Aviso: texto contém spoilers da II temporada de Vikings
Vikings se tornou rapidamente minha série favorita logo no primeiro episódio exibido no History Channel e ao longo da temporada foi superando todas as minhas expectativas. Assim, não havia como não manter uma certa ansiedade após o canal confirmar a segunda temporada da série.
Um ano se passou e finalmente Ragnar, Floki, Rollo, Lagertha, Athelstan e outros personagens incríveis retomaram para uma curta temporada, porém ao longo de dez episódios Vikings demonstrou que mesmo com o selo History Channel alguns defeitos da televisão insistem em persistir.
A primeira grande surpresa foi o salto no tempo após o primeiro episódio, que além de apresentar um desfecho para a primeira temporada, preparou terreno para o segundo capítulo na saga de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel). Após negociar a paz entre Rei Horik (Donal Logue) e Jarl Borg (Thorbjørn Harr) e preparar uma grande invasão ao ocidente, Ragnar se vê obrigado a dispensar a ajuda de Jarl Borg e com isto ganhar sua inimizade, enquanto Horik age nas sombras. Também acompanhamos o drama de Lagertha (Katheryn Winnick) e Bjorn (Alexander Ludwig) agora longe de Ragnar, que casou com a princesa Aslaug (Alyssa Sutherland). Rollo (Clive Standen) por sua vez retorna para os braços de Ragnar ainda com a traiçoeira Siggy (Jessalyn Gilsig) como sua consorte. E Athelstan (George Blagden) por fim se rende completamente aos encantos Vikings.
Um ponto de partida excelente, fortalecendo as reviravoltas que antecederam essa temporada e inserindo novos elementos na trama, porém ao destacar personagens demais e histórias paralelas a sensação ao longo da trama é que Vikings se distanciou da literatura histórica para entrar no universo noveleiro (talvez impulsionado pelo enorme sucesso de Game of Thrones, talvez somente uma característica recursiva do produtor Michael Hirst). Fato é que diversas exaltações e pequenas conspirações trouxeram à série para uma visão quase cartunesca das aventuras de Vikings – que em momentos pareciam ter ganhado super-poderes como personagens de quadrinhos.
Após retomar Kattegat das mãos de Jarl Borg com a ajuda de Rollo e – principalmente – de Lagertha e Bjorn e receber o Rei Horik enxotado da Inglaterra pelo rei Ecbert de Wessex (Linus Roache, numa contra metade de Ragnar), a série passa a focar nas disputas internas de poder entre os Vikings e na aparente traição de Floki (Gustaf Skarsgård). Enquanto isso Ragnar, Horik e earl Lagertha tentam nova invasão as ilhas inglesas e reencontram o indeciso Athelstan, que como não poderia deixar de ser volta aos Vikings após uma temporada nos reinos bretões. Quem se deu mal mais uma vez foi Rollo, que no meio da disputa entre Ragnar e Horik, é literalmente atropelado por um cavalo no meio da guerra involuntária dos vikings contra Ecbert aliado ao rei Aelle, da Nortúmbia.
Puto da vida Ragnar é obrigado a voltar às terras vikings enquanto a conspiração do Rei Horik finalmente toma forma, porém com a traição reversa de Floki e Siggy, Ragnar mais uma vez se mostra a frente de seus inimigos e acaba com Horik e sua família com ajuda de Lagertha e Bjorn, se tornando agora rei dos vikings. E assim termina a segunda temporada de Vikings, com a promessa de Ragnar em retornar à Inglaterra ainda mais poderoso em busca de terras e confrontar Ecbert e a princesa Kwenthrith da Mércia (Amy Bailey) – Hirst também prometeu invadir Paris na terceira temporada.
Algumas observações
Batendo no ponto do excesso de caracterização dos personagens, o ator Travis Fimmel está cada mais assustador como Ragnar, como na cena abaixo onde o viking literalmente abre uma águia no tórax do traidor Jarl Borg.
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Apesar do suspense ao redor da traição de Floki, que por sua vez resolveu incorporar sem pudores o deus Loki em sua atuação, e sua redenção no final da temporada, fica a impressão que os produtores da série queimaram uma excelente carta, já que continuar alimentando uma imagem traiçoeira de Floki pode fazer o personagem cair em descrédito.
Ficou um tanto forçada a união de Bjorn e Porunn (Gaia Weiss), que de escrava se tornou uma grande guerreira em dois episódios – ponto falho da série.
Rollo mais uma vez termina a temporada em maus lençóis e mesmo com a redenção de Siggy, que ainda não deixou claro se é fiel a Ragnar ou apenas estava se vingando dos abusos de Horik, continua sob a sombra de seu irmão famoso. Ainda assim Rollo permanece como um dos melhores personagens de Vikings.
Aslaug, apesar de casada e mãe de todo tipo de filhos de Ragnar, está cada vez mais apagada na série enquanto Lagertha levanta suspiros como uma valquíria encarnada – principalmente aos olhos de Ragnar. Aposto minhas fichas numa terceira temporada de novas reviravoltas na vida amorosa do líder viking.
Olá, Salvador. Muito bom o post.
Me incomodou também que largaram de lado as aparições do filho com olho de cobra depois de dar tanto destaque. Em uns 3 episódios já nasce outro filho e ele foi esquecido , nem aparece no resto da temporada. A série é maravilhosa, mas temo que fique sem conteúdo muito cedo por correr rápido demais. Abs