Você já viu o Diabo? E se ele não “existisse”, de quem seria a culpa das mazelas humanas? Só o próprio Capiroto poderá responder! Escrito e dirigido por Rodrigo França, o espetáculo Capiroto cumpre temporada no teatro Firjan SESI Centro até 07 de novembro e busca “desdemonizar” as divindades das sociedades e grupos não cristãos através da tolerância e do respeito entre as diferenças religiosas e humanas.
A história da civilização humana é permeada de perseguições e intolerâncias de cunho religioso. Inveja, ódio, mortes, injúrias, calúnias, perseguições e torturas são algumas das palavras que passaram a ser usadas no lugar de tolerância, amor e respeito na construção mútua da civilidade humana. Por trás desse contexto, temos a figura do Demônio. Algumas culturas religiosas, para angariar adeptos, demonizam divindades de determinadas sociedades e grupos como a existência de algo perverso.
“O espetáculo explicita as apropriações religiosas que ao longo do tempo determinavam que alguns deuses eram personificações do mal. Algumas sociedades foram destruídas por essa estrutura dominadora. Não falamos sobre religião. Falamos sobre o homem que mata, exclui, escraviza, gera miséria em nome da sua fé, dinheiro e poder”, explica Rodrigo França, autor e diretor do espetáculo.
Atualmente, a descrença no diabo acaba alimentando um interessante debate entre os pensadores da cultura. Para alguns, acreditar no diabo é algo fundamental para que a sociedade reforce os seus limites éticos e morais. Desconstruir uma imagem do mal pode levar as pessoas a simplesmente ignorarem os comportamentos hediondos. No fim das contas, acreditar nas forças malignas não deixa de ser uma forma de reforço às qualidades positivas do indivíduo.
O desenvolvimento da figura diabólica é fruto das várias dualidades que permeiam o cotidiano do homem. O belo e o feio, a sorte e o azar, o certo e o errado, a vida e a morte compõem jogos em que um lado assume significação positiva e o outro, necessariamente, uma posição completamente negativa.
“Precisamos falar sobre essa tendência do ser humano em terceirizar a maldade que faz. Acredito que a humanidade não errou. Quem faz as maiores atrocidades por conta do poder econômico, financeiro e político tem raça, gênero, faixa etária, orientação sexual e classe. Então, Capiroto também fala com essa ponta da pirâmide social. De diabo para diabos”, complementa Rodrigo. Os ingressos para a peça estão disponíveis em https://www.sympla.com.br/
SERVIÇO:
O que? Peça Capiroto
Onde? Teatro Firjan SESI Centro, Avenida Graça Aranha, 1
Quando? 29/10 (sexta), às 19h; 30/10 (sábado) e 31/10 (domingo), às 17h. Temporada vai até 7/11
Quanto? R$ 30 (inteira) 15 (meia)
Ingressos: https://www.sympla.com.br/
Classificação: 16 anos
Duração:60 min
Ficha técnica:
Autor e diretor: Rodrigo França
Elenco: Leandro Melo
Direção de movimento: Kennedy Lima
Diretor assistente: Júlio Angelo
Iluminação: Pedro Carneiro
Cenário e figurino: Wanderley Gomes
Arte digital: Akueran
Designer: João Eliel
Pesquisa historiográfica: Rodrigo França e Jonathan Raymundo
Consultoria de representações raciais e de gênero: Deborah Medeiros
Fonoaudióloga: Débora Santos e Luisa Catoira
Visagismo: Vitor Martinez
Costureira: Terezinha Silva
Direção de produção: Fábio França
Assessoria de imprensa: Alessandra Costa
Produtores associados: Fábio França e Rodrigo França
Realização: Diverso Cultura e Desenvolvimento e Orí Produções de Conhecimentos
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