskind e Downling, enfiando uma espécie de óculos com farpas em seus olhos.
Planetary #23
A edição começa com uma conversa entre o Baterista e Jakita sobre Elijah e como ele mudou. O Baterista discorda, acha que ele continua o mesmo, porém frustrado por tudo que aconteceu desde sua recente perda de memória, o que nos leva ao passado do Baterista. Ainda jovem, com suas baquetas, mexendo no que seria o primórdio da internet com mais algumas crianças superdotadas. Elijah surge com Ambrose Chase e Jakita para interferir nos planos de Dowling para a internet. Enquanto atacam, um dos guardas aciona um botão que começa a explodir os colares nos pescoços dos jovens. Jakita salva o Baterista no último instante. Enquanto se preparam para fugir, o Baterista coloca a casa abaixo usando suas baquetas e detonando todo sistema de informação do prédio, o que acasiona uma enorme explosão e um resgate digno de Hollywood com os quatro caindo em uma rede arrastada por um avião.
Após isso Snow conversa com o Baterista dizendo que todas as pessoas relacionadas morreram e que ele poderia coloca-lo em um lar adotivo, mas resolve exxplicar o que o Planetary faz, que no caso é ajudar as pessoas no mundo que ainda é estranho. De volta ao presente, o Baterista fala que Snow está na Terra para salvar vidas. E ele acha que Snow quer salvar Ambrose Chase.
Planetary #24
Estamos no prédio do Planetary no Rio de Janeiro. Elijah, Jakita e Baterista vão até o subsolo deste onde fica uma das coleções dos Guias Planetary de Snow. Elijah começa a explicar aos dois sobre o sistema de defesa do mundo, como as crianças do século 20 seriam esses agentes. Então, abrindo um de seus guias, ele fala para Jakita que o pai dela foi Lorde Blackstock e diz que o Baterista já sabia disso. Ele fala sobre a mãe dela e que o Baterista ainda por cima pode ver informação genética. Somos então levados por um passeio por diversas edições, mostrando cronológicamente tudo o que aconteceu. E então chegamos a Ambrose Chase. Snow acha que ele não morreu e sim desapareceu e se trancou fora da realidade a fim de evitar a morte. Porém, nada pode ser feito. Enquanto conversam, o Baterista percebe algo errado. O prédio todo é vaporizado por um raio orbital. A sala dos arquivos fica muito no subsolo e os protege da destruição. Entretanto, todas as outras 500 pessoas no prédio morrem. Os três emergem dos escombros e Jakita quer vingança.
Planetary #25
John Stone e Elijah se reunem novamente na cabana nas montanhas. Só que dessa vez Elijah coloca John contra a parede, dizendo que ele vinha trabalhando para os Quatro, que foi ele o culpado por Wilder cair na pedra de transporte e voltar cheio de poderes e outras coisas. Stone se vê cercado pelo Planetary e diversos soldados. Ele consegue fugir da cabana, mas é perseguido por Jakita que o derruba. No hospital, Stone é interrogado por Snow e conta o que realmente aconteceu aos Quatro depois da decolagem da Artemis L. Dowling explica a seus companheiros, após mostrar uma Terra paralela, que todos eles ganharão poderes e não envelhecerão.
Em troca, ele entregará todos os segredos de nossa Terra a estes seres e, para piorar, após 50 anos, eles poderiam ficar com ela. Enquanto isso, ele e seus companheiros iriam poder viajar para outras Terras e conquistar a todas elas.
Planetary #26
A última edição lançada até hoje mostra a realização dos planos de Elijah contra os Quatro. Usando um comunicador encontrado no corpo de John Stone, Elijah conversa diretamente com Dowling e oferece um acordo. Em troca de todo conhecimento dos Quatro, Elijah não matará Kim Suskind, entregará a localização da nave de Wilder e, por fim, não interferirá na invasão orquestrada por Dowling com os seres da Terra paralela. Ele concorda e ambos se encontram no local onde tudo começou: o café no meio do deserto onde Jakita encontrou Snow.
No deserto, Snow e o Baterista esperam por Suskind e Dowling. Após receber todos os arquivos dos Quatro, o Baterista se afasta enquanto os três restantes discutem sobre os planos de Snow para um futuro. Como não querem cooperar, o plano B entra em ação, que no caso é matar os dois. O Baterista deixou com Elijah um distorcedor localizado do espaço informacional, ou seja, nenhuma das tecnologias de Dowling e Suskind funcionam, mas as de Snow sim. Ele foge por uma Porta de teleporte e enquanto Suskind e Dowling discutem sobre a inutilidade dela, surge sob seus pés a nave de Wilder, enterrada no deserto há milhões de anos. Os dois caem no buraco deixado pela nave e morrem. Dentro desta, Snow, Wilder, Jakita, Baterista e todos os tripulantes da nave saem para dar um passeio com ela pelo multiverso e acabar com o acordo de Dowling. Eles explicam aos seres da Terra paralela que o acordo basicamente melou e que se eles tentarem invadir, serão repelidos e destruídos. Na nave, Jakita está brava por ter apenas salvado o Baterista, sem poder bater em nada. Enquanto isso, Snow diz que há apenas mais uma coisa para se cuidar e depois eles poderão viver suas vidas.
E esta última coisa será revelada a partir de amanhã nos EUA e Europa quando sair a edição #27 de Planetary, com, o que parece, ser o resgate de Ambrose Chase envolvendo viagens no tempo e muito mais. Aguardem ainda essa semana para uma resenha detalhada desta última edição. Espero que tenham gostado dessa recapitulação e espero que agora que a Panini comprou o selo Vertigo/Wildstorm da Pixel, que eles possam lançar o restante dos encadernados de Planetary aqui no Brasil, e quem sabe, em um futuro não muito distante, um Absolute Planetary com todas as edições lançadas.
J.R. Dib
Não comentei nos resumos anteriores.
Mas foram magníficos, muito bem escritos.
Planetary, com absoluta certeza, deixará um vazio igual ao que deixou Y, The Last Man.
Alias, outro título que poderia ter esse recapitulação por arcos, o que acha?
Rapaz, Y, The Last Man eu não vou recapitular ainda porque, ao que tudo indica, a Panini tem planos de lançá-lo em um futuro não muito distante. Estou pensando seriamente em fazer a Recapitulação de DMZ ou Freqência Global. Mas por enquanto, semana que vem voltamos a programação normal de resumos dos quadrinhos semanais. Valeu pelo apoio.
Que seja Freqüência Global! Aquilo é tão bom quanto Planetary, mas de um jeito diferente!
Você devia fazer a recapitulação de Preacher!!!
Diego, eu até gostaria de fazer uma recapitulação de Preacher, mas eu não tenho todas as edições em casa e vou ter que baixar para acabar de ler. Frequência Global eu termino em 2 recapitulações e pelo jeito, vocês preferiram elas a coluna da semana em quadrinhos. To achando que vou mudar o foco da coluna.