Quartas de Sangue e Riso #9 – The Big Bang Theory e seu catalisador espaguético para o insucesso

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E mais: The Pacific Pt. VIII. Este artigo contém SPOILERS.

The Big Bang Theory S03E20: The Spaghetti Catalyst

The Big Bang Theory voltou esta terça com a confirmação do término do relacionamento entre Penny e Leonard. Infelizmente, não foi um bom retorno. O episódio teve poucas situações engraçadas, quase nenhuma referência ao universo nerd e trouxe uma tentativa de dividir o foco com o astro do programa, Sheldon, e o casalzinho criado para esta terceira temporada. Os roteiristas estão deixando de lado os elementos que fizeram com que TBBT se tornasse sucesso entre seu público alvo, fato este deveras preocupante. O enredo caiu em um artifício já utilizado anteriormente: Penny e Leonard formam um casal cujo papel de filho é desempenhado por Sheldon. Só que desta vez, foi uma clara referência aos casais divorciados, tão comuns no mundo atual, principalmente na América.

A situação hipotética não rendeu bom humor e nem ao menos é aproveitável como novidade, já que se trata de uma releitura de outro episódio desta mesma temporada. A história contou ainda com a clássica decisão do homem de permanecer amigo da namorada do amigo, ou simplesmente deixar de se relacionar com ela, expressa em uma simples frase: “Bros before hoes”. A decisão coube à Sheldon, que escolheu desempenhar um papel de “agente duplo”. Ao fim do episódio, a obrigatoriedade na convivência do ex-casal produziu a conclusão de que ambos ainda podem ser amigos. Eu queria realmente que isto acontecesse, mas infelizmente há certa obviedade na trama que transparece que ambos reatarão o relacionamento em breve. Será que The Big Bang Theory está se tornando uma espécie de Malhação gringa e nerd? Eu espero muito que não.

The Pacific Part VIII – Iwo Jima

Eis que a dois episódios do fim, chega ao espectador a despedida de John Basilone. Quem sentiu falta dos clássicos treinamentos militares pré-guerra pôde conferir nesta oitava parte, toda a atmosfera de tensão que ambienta as bases localizadas em solo americano. Fora todo um capítulo centrado no herói de Guadalcanal; em um primeiro momento, com um enredo mais brando para quebrar o terror que vinha sendo mostrado nos episódios anteriores, mas ao fim, somos transportados de volta ao seio da guerra. Desta vez para Iwo Jima, um dos conflitos mais conhecidos da guerra no pacífico.

Os narradores prenunciaram o que a história já havia registrado: Após a batalha de Peleliu, o comando de guerra decidiu praticamente abandonar o local. O ponto estratégico para imprimir uma investida aos domínios japoneses, quando finalmente fora conquistado, não servira mais. Houve então a ânsia de atacar a ilha de Iwo Jima, o novo ponto estratégico para, enfim, atacar o Japão. O que os americanos não sabiam é que nesta ilha infernal, pela primeira vez em toda guerra no pacífico, o número de mortos americanos superaria a dos japoneses.

Vemos que John Basilone não se sente bem diante de todo este glamour no qual vinha vivendo. A fama, mulheres e bebida não eram seus objetivos quando se alistou para combater soldados orientais. Diante disso, resolveu pedir transferência para uma base de treinamento de tropas que seriam enviadas ao local onde se tornara uma lenda viva: o Pacífico. Ao desembarcar, conhece a mulher dos seus sonhos vestida em um uniforme militar. A poesia do capítulo se desenrola em um romance que caminha a passos lentos. Aos poucos o Sgt Basilone vai conquistando o coração da jovem e, ao mesmo tempo, vai permitindo que ela mesma conquiste o seu. O herói serve como mentor para os jovens recrutas que anseiam pela matança da guerra. Ensina a eles que os “japas” não são meros alvos desprovidos de humanidade e motivação, mas sim soldados treinados dispostos a colocar cada um deles em um caixão. Ao mesmo tempo, mostra à sua amada que ele mesmo não é aquele homem que estampa as capas dos jornais, e sim um ser disposto a amá-la e protegê-la. Quando decide se alistar novamente, o casal conclui que o casamento seria a melhor forma de selar este momento. Em uma cena, Basilone e sua esposa se olham nos olhos, trocando carícias; na outra, o corpo do sargento jaz morto na terra escura e vermelha de Iwo Jima. Assim termina a história da lenda viva chamada John Basilone.

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3 thoughts on “Quartas de Sangue e Riso #9 – The Big Bang Theory e seu catalisador espaguético para o insucesso

  1. Eu discordo totalmente do seu ponto de vista em relação a TBBT. Os produtores tem acertado constantemente na dose certa entre nerdismo e vida social. Afinal, não é porque o seriado é baseado em um universo nerd que ele precisa necessariamente falar disso em TODOS os episódios. É justamente as dificuldades de se relacionar com as pessoas e como isso afeta a vida deles que tem tornado o seriado interessante. Mesmo pq não é somente os nerds que assistem ao seriado, e eles precisam pensar em todo tipo de público. A alusão ao modo como divorciados tratam seus filhos foi muito bem usado. O que não quer dizer que só pq isso jah foi feito antes, q deixa de ser engraçado. Os roteiristas jah usaram piadas semelhantes em episódios diferentes.
    O arco Penny e Leonard é tão importante para a continuidade do seriado, quanto as crises de Howard e Raj e as paranóias de Sheldon.
    Afinal eu não acharia interessante assistir todo episódio falando sobre Halo Night, Battlestar, Babylon 5 e afins. Repito que os produtores estão sabendo acertar muito bem a dose entre o supra sumo do nerdismo e o cotidiano da vida social dos nerds.
    The Big Bang Theory está crescendo e ampliando conhecimentos. Se não a série corre o risco de estagnar e ser cancelada.

    • É legal esse outro ponto de vista. Mas perceba que eu não estou reclamando que a série piorou SÓ porque as piadas sobre o universo nerd diminuiram; No entanto, acho que foi exatamente isso que levou a série ao sucesso. Eu acho que independentemente disso, esse lance do casalzinho está um saco. O diferencial de TBBT está se perdendo, a meu ver. E sim, eles tem de inovar mesmo. Repetir as piadas é um ponto contra. Não é só porque eles já fizeram isso antes que é certo continuar fazendo. A série é uma sitcom, comédia de ralacionamento. Em seu âmago está os nerds. Agora pense… Nerds quase não se relacionam com outros não-nerds, e justamente essa dificuldade deles se relacionarem com a Penny, no caso, é que fez com que TBBT virasse o que é hoje. Atualmente, isso já não acontece, já que eles estão virando "normais" e a Penny uma nerd. Eu acho que oes roteiristas estão perdendo a mão. Para mim as melhores piadas são sobre as peculiaridades do universo nerd, pois isso é o que a torna diferente das demais. Porque, você há de concordar, sitcom "comum" tem várias!

  2. Eu concordo aqui com o Rafaell, menos na parte em que ele diz que os dois reatarão num futuro próximo. E eu especialmente não quero que eles entrem naquele lenga lenga "Ross & Rachel". E eu season finale é uma decepção, o pior episódio da série até aqui.