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Retrospecto/Resenha de Captain America #600

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[este artigo contém spoilers]

captain-america-600-alex-rossAspectos políticos à parte, a importância do Capitão América para a mídia dos quadrinhos é quase tão grande quanto a do Superman, ou outros heróis clássicos. Tido como um símbolo do capitalismo e imperialismo de seu país por alguns, e como uma ode à liberdade e verdadeiros ideais patrióticos a outros, o maior líder dos heróis da Marvel é reconhecido nos quatro cantos do mundo seja de que forma for. A soma de todos esses adjetivos é só um pouco do que Captain America #600 mostra aos leitores, marcando o pontapé inicial da volta de Steve Rogers ao uniforme com a bandeira estadunidense.

Guerra Civil: o evento que trouxe abaixo o herói; condenado por traição e morto por um traidor; ocorrido há dois anos atrás, culminando não só no falecimento de Steve, como também na tomada de Tony Stark, o Homem de Ferro, como líder absoluto dos heróis dos EUA, responsável pelo Registro Super-heróico, conhecido também como a Iniciativa dos 50 Estados. O período de tempo contado a partir do término do evento até os acontecimentos de Captain America #600 equivale a um ano inteiro no universo Marvel, mas foi mais de 2 anos para nós – tempo suficiente para que a editora pensasse numa forma plausível de trazer um de seus maiores símbolos de volta e fazer bastante barulho na midia com isso.

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Buck Barnes: o eterno parceiro mirim do Capitão fez uma volta triunfal pelas mãos de Ed Brubaker, como um anti-herói misterioso, guerreiro e de personalidade muito bem aprofundada e dimensionada. No intervalo de tempo da Guerra Civil para o um ano depois da morte do Capitão, este, aquele que voltou como o Soldado Invernal e que já não é mais nenhum garotinho, utiliza o manto de seu mentor, mas com alterações drásticas para mostrar a todos que o Sonho Americano não acabou, mas, ao mesmo tempo, ele jamais poderá superar aquele que lhe ensinou os verdadeiros valores da vida.

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Um Ano Depois: é chegada a hora de comemorar a vida do símbolo americano um ano após sua morte. O escritor Ed Brubaker, em parceria com os desenhistas Butch Guice, Rafael Albuquerquer, Howard Chaykin, David Aja e Mitch Breitweiser, contou a primeira parte da história que balançou as estruturas Marvel nestes últimos tempos, mostrando aos leitores as lembranças e momentos de cada personagem importante (de antes, agora e depois) na vida de Steve Rogers.

Seguindo para as próximas páginas, a segunda história é de Roger Stern, que escreveu o Capitao há alguns anos com seu amigo John Byrne. Apesar de ter uma narrativa bacana e ser uma leitura bem leve e descontraída, a história não acrescenta nada ao mito ou ao que deve acontecer a ele a partir de agora. O mesmo acontece na terceira narrativa da edição, feita por Mark Waid, mas esta acaba sendo mais divertida, pois brinca com o mundo real e o mundo ficcional, mostrando colecionadores de merchandising do Capitão América.

A brincadeira diverte o leitor mesmo quando se vê páginas clássicas de Jack Kirby sendo leiloadas, e outros símbolos importantes da mitologia do herói mascarado fazendo aparições recordatórias pelas páginas da revista. Ótima sacada de Waid, cuja fase no Capitão América em meados dos anos 1990 é tida como uma das melhores já produzidas até hoje.

Fechando a longa revista está um clássico de Stan Lee e Al Avison produzida há muitos anos atrás para Captain America Comics #16, de 1942, mostrando as velhas aventuras do Capitão ainda na Segunda Grande Guerra, contra o Caveira Vermelha e seus asseclas nazistas no melhor estilo narrativo que todos conhecem do velho Lee.

De modo geral, a revista Captain America #600 é uma leitura mais que agradável – ela consegue lembrar o prazer da antigas HQs misturado com o novo, o atual. Em meio à volta do orgulho americano com o novo presidente, Barack Obama, o momento não poderia ser melhor para que um de seus maiores símbolos patrióticos fizesse sua volta triunfal.

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4 Comentários

  • Bem, também concordo com o Buck ser o Capitão, mas não porque ele é melhor que o Steve. É para dar uma senso de continuidade do Legado que é sempre maior que aquele que o herda.

  • Eu tenho uma teoria de como o Cap vai retornar
    Eu acho que a arma que a agente 13 usou no Steves roubou alguma coisa do DNA ou das Memorias dele
    Entao eles vao usar o Tubo Cosmico ou seja lah o que for para trasferir a mente dele pra do Grande Diretor que ja ta vivo
    e o Melhor como ele é Mais forte e mais Agil q o Steves o Cap America vai retornar muito mais poderoso
    mas tbm podem ter os msm efeitos colaterais dele que ja daria um bom pano pra manga de novas HQ do Bucky tentando ajudar o cap!!

    Vai uma Apostinha ai?

  • Belo artigo Morcelli.

    Eu ainda nao li, mas qualquer coisa que o Brubaker escreve eu coloco minha mão no fogo. Quando eu peguei para ler a volta do Bucky como Soldado Invernal só tinha pedras na mão, mas foi tão sensacional o desenvolvimento do personagem que pela primeira vez eu achei que uma ressureição valeu a pena nos quadrinhos. A revista do Capitao, assim como a do Demolidor, estão entre as melhores da Marvel em muito tempo.

    Independente do que aconteça, se for feito pelo Brubaker tá ótimo.

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