Sabor Brasilis é o título da novela das oito de Antonio Callado que deixou o país todo na expectativa de saber quem é o assassino de Olivia Ribeiro. Sabor Brasilis é o principal produto da maior emissora brasileira do momento e ganha pão dos roteiristas Zulu, Helena, Matheu e Lauro. Sabor Brasilis é também uma novela gráfica de Hector Lima, Pablo Casado, Felipe Cunha e George Schall lançada recentemente pela editora Zarabatana.
Sabor Brasilis é realmente muita coisa, mas é principalmente uma excelente exemplo deste novo novo quadrinho brasileiro que, longe de se apoiar nas escolas americanas ou européias, trás em seu tempero o trabalho de uma década de independência artística. Como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes incorporaram nosso espírito cultural no jazz, lançando a Bossa Nova, autores e ilustradores estão incorporando o melhor da nona arte na criação de uma literatura nacional de quadrinhos.
Se antes era raro ver uma graphic novell brasileira, sem contar antalogias, hoje em dia é possível se fartar no mercado. E mesmo que nem sempre o resultado seja incrível, como em Sabor Brasilis, vivemos um grande avanço na área com tantos nomes que seria irresponsabilidade ilustrar a cena. Aliado ao bom momento também estão os programas culturais que apoiam este tipo de projetos, como o PROAC em Sabor Brasilis, que fomentam o mercado editorial em busca do obras para publicação.
Ainda assim, quem matou Olívia Ribeiro?
Como não poderia deixar de ser numa novela, é preciso uma pergunta motriz para sustentar a trama principal, mas em Sabor Brasilis Hector Lima e Pablo Casado, utilizam o recurso para sustentar a experiência metalinguistica de criar outra trama. Em um plano intermediário, os roteristas Zulu, Helena, Matheu e Lauro também vivem um momento de definição em suas vidas com o desfecho de seu trabalho na telenovela, capturando a atenção do leitor da mesma maneira que a atração inventada.
Neste país, ainda dominado por uma grande emissora, Sabor Brasilis consegue dialogar com naturalidade com qualquer tipo de leitor. Porém, sob outro ponto de vista, este também é seu maior defeito. Ao abordar questões por demais inerentes a realidade atual do universo glamuroso do dinheiro, fama e sucesso, a história acaba deixando de lado aquele frio na espinha das obras universais que conspiram com nossa alma.
Por fim, deixo outro elogio ao preciso trabalho desta equipe criativa. Mesmo sendo mais fácil diferenciar o desenhos de Felipe Cunha de George Schall, Sabor Brasilis é um trabalho sólido que merece atenção.
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