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Espetáculo “O Som e a Fúria – um estudo sobre o trágico” estreia no Oi Futuro

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Rios, florestas, terras, minas, turistas, meninas do cais, escolas públicas, instituições de proteção ambiental, armas, garimpeiros, brigadistas, incêndios, intervenção militar, filhos desaparecidos.

Nenhuma das palavras acima soa estranha ou distante de qualquer um de nós hoje. E menos ainda para o artista, atravessado e provocado pelas realidades ao redor. E assim foi para a Definitiva Cia de Teatro, que estreia seu quarto e novo espetáculo no Oi Futuro Flamengo no dia 16 de janeiro de 2020.

“O Som e a Fúria – um estudo sobre o trágico” apresenta, num ritmo vertiginoso e repleto de música e sons tribais, fragmentos de um Brasil inquietante, que tenta encontrar o seu rumo em meio às maiores urgências sociais e ambientais da história recente.

Betho Guedes, João Vítor Novaes, Livs Ataíde, Marcelo de Paula, Paula Sholl e Tamires Nascimento – seis atores em cena dão vida a diferentes personagens e situações que espelham os descaminhos e a barbárie contemporânea – num primeiro momento um panorama brasileiro, mas que acaba por se revelar universal.

É o diretor, Jefferson Almeida, quem explica:“Entrei em O Som e a Fúria conduzido pelas mãos da estética, pela intuição de que o gênero trágico e sua origem ligada à música tinha muito a oferecer para a pesquisa de linguagem a qual se dedica a Definitiva Cia. de Teatro. A medida que fomos tateando os aspectos mais elementares do gênero, fomos nos deparando com a urgência de por em pauta questões que são da ordem do universal e que estão sob a foice da condição do humano – ao mesmo tempo tão pequena e tão definitiva na relação com o mundo; a construção de um tipo de organização social que se estabelece na tentativa de manter o homem no centro do universo, caindo tragicamente no abismo da ignorância e, cada vez mais, cavando para um fundo que, talvez, culmine num fim-de-mundo – uma condição que, estamos descobrindo agora, é um eterno estado de “iminência de”. Entendemos, então, que o mundo está na iminência de um fim (metafísico ou concreto) e precisamos olhar para as fotografias desse panorama para tentar entender onde está o ponto nevrálgico da nossa patética falha enquanto partes desse mundo.”

Ao que completa a dramaturga, Rosyane Trotta: “A Definitiva (Cia.) me surpreendeu desde o primeiro dia de ensaio, com a maneira como os atores respondem ao desafio de uma proposta de improvisação. Eles se entregam ao jogo com uma fome e uma disposição para o risco de dar gosto,e têm uma ligação entre si, uma escuta do outro muito madura. Comecei pisando em ovos porque um grupo tem seus modos, métodos e gostos, e como visitante eu tentei perceber como é a música que eles tocam antes de sair dançando. Depois percebi que eles gostam de embarcar em ritmos novos. Eu nunca havia experimentado a colaboração com tamanha liberdade e aceitação, sem hierarquias, sem formalizações. Talvez em parte isso se deva ao pouco tempo que temos – praticamente um mês para levantar tudo do zero. São oito horas de ensaio por dia, sem folga, o que nos leva para um fluxo muito raro. O processo tem se passado como se nós nos presenteássemos a cada ensaio: eu me alimento da cena deles e produzo um texto como resposta; o diretor propõe uma abordagem aos atores – e disso resulta uma cena que é um presente.”

Serviço

ESTREIA: dia 16 de janeiro (5ªf), às 20h
Local: Centro Cultural Oi Futuro Flamengo
Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo
RJ Tel: 21 3131-3060
HORÁRIOS: 5ªf a domingo às 20h
INGRESSOS:R$40,00 e R$20,00 (meia)
FUNCIONAMENTO DA BILHETERIA: 3ªf a domingo a partir das 15h
VENDAS POR INTERNET: https://www.ticketplanet.com.br/marcas/oi-futuro
CAPACIDADE: 63 lugares
DURAÇÃO: 95 minutos
GÊNERO: trágico
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos
TEMPORADA: até 15 de março

