“Hereditária”: apresentações gratuitas nas arenas culturais do Rio

Após sucesso de público e crítica com a montagem da peça nos teatros Sesi-Firjan, em 2024, e Espaço Cultural Sérgio Porto, no início do 2025, “Hereditária” volta aos palcos cariocas nas arenas culturais municipais do Rio de Janeiro. A montagem terá duas apresentações gratuitas neste mês de maio: dia 21/05, às 14h, na Areninha Cultural Terra, em Guadalupe,…


Após sucesso de público e crítica com a montagem da peça nos teatros Sesi-Firjan, em 2024, e Espaço Cultural Sérgio Porto, no início do 2025, “Hereditária” volta aos palcos cariocas nas arenas culturais municipais do Rio de Janeiro. A montagem terá duas apresentações gratuitas neste mês de maio: dia 21/05, às 14h, na Areninha Cultural Terra, em Guadalupe, zona norte; e dia 28/05, e às 15h, na Areninha Cultural Sandra Sá, em Santa Cruz, zona oeste da cidade.

O projeto é apresentado pelo Governo Federal e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, contemplado pelo edital Pró-Carioca Linguagens da Lei Paulo Gustavo, programa de fomento à cultura carioca.

Hereditária” foi idealizado pela artista Moira Braga, que descobriu, aos 7 anos de idade, uma condição genética rara – Stargardt – que causaria a perda de sua visão. A partir daí, Moira investiga os múltiplos sentidos da hereditariedade, do genético ao social. O espetáculo teve duas indicações ao Prêmio Shell de Teatro – nas categorias direção (Pedro Sá Moraes) e Cenografia (Ricardo Siri), além de indicação ao Prêmio APTR, categoria Jovem Talento (Luize Mendes Dias).

Há quase duas décadas atuando como autora, bailarina e atriz em espetáculos de dança, teatro e no audiovisual, esta é a primeira vez que Moira traz ao palco sua biografia, e tematiza a doença de Stargardt. “A ideia é dar uma resposta larga sobre de onde vem a doença”, explica Moira, “e abrir a reflexão para um leque mais amplo, investigando o que são nossas heranças e nossa hereditariedade, tudo que chega para nós através da ancestralidade, tudo que fica pelo caminho, assim como as heranças que escolhemos ter”.

A dramaturgia, composta pela atriz junto com o diretor do espetáculo Pedro Sá Moraes, entrelaça eventos da vida pessoal e dos antepassados de Moira a referências históricas e mitológicas — como o mito grego das Moiras: três irmãs funestas que tecem o destino de todos os seres. Entre o biográfico, o poético e o político, “Hereditária” reflete sobre o quanto de nossas vidas é predeterminado e o quanto temos o poder de escolher.

Um musical diferente

A narrativa, atravessada por canções originais compostas por Sá Moraes, possui uma abordagem estética diferente do que costuma se entender por “Teatro Musical”.  A direção musical, assinada por Pedro junto com Isadora Medella, explora as vozes, os corpos e até os objetos cênicos como instrumentos musicais. Nesta forma de fazer teatro, que recebe o nome de Teatrocanção “a musicalidade é o Norte que ajuda a encontrar o tom da atuação, a pulsação de cada cena, mesmo quando não há nenhuma nota musical sendo tocada”, diz o diretor, indicado ao Prêmio Shell em 2023 pela direção musical e canções originais do espetáculo “Em busca de Judith”.

O cenário é uma instalação visual e sonora do músico e artista plástico Ricardo Siri. É composto por objetos que, ao serem manipulados (pisados, percutidos, tocados, transportados) produzem os ambientes e sonoridades da peça. Para que pessoas cegas e de baixa visão tenham acesso a este cenário, serão convidadas a entrar no teatro alguns minutos antes da abertura de portas e explorar os objetos cênicos de forma táctil.

Ao contrário dos musicais tradicionais, com números de dança virtuosísticos, a direção de movimento de “Hereditária”, assinada pelo performer, ator e professor da UFBA, Edu O. parte da diversidade de potências de cada corpo para compor gestos e movimentos cênicos. Edu, primeiro professor de dança cadeirante de uma universidade pública brasileira, é uma referência no debate sobre a deficiência nas artes, e traz sua reflexão a respeito do capacitismo, ou “bipedismo compulsório” para a criação de Hereditária.

O projeto é uma correalização das produtoras Grande Mãe Produções, Movimento Falado Ltda., Sá Moraes Produções, com a direção de produção de Jordana Korich.

FICHA TÉCNICA

Idealização- Moira Braga

Dramaturgia – Moira Braga e Pedro Sá Moraes

Direção – Pedro Sá Moraes

Elenco – Isadora Medella, Luize Mendes Dias, Moira Braga

Canções originais – Pedro Sá Moraes

Direção musical – Pedro Sá Moraes e Isadora Medella

Direção de movimento – Edu O.

Cenografia – Ricardo Siri

Figurino – Vania Ms. Vee

Iluminação – Ana Luzia De Simoni

Técnico de Luz – Guiga Ensa

Técnica de som – Raquel Brandi e Maria Clara Coelho

Identidade visual – Vinícius Santilli | Grambolart

Fotos – Junior Zagotto, Felipe Rodrigues, Pedro Sá Moraes, Thelma Vidales

Maquiagem – Lucia Carrara

Assessoria de Imprensa – Marcelo Moreira

Consultoria em Libras – Jadson Abraão

Consultoria em Audiodescrição – Felipe Monteiro

Contabilidade – Davi Andrade

Assistência de produção – Guilherme Soares

Direção de Produção – Jordana Korich

Realização – Movimento Falado ltda., Pedro Sá Moraes produções e Grande Mãe Produções

SERVIÇO:

“Hereditária”: apresentações gratuitas nas arenas culturais do Rio
 
Dia 21/05 (quarta-feira), às 14h

Local: Areninha Cultural Terra – Rua Marcos de Macedo, s/nº – Guadalupe, RJ

Dia 28/05 (quarta-feira), às 15h

Local: Areninha Cultural Sandra Sá – Rua 12, 1 – Conjunto Guandu, Santa Cruz, RJ.

Ingressos gratuitos: distribuição por ordem de chegada, uma hora antes, na bilheteria das arenas.  
Todas as apresentações contam com acessibilidade atitudinal ou comunicacional para pessoas com deficiência. Libras e audiodescrição fazem parte da encenação da peça.

Duração: 60min Classificação Livre


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