Primeira temporada de “O Negócio” otimiza a filosofia HBO no Brasil

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A rede de TV americana HBO é, definitivamente, a empresa dos sonhos de todo (bom) roteirista, dada sua inclinação e estímulo aos roteiros que se desprendem da moralidade e previsibilidade, principalmente de uma cultura tão contraditória quanto a dos ianques. Quando se propõe a expandir seus domínios pelo mundo (como boa empresa americana que é!) leva consigo essa aptidão, como na elogiadíssima série “Prófugos”, que produz no Chile.

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Aqui no Brasil, esse trabalho, embora com menos constância, também tem se notabilizado. Tanto que uma das melhores séries brasileira (se não a melhor!), “Filhos do Carnaval”, é fruto da HBO Brasil (na verdade, HBO Latin America). “Mandrake” e “Alice” são outros belos exmplos dessa premissa artística. “O Negócio”, que acaba de encerrar sua primeira temporada, já confirmada para uma segunda, é o representante atual da emissora, que vem prometendo algumas estreia para 2014.

O Negócio acompanha a rotina de três jovens que se unem para mudar radicalmente suas vidas profissionais. Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista) são garotas de programa de luxo que têm como diferencial o uso de técnicas de marketing e um plano de negócios aplicado àquela que é considerada a profissão mais antiga do mundo. Elas oferecem descontos, por exemplo, quando o índice da Bovespa cai. O ponto de vista da prostituição sob a lógica cartesiana do empreendedorismo é bem interessante e até foi bem disseminado ao longo de seus 13 episódios, com cunho dramático gravitando sob suas protagonistas bem defendidas e construídas em seus contextos breves.

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Destaque para Juliana, a responsável pela narração e que agrega carisma à sua personagem. O roteiro, por vezes, deixa-se cair no esquematismo da proposta, mas a agilidade com que a história se desenvolve, escamoteia tipificações recorrentes. A direção geral de Michel Tikhomiroff acabou sendo o ponto mais frágil da trama, uma vez que a plastificação a la comercial de TV, principalmente nas cenas de sexo (muitas sem suor) e ambientação urbana de uma São Paulo bem sofisticada, artificializaram muito o universo tratado.

Isso é algo que espero que se resolva na segunda temporada. Trazer o realismo e deixar o verniz para o mundo que as personagens cultivam e não para suas representações. Fora isso, é louvável a tentativa da HBO de fazer da TV latina um mercado contínuo, com a sua filosofia artística. Esse é um dos primeiros passos que ainda deve render frutos para a própria teledramaturgia brasileira. Oremos.

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4 thoughts on “Primeira temporada de “O Negócio” otimiza a filosofia HBO no Brasil

  1. HBObr segue a linha rede globo de produção com essa ambientação brega à la Manoel Carlos. Com Mandrake já tinha sido assim.

  2. Acho interessante série muito interessante, ver como três mulheres fazem negócios de sua vida com o seu conhecimento em marketing, eu acho que é algo novo que não é visto, eu acho que uma segunda temporada é bem merecida, porque a história é, por si só algo muito interessante.

  3. As produções da HBO Latino apostas neste eu acho muito interessante, um dos meus favoritos é o série brasileira O Negócio e me foi muito bom, tem uma questões muito interessantes e inovadoras.