Quando Gossip Girl estreou, mesmo com áurea fútil que ganhou (Sex And The City para adolescentes), logo se notabilizou pela força de sua dramaturgia.
Até esse que vos escreve, que nunca foi muito fã de séries teens (óbvio que à exceção da jóia chamada Felicity, belo trabalho intimista de J. J. Abrams) fiquei viciado na forma como o roteiro era engenhosamente bem escrito, ainda que considerasse o fato de que não havia nada de novo nem na forma, muito menos no conceito. Fora que a atração é baseada no livro homônimo, de Cecily Von Ziegesar, com mais de 12 volumes, que traçam um perfil desnudo da milionária alta sociedade novaiorquina, o que prometia ser, no mínimo, bem curioso.
As duas primeiras temporadas cumpriram corretamente a cartilha, e até a repetitiva fórmula da rivalidade entre as amigas Serena (Blake Lively) e Blair (Leighton Meester) tinha lá o seu charme compensador. A terceira temporada já dava sinais de cansaço e agora a quarta (depois de algum suspense, devido a baixa audiência, a série acaba de ser renovada para uma quinta, no fim do ano) desceu ladeira abaixo.
As tramas principais ficaram claramente redundantes, personagens bons e até complexos como o Chuck Bass (o bom ator inglês Ed Westwick) perderam a densidade ou, como a Jenny (a também cantora Taylor Momsen), simplesmente desapareceram.
É preciso dizer que o quarto ano até começou promissor, com uma historinha cretininha, mas instigante de vingança e que buscava sua justificativa em fatos do início do programa; mas foi apenas uma fumaça, pois tanto a trama quanto o argumento geral foi se perdendo e o último episódio foi uma das coisas mais pavorosas que já vi em séries americanas. Sabe quando os roteiristas forçam a barra para finalizar uma idéia?! Nem Malhação é tão cretina. Toda a tensão sexual da dupla Blair e Chuck foi ladeira abaixo, e nem se justificou para tal, assim como as resoluções do casal (!?) protagonista, Serena e Dan (Penn Badgley) que foram ignoradas.
Apesar dos pesares, a CW, emissora que a transmite nos EUA, ainda está satisfeita com seu produto que, apesar de não ter muita audiência, ainda agrega bastante receita. Só espero que volte agregar também em dignidade.
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