Ficha técnica

Dramaturgia: Rosyane Trotta
Direção: Jefferson Almeida
Elenco: Betho Guedes, João Vítor Novaes, Livs Ataíde, Marcelo de Paula, Paula Sholl e Tamires Nascimento
Direção musical e Composições: Renato Frazão
Direção de movimento: Denise Stutz
Cenografia: Taísa Magalhães
Cenógrafa assistente: Rahira Coelho
Figurinos e adereços: Arlete Rua e Thaís Boulanger
Iluminação: Luís Paulo Barreto
Visagismo: Paula Sholl
Assistente de direção: Clara Equi
Preparação de elenco: Daniel Chagas
Preparação vocal e musicalização: Déborah Cecília
Preparação corporal: Francisco Thiago Cavalcanti
Designer de som: Leo Maia
Técnico de som: Lucas Campello
Microfonista: Ananda Amenta
Operador de luz: Luíz Paulo Barreto
Programação visual: A4 (Davi Palmeira)
Administração de Redes Sociais: Ana Pinto (Pequena Via Produções)
Registro fotográfico: Entre Pontos Filmes
Fotógrafa: Marília Gurgel
Assistente de fotografia: Lorena Morais
Direção e concepção de registro videográfico: Apollo Costa
Assistente de direção de registro videográfico: Letícia Henncki Vieitas Duarte
Equipe de filmagem: Ana Carolina Ferreira Alves e Larissa Venturini de Queiroz Santos
Coordenação Geral: Tamires Nascimento e Jefferson Almeida
Produção Executiva: Desejo Produções (Dani Carvalho)
Assistentes de Produção: Cia Bagagem Ilimitada (Jacyara de Carvalho)
Consultoria – Davi de Carvalho
Controller Financeiro e Prestação de contas – Alan Isídio
Assessoria Jurídica – Patrick Carvalho
Patrocínio: OI
Produção e idealização: Tem Dendê! Produções
Realização: Definitiva Cia de Teatro

JEFFERSON ALMEIDA – direção

Bacharel em Teoria do Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), diretor e ator de teatro. Profissional, desde 2004, atuou em espetáculos como Flicts (2004), Navalha na carne (2006), A árvore dos mamulengos e A lista de Ailce (2007), Era no tempo do rei e É com esse que eu vou (2010), Amor Veneris (2012), Novas diretrizes em tempos de paz (2013) Ópera do malandro (2014), Bilac vê estrelas e Contra o vento – um musicaos (2015), Catarse – uma para ópera (2018). Seu trabalho em A Lista de Ailce lhe rendeu prêmio na categoria Melhor Ator Coadjuvante, no III Festival Nacional de Teatro Universitário de Patos de Minas (MG).

Assinou, como diretor, montagens de importantes textos a exemplo de Mar Morto (2007), Esperando Godot (2008) e O Despertar da Primavera (2012), No escuro ou O que faz uma mariposa sem uma lâmpada e Furdunço do Fiofó do Judas (2019) e quase uma dezena de espetáculos infantis, como Os Saltimbancos(2006), O Rato do Campo e o Rato da Cidade (2009) e O Jardim Secreto (2012).

Está à frente da Definitiva Cia. de Teatro, desde a sua fundação, onde dirigiu e atuou nos espetáculos Calabar – O Elogio da Traição (2008), Deus e o Diabo na Terra do Sol (2011) e A hora da estrela (2017). Pela segunda montagem da Cia., recebeu os seguintes prêmios: Revelação – Ator e diretor, na IX Festa Internacional de Teatro de Angra (FITA); Melhor Ator Coadjuvante, no VIII Festival Nacional de Teatro de Limeira; e, Melhor Ator Coadjuvante, no 40º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (FENATA), onde o espetáculo foi premiado, ainda, na categoria Melhor Espetáculo. O espetáculo ainda rendeu três indicações a Melhor Direção e outras duas a Melhor Ator. Na TV, esteve no elenco das novelas Malhação (2012), Em família (2014) e Velho Chico (2016), da Rede Globo. Em 2011, lançou, pela Multifoco Editora o livro Notações Sobre o Tempo ou Três Pequenas Respirações Sobre o Mesmo Tema, onde reúne três textos curtos para teatro.

ROSYANE TROTTA – dramaturgia

Rosyane Trotta atua como dramaturga desde os anos noventa, quando escreveu e encenou seus primeiros espetáculos. Conjugando prática artística e pesquisa acadêmica, se dedica desde aquele tempo ao estudo dos sistemas de organização, criação e produção em grupo. A partir de 2002, passa a se dedicar estritamente à dramaturgia construída a partir das investigações cênicas na sala de ensaio – o chamado processo colaborativo. Desde então, trabalhou na criação dramatúrgica de grupos como Os Dezequilibrados, Sertão Teatro, Cia Marginal, Núcleo Miúda, Carroça de Mamulengo.

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