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Segunda temporada de “The Killing” desvia da mesmice e acerta na eficiência de sua proposta

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Foram necessárias duas temporadas para que The Killing resolvesse o mistério que envolve e justifica seu título. Foram necessários exatos 26 episódios para que a série confirmasse a teoria de que sua dramaturgia seguia a firmeza de impor a humanidade de seus personagens para além do processo de investigação sobre quem assassinou a jovem Rosie Larson.

Com o fim da tensa primeira temporada, que numa jogada polêmica não revelou a identidade do assassino, muito menos a motivação para tal, muitos fãs e, especialmente, a opinião pública meio que se revoltou com a estratégia, quase que numa tentativa de enfraquecer a produção, que com sua pífia audiência sobrevive com dificuldade na grade da AMC. Essa opção narrativa se demonstrou bem acertada até pelo aspecto humano da abordagem que o roteiro imprime na história. Acompanhar a fixação da detetive Sarah Linden (papel que nasceu para a ótima Mireille Enos) e seu parceiro Holder (o próximo “Robocop” Joe Kinnaman) pelo caso, trazendo conseqüências sérias para suas vidas pessoais, e ainda respingar sobre a politicagem, muito bem linkada à trama principal, foi uma certeza assegurada de que o formato era inteligente o bastante para se manter por si só.

Claro que, no decorrer da série, dentro de seu paradigma de apresentar pistas e suspeitos que não eram verdadeiramente ligados a revelação final do mistério, The Killing nem sempre foi perfeita. Principalmente no sofrido núcleo da família da vítima, em especial na angústia de sua mãe, que era um dos poucos momentos em que o roteiro sinalizava algum tipo de “barriga”. Mas, no geral, a história foi bem contada, transformando sua narrativa, a priori, extensiva de um argumento padrão, para expansiva através dos conflitos de seus personagens, muito bem alinhados.

Não cabe aqui entregar qual o mistério da morte de Rosie, mas cabe sim dizer que é bem verossímil e satisfatório, mesmo resvalando para o clichê da revelação protocolar (quando o assassino resolve narrar as razões do crime após uma conclusão de raciocínio de um interlocutor). A série, que o canal fechado americano ainda não pronunciou se renovará ou não, manteve a qualidade que marcou sua estréia ano passado e ainda acrescentou ao gênero a noção de que os meios, quando bem embasados, não só justificam como expandem os fins.

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