Planetary: A Recapitulação, parte 1

Como prometido semana passada, hoje vai rolar um especial com Planetary, ainda mais aproveitando essa semana mais parada nas bancas do país.

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A primeira coisa que se deve dizer é que Warren Ellis é o cara que sabe. É mais ou menos uma versão real de Layla Muller, a sabe tudo do X-Factor. Ellis é um grande conhecedor da cultura pop, underground e abaixo. Planetary, em verdade, é uma homenagem do autor a toda a cultura que de uma forma ou de outra influenciou a massa e ele mesmo. Desde personagens famosos da Marvel e DC até alguns personagens antigos advindos de filmes B da década de 50, quadrinhos underground ingleses, etc…

Começamos com Planetary #00, isso mesmo, número 0, que veio junto de uma edição de Gen 13 #33. Na edição somos apresentados a Elijah Snow, Jakita Wagner e o Baterista, que invadiram uma base super secreta do governo atrás de um homem chamado David Paine. O General que eles capturam explica que em 1962 Paine era o cérebro por trás de um novo tipo de bomba, que baseada em um supercomputador, poderia obliterar a realidade. Paine, que tinha um caso com a esposa do general, vê ela procurando por ele no local de teste da bomba. Esta detona e engloba o corpo de Paine, que usando sua mente avançada, consegue usar o efeito da bomba para criar um corpo que resistisse a bomba. Surge um monstro enorme. Demoram dias para a captura deste, que é colocado em um buraco de cinco milhas de fundura sem água ou comida. Ele morreu apenas em 1993. A esposa do general teve um filho de Paine. Desde o nascimento ele não sabe onde os dois estão. Pela primeira edição, percebe-se com base em qual história Ellis se baseou para escrever. Até mesmo o nome David Paine lembra David Banner, o Hulk da televisão, ou mesmo Bruce Banner, o dos quadrinhos da Marvel.

ellis3

Planetary #01

Esta sim é a primeira edição e nela é que vemos a genialidade de Ellis tomando forma. Jakita encontra Elijah Snow em um café no meio do nada. O convida a entrar para o grupo, oferecendo um salário enorme e aventuras em troca dos dons dele. Elijah aceita e logo eles são enviado a primeira missão: Ir até as montanhas Adirondacks descobrir o paradeiro de Doc Brass, um herói da década de 40. Chegando lá, eles encontram Brass vivo, mas em péssimo estado, cercado por esqueletos. Brass havia juntado nos anos 30 e 40 um grupo de heróis que seria uma espécie de Liga Extraordinária do século XX. Em seu esconderijo, eles constroem um computador quântico que mostra todas as 196.833 realidades do universo na forma de um floco de neve. Só que, em razão de sua natureza quântica, algo muda, e um grupo de protetores de uma das realidades invade a nossa, e são atacados por Brass e seus companheiros. Os invasores, na verdade, são uma versão bizarra da Liga da Justiça. Todos exceto Brass morrem e tudo é “escavado” pelo Planetary e ali, no fim da primeira edição, surge a frase: “É um mundo estranho. Vamos mantê-lo assim.”

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Planetary #02

Esse talvez seja para os fãs de filmes japoneses como Godzilla. Uma ilha isolada entre a Rússia e o Japão, sem dono, uma batata quente diplomática. Nela, monstros surgiram após os ataques nucleares contra o Japão, ou seja, vemos seres baseados em Godzilla, Mothra, Ghidorah e Rodan, mas, segundo consta, todos estariam mortos desde a década de 70, que coincidentemente, foi a época que tais filmes deixaram de ser produzidos no Japão. Ainda, em termos de citações, há um grupo de fanáticos religiosos na ilha, querendo uma purificação do corpo antes de atacar o governo. O líder deles é uma mistura de dois líderes e suas seitas: Shoko Asahara, líder do Aum Shinrikio que atacou o metrô de Tokio em 1995, matando dezenas de pessoa com gás Sarin e Yukio Mishima, que se matou também graças a seus ideias nacionalistas. Nos quadrinhos, o líder do grupo, ao se ver cercado, dispara sua arma contra um tubo de gás sarin, matando-se, seus seguidores e os soldados que os cercavam. A Ilha Zero permaneceria em segredo afinal.

Hark

Planetary #03

Essa talvez seja a edição com mais ação em todas as 27 revistas (lembrem-se, tem a 00, eu não li a 27 ainda). Nem precisa dizer que os filmes de ação de Hong Kong são a base de todo o roteiro do policial que é traído, morto e volta para se vingar em cenas de arrepiar os cabelos. Além das cenas de ação, vemos que o Planetary é um grupo que existe desde antes de Jakita e do Baterista, sendo comandado pelo Quarto Homem, que ninguém sabe quem é. As influências para a história da pessoa que morre e volta podem tanto ser traçadas até “O Corvo” criado por James O’Barr e o Espectro da DC. Talvez por ser forrada de ação, essa seja uma edição com menos história do que o normal.

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Planetary #04

Essa edição é tão simples e ao mesmo tempo tem tantos detalhes que serão importantes no futuro da série que me faz pensar se Ellis já pensava em tudo desde o começo. Nela vemos Jim Wilder, um investigador da Corporação Hark, observando o local de uma explosão que demoliu um prédio da corporação. Mais tarde ele vê um homem sendo roubado e persegue o bandido até o local da explosão, onde está o Planetary “escavando” mais um artefato. Wilder pisa neste e é teleportado para dentro de uma nave interdimensional, que mostra a ele sobre o nexo das 196.833 realidades que se parece com um floco de neve e o convida a ser seu primeiro novo tripulante, pedindo em troca que ele vá atrás dos outros seis necessários para fazer a nave voltar a funcionar. Na Terra, o Planetary promete ajuda-lo em sua busca e vemos que Snow, pela primeira vez, toma a iniciativa de dar algumas ordens. Tudo o que acontece aqui será objeto de recaptulação em mais duas edições, sendo que uma delas é simplesmente genial.

Planetary #05

sociedade+secreta

Essa é outra daquelas edições. Nela vemos a história de Axel Brass, a origem de seus dons desde a Revolução Francesa quando sua família criou um método de nutrição e treino para as crianças serem superiores, até sua união com mais seis homens, sendo que um deles, Hark, é pai de Anna Hark, proprietária da Corporação Hark. Os outros homens eram Lorde Blackstock, o Aviador, o inventor Edison, o Agente Secreto Jimmy e o milionário emcapuzado. Cada um deles é baseado em personagens de revistas pulp dos anos 30. Blackstock é Tarzan, Doc Brass é Doc Savage, o Encapuzado é o Aranha, Edison é Tom Swift, Jimmy é o Operador nº 5, Hark é o Fu-Manchu e o Aviador foi baseado em um herói chamado G-8. As conversas de Snow e Brass levam a conclusão de que Snow não confia no Planetary e acha que eles estão escondendo algo dele. Essa desconfiança será explicada em seguida.

Só que essa, só semana que vem. Quero ver se faço essa recaptulação em 4 partes para quando sair a edição #27 eu já lanço a resenha dela e termino tudo junto.

J.R. Dib

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Comentários 3
  1. “Vai se arrepender de ser tão desaforada quando os deuses dos ovinis elétricos vierem da 10ª dimensão e me declararem gerento do universo!” O Bateirista.

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