Antes de ler este texto, recomendamos a leitura de “Quadrinhos da Panini sofrem reforma” para conhecer as mudanças da Marvel e DC no Brasil.
A casa da Marvel e DC no Brasil modificou sua grade editorial, fez alguns cortes e diminuiu o preço de algumas revistas. Mas, será que o consumidor saiu realmente ganhando? Não sou nenhum matemático ou contador, mas os cálculos são bem simples. Ainda resta saber exatamente quais serão as revistas de cada mix, mas, sinceramente, especialmente com a Marvel, fica claro que trata-se de um aumento dos preços, senão vejamos:
Hoje – 100 páginas (com as capas) = R$ 7,95 ou R$ 0.0795 por folha.
Revolução – 76 páginas (com as capas) = R$ 6,50 ou R$ 0.085 por folha.
Além destas, teremos as novas revistas com 148 páginas.
Revistas com 148 paginas = R$ 14,90 ou R$ 0.10 por folha.
Ou seja, hoje, pagamos nas mensais bem mais barato do que iremos pagar com essa revolução. Ainda, se levarmos em conta os preços das Marvel Apresenta, por exemplo, a nº 46 do Justiceiro no Reino Sombrio, que saiu por R$ 17,90 e tinha 156 páginas, cada página sai por pouco mais de R$ 0,11 ao leitor. Guerra do Reis, que tem 140 páginas, está saindo por R$ 16,90 ou seja, à R$ 0,12 por página.
Claro que a conta seria injusta caso não abordássemos o assunto da adequação do mercado e gastos com gráfica. As tiragens das revistas maiores serão reduzidas. Isso implica claramente em um aumento de custo para as gráficas, que, não conseguem diluir o preço de cada prensagem em muitas edições, o que obriga a Panini a repassar o aumento de custo para o leitor, porém nosso mercado de super-heróis sempre foi estagnado. A estratégia da revolução só tem a ver com a parte econômica, e porque não, social, do ato de comprar um quadrinho.
Como discutido em nossa visita à Mythos, algumas revistas são afundadoras de mixes, como é o caso de Hulk e Quarteto Fantástico, ou seja, quem quiser ler, que desembolse mais para cobrir os gastos de publicar essas bombas. Por outro lado, os heróis mais famosos como X-Men, Wolverine e Homem-Aranha vão ser usados para tentar reaquecer as vendas com revistas menores e mais baratas.
Percebe-se porém pelos comentários na internet, via twitter ou outros meios, que a editora novamente corroborou o que Fernando Lopes nos disse quando o entrevistamos na visita à Mythos: Se voltar ao formatinho desse lucro, já estaríamos nele de novo. Quem manda nessa revolução é o povo que paga os salários dos editores e demais funcionários responsáveis pelos quadrinhos da Panini e, por mais que os editores da Panini/Mythos tenham amor pelo conteúdo, essa revolução já estava marcada para acontecer e eles não tem poder de veto.
O staff da editora conhece bem seu público e também a força da internet como formadora de opiniões, ou seja, não deve arriscar novamente com algo que poderá ser espancado ainda no berço da notícia. Enquanto isso, esperamos que a empresa não pratique mais nenhuma “revolução” tão cedo, e continue sem aumentar os preços por um bom tempo.
J.R. Dib
Saudade dos tempos da Abril enquanto publicavam Superaventuras Marvel.
Na minha opinião, faz tempo que HQs Marvel/DC deixaram de valer qq dinheiro.
Aqui no Brasil então, onde as publicações ainda saem com uma defasagem enorme com relação aos originais, a coisa se torna mais idiota, pois quem curte HQs fatalmente já leu em sites especializados e sabe todo o desenrolar das tramas.
Quanto às HQs autorais nem se fala. Anos se passam para que uma editora nacional se preste a publicá-las por aqui (sem garantia de concluir a série. Haja visto Preacher.) e a essa altura, quem curte já leu tudo no original ou via scans. Dai não é difícil deduzir porque as vendas não rendem tanto.
Minha sincera opinião?
Se as editoras nacionais investissem também em material original e inédito de artistas locais. Seja qual fosse o tema, teriam em mãos um acervo de relativo baixo custo e talvez mais fácil comercialização.
Mas se nem quadrinistas brasileiros famosos, que fazem sucesso lá fora, são convidados a produzir HQs originais para editoras daqui, que preferem pegar as histórias destes mesmos caras, que foram publicadas lá fora e republicá-las aqui.
É triste.
Venha cá, você sabia que esses especiais têm tiragem menor pq vendem menos, né? E sabe tb q há um custo gráfico q é mais ou menos fixo. Então, qnt maior a tiragem, menor o preço individual de cada edição, né? Pois bem, como você pode querer que um título que vai vender proporcionalmente pouco custe o mesmo do que venderá muito? Sabia que os custos de fotolitos e afins são divididos pelo número de exemplares da tiragem! Se isso n for levado em conta, é como se a editora nos pagasse pra ler.
Francamente, vcs só sabem reclamar!!!
Se você tivesse lido o artigo direito teria visto que eu falei sobre o custo de gráfica e a diluição de preços pela tiragem. Nada mais